Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

A “Série B” das marcas e fabricantes de pneus

Empresas tradicionais têm no nome uma grife que chancela seus produtos. Mas, para vender por menos, recorrem a marcas alternativas

Por Ulisses Cavalcante Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 Maio 2021, 10h49 - Publicado em 22 Maio 2017, 14h40
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A série B dos pneus
    (arquivo/Quatro Rodas)

    Bridgestone, Continental, Goodyear, Michelin e Pirelli são exemplos de nomes que extrapolam a certidão de nascimento dessas empresas. São grifes. Quando se fala em produtos manufaturados, o termo “primeira linha” classifica aqueles de qualidade superior, fabricados por marcas com reputação igualmente bem vista.

    O que é comprovadamente melhor – ou visto como melhor -, naturalmente, custa mais. A rigor, essa percepção mercadológica é positiva, pois favorece o lucro dos fabricantes, que podem acrescentar ao preço do produto o valor percebido pelos clientes.

    Mas há um efeito nessa estratégia: bens mais caros atraem um público específico e afasta outro. É o que se chama de segmentação do mercado.

    Pense em relógios. Um Casio e um Tag Heuer têm a mesma função primária: informar as horas. Mas o segundo custa dezenas de vezes mais. Na conta entram investimentos maiores em marketing, cachês de garotos-propaganda, matéria-prima mais nobre e tecnologia superior. Essa lógica se aplica à indústria de pneus.

    Como há mais gente com o orçamento apertado do que aqueles com grana de sobra, o segmento de “baixo custo” ganhou uma relevância que os grandes fabricantes não podem ignorar. Essa é a principal justificativa para empresas conhecidas venderem pneus com nomes desconhecidos.

    Saem as grifes, entram as marcas secundárias. Não por menos, quase todas as empresas adotam estratégia semelhante. Nas lojas, frequentemente são chamadas de “segunda linha” – ainda que os gerentes de vendas e de marketing odeiem a alcunha.

    Continua após a publicidade

    Sem despesas com grandes campanhas publicitárias, as fábricas tradicionais têm condições de concorrer por bolsos mais sensíveis. Até a forma de vender muda: esses pneus são encontrados principalmente em redes de supermercados e atacadistas, com margens de lucro menores.

    Mas há outros truques para reduzir custo e, claro, o preço na gôndola. Um deles é rebatizar produtos da geração anterior com a segunda marca.

    Também é possível retirar da receita do pneu alguns ingredientes nobres – componentes que favorecem a durabilidade ou consumo. As carcaças também podem ser menos robustas, com índices de carga ou velocidade inferiores (suportam menos peso ou velocidade inferior, quando comparados com o pneu do primeiro escalão).

    Outra estratégia é reduzir a profundidade do sulco na banda de rodagem. Enquanto os pneus premium oferecem 8 mm, as peças equivalentes com preço menor têm 7.

    Nada disso é ilegal ou danoso, pelo contrário. Ao cliente, cabe a decisão de investir mais ou menos, optando por quais tecnologias quer usar no seu carro. Basta analisar as etiquetas do Inmetro, afixadas na banda do pneu novo, para comparar o desempenho. Pneus de mesma medida podem oferecer resultados diferentes. A escolha é sua.

    Continua após a publicidade

    As marcas das marcas

    Clientes sensíveis a preço tendem a abrir mão de marcas de primeira linha em nome da economia. Esse filão tem a atenção dos fabricantes, já que todos têm marcas secundárias para vender modelos menos sofisticados. Vale lembrar: não necessariamente esses pneus são piores ou de qualidade inferior.

    Eles atendem a compromissos diferentes, como o custo. Em nome do preço baixo, quando comparados a equivalentes das marcas principais (ou à concorrência), podem ter menor profundidade de sulco, ser de uma geração mais antiga ou usar materiais menos nobres. É hora de descobrir qual dessas segundas linhas estão sob o guarda-chuva de que grande fabricante.

    Pirelli

    A série B dos pneus
    (arquivo/Quatro Rodas)

    Formula – Esta é a única linha de baixo custo oferecida pela Pirelli – ela comercializa o modelo Spider. A marca Formula foi criada depois da venda da Ceat, que até então era a marca secundária sob o guarda-chuva da famosa fabricante italiana de pneus.

     

    Hankook

    A série B dos pneus
    (arquivo/Quatro Rodas)
    Continua após a publicidade

    Kingstar – De origem holandesa, a marca foi adquirida para expandir a participação da coreana no mercado europeu. Hoje é vendido no Brasil para os aros 13 a 17. Outra marca secundária é a Marshal, que atende SUVs e comerciais.

    Laufenn – Tem medidas equivalentes aos da Hankook, atendendo uma gama extensa de veículos, incluindo esportivos e importados. Um pneu de 14 polegadas com essa marca pode ser encontrado por menos de R$ 200.

     

    Michelin

    A série B dos pneus
    (arquivo/Quatro Rodas)

    Uniroyal – Em outros mercados, concentra-se em SUVs, utilitários e comerciais – no Brasil é pouco comum. Mas a própria rede de lojas Michelin oferece a Tigar, cujos preços são inferiores aos equivalentes com o selo da marca francesa.

    BFGoodrich – Longe de ser uma “Série B” (inclusive nos preços), essa marca não concorre com pneus de uso geral da Michelin – atende majoritariamente ao nicho de competição e off-road. A linha todo-terreno tem grife e é concorrente dos GT Grabber. Oferece medidas para carros de pequeno porte, mas a gama é restrita.

    Continua após a publicidade

     

    Bridgestone

    A série B dos pneus

    Seiberling – Criada pelo mesmo fundador da Goodyear, acabou nas mãos da Firestone e, por fim, sob tutela da Bridgestone, quando esta adquiriu a Firestone. É muito comum nas medidas 13 e 14 polegadas.

    Firestone – A Bridgestone incorporou o nome Firestone e não a trata como segunda linha. Mas seus produtos custam menos e são encontrados em medidas menores. O foco das vendas são grandes supermercados.

     

    Continental

    A série B dos pneus
    (arquivo/Quatro Rodas)

    Euzkadi – De origem mexicana, a marca comercializa principalmente pneus de aros 13, 14 e 15, para modelos populares. Ele é facilmente encontrado na rede Walmart, por exemplo, e em grandes varejistas.

    Continua após a publicidade

    Barum – A rede Conti oferece a marca como alternativa aos pneus do selo Continental, disponíveis nas mesmas medidas. Duas diferenças: notas inferiores em frenagem no molhado e índices de ruído maiores.

    General Tire (GT) – Para automóveis, oferece os modelos Altimax, cujo valor é inferior aos Continental. Mas há também os modelos Grabber, especiais para uso fora-de-estrada. Nesse caso, os pneus GT atendem ao nicho 4×4 e se tornaram uma grife no segmento de off-road.

    Viking – De origem norueguesa, a empresa foi adquirida pela Continental para suprir a demanda de mercados em desenvolvimento, caso do Brasil. Em varejistas, tem posicionamento e preço semelhantes ao do Euzkadi, que também é da Conti.

    Goodyear

    A série B dos pneus
    (arquivo/Quatro Rodas)

    Kelly Tires – Praticamente não há gastos com marketing e essa linha é rival direta da Formula, da Pirelli. Atende sobretudo a compactos e carros pequenos: a menor medida disponível é 165/70R13 e a maior, 205/40R17.

    Direction – A Goodyear não fala em marca secundária, mas flagramos a rede tratando a Direction assim – a linha é comum em supermercados. O símbolo da Goodyear aparece estampado na borracha. Seu rival interno é o modelo Goodyear Assurance.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.