A diretora do Centro Automotivo Bosch Car Service Maxtroc, de Recife (PE), Aletéia Abreu, recebe diariamente modelos da Stellantis (das marcas Fiat e Jeep) com problemas no diferencial traseiro de versões com tração 4×4. “Já atendemos diversos casos, entre eles o de um modelo importado Jeep Grand Cherokee Limited com apenas 70.000 quilômetros rodados”, conta Aletéia.
Em outra oficina da mesma rede, Centro Automotivo Bosch Car Service Confiar, de Belo Horizonte (MG), também há registros de problemas. Mas, desta vez, foi detectado no Jeep Compass Limited 2018, que pertence ao próprio dono da oficina, o engenheiro André Henrique De Maria.
“Após atender mais de 20 casos em veículos entre 70.000 e 100.000 quilômetros rodados, fiz um vídeo demonstrando o nível baixo, 15 ml, do óleo no diferencial do meu carro”, lembra André. Os modelos da Fiat também apresentam falhas, como relata o administrador Ananias Ferreira Moreira Junior, de Natal (RN), dono uma Fiat Toro Freedom 2019.
“Com 60.000 quilômetros rodados escutei barulhos altos como se estivessem batendo na caçamba ou o diferencial desacoplando, sempre que eu passava por qualquer irregularidade na pista. Ao levar na concessionária, disseram ser o diferencial e trocaram a peça pela garantia estendida”, lembra Ananias.
Para o engenheiro André , “o óleo do diferencial é consumido por evaporação, devido ao aquecimento excessivo, ou o abastecimento de fábrica insuficiente. Já o vazamento ocorre numa fase mais avançada, quando há superaquecimento e deterioração dos componentes internos, onde os rolamentos passam a ter folgas e provocar movimentação além do suportado pelos retentores. Além disso, o superaquecimento do diferencial eleva a temperatura do óleo até um nível crítico, podendo causar um incêndio”, explica.
A assessoria da Stellantis respondeu que as reclamações dos consumidores não guardam relação entre si e tiveram direcionamento do atendimento de forma adequada e pontual. Além disso, apenas um dos casos possui relação com o componente em questão e foi atendido em garantia, sem custo para o cliente.
O que dizem os proprietários
“Aos 70.000 km, rodando na cidade, percebi barulhos no diferencial traseiro.” Bernardo Dourado Ranieri, biólogo, Belo Horizonte (MG), Renegade Trailhawk 2015
“Cobraram pelas bieletas e o barulho continuou. Quando eu disse que parecia vir do diferencial, pediram R$ 15.000 pela peça nova e resolveram o problema. Rodolfo Freschi Bertolo, advogado, Votuporanga (SP), Compass Longitude 2018
“Apresentou o problema com 22.000 km. Na concessionária, informaram a situação para a fábrica, que autorizou a troca do diferencial em garantia. Pedro André Carvalho Rosas, servidor público, Recife (PE), Compass Limited 2019