A internet consolidou-se como o jeito mais rápido e eficaz de se vender um carro, seja você o proprietário ou lojista. Porém, apesar de ser uma tarefa simples, requer alguns cuidados para que o veículo a ser vendido se destaque e gere interesse, e para que todo o processo seja feito com segurança.
Entre os pontos de atenção estão a fidelidade dos dados apresentados, como o real estado, a quilometragem e possíveis pendências relacionadas ao veículo, as fotos apresentadas nos anúncios, que devem ter nitidez, qualidade e iluminação adequadas, além de uma ambientação favorável, e os cuidados relacionados aos dados pessoais, às negociações e até ao pagamento e transferência.
Veja abaixo um guia sobre como fazer um bom anúncio online, com informações da OLX.
Quer vender por quanto?
É importante que o preço do veículo esteja situado na realidade de mercado, mas há espaço para margens acima ou abaixo, a depender do estado de conservação da unidade.
Por exemplo, um carro com pendências mecânicas ou má conservação, seja por arranhões, ralados, batidas ou problemas em pinturas ou rodas, não terá o mesmo valor do que um bem conservado. Pendências de documentos, impostos ou multas também farão com que o veículo tenha o preço reduzido para compensação dos gastos.
Caso seja um carro extremamente conservado e com baixa quilometragem, é válida a tentativa de valorizá-lo acima da média – mas tome cuidado para não pesar a mão. Por isso, é necessário que se olhe o preço de tabela do modelo e, depois, pesquise o valor médio de mercado do modelo.
Se houver necessidade de venda urgente, um preço mais baixo poderá ser um facilitador, mas pense em uma margem de negociação. Já no caso de um anúncio que segue há meses no ar sem interessados, reduzir um pouco o valor também pode ajudar a chamar mais atenção.
Descreva o veículo e destaque seus pontos fortes
É importante reunir informações relevantes sobre o veículo, como seus principais itens de série, opcionais/acessórios, motorização e tipo de câmbio, capacidade de porta-malas, quilometragem e históricos de manutenção e documentação. Coloque-se no lugar de quem está procurando um carro para comprar e exponha o que você gostaria de saber.
Não há necessidade de se descrever todos os itens de série, já que as plataformas de venda já oferecem um recurso para isso, com uma espécie de checklist para os equipamentos. No entanto, é válido destacar alguns deles, como itens de segurança, multimídia, aparência (rodas de liga leve, por exemplo), e outros que sejam seus diferenciais, até para casos de séries especiais ou de acessórios instalados depois.
Também é bom apontar possíveis problemas, sejam eles mecânicos, de lataria, ou de documentação. Veja mais sobre isso no tópico abaixo. Não informe a placa do veículo no anúncio, mas o último dígito pode ser de grande importância, especialmente para quem mora na capital paulista, onde existe um rodízio municipal de placas.
Mesmo com tantas informações, o anúncio não pode ser tão grande para confundir o comprador – cerca de 200 caracteres é o suficiente. Evite frases de impacto ou marqueteiras, como “oportunidade única”, “ótima compra” ou “o mais novo do Brasil”.
Seja sincero e assuma problemas
Não esconda pendências ou problemas do veículo, sejam eles mecânicos, de aparência ou de documentos. Os assuma, mesmo que isso implique em possíveis reduções no valor pedido, para não causas frustrações e “climão”, e até para não ter dores de cabeça com reclamações após a venda.
Para questões mecânicas, avalie se o conserto compensa ser feito antes da venda e se isso tornará seu veículo mais atraente ou até mais valioso. Para problemas de lataria, consertar ou não dependerá do tamanho do estrago.
Para pequenos amassados, riscos ou ralados, não faça reparos. É melhor que o comprador veja que se trata de um pequeno incidente do que pense que algo mais grave aconteceu. Por exemplo: caso uma peça seja repintada por inteiro por um pequeno ralado, o comprador pode imaginar que houve uma batida maior que exigiu o serviço. Além disso, ainda há chances de o serviço seja mal feito.
Faça fotos e vídeos que valorizem o seu carro
Lembre-se que este será o primeiro contato visual dos compradores com o seu carro, então é melhor que ele seja o melhor possível. Para isso, boas e variadas fotos (e vídeos, a depender da plataforma) são indispensáveis, mas antes de fazê-las é preciso deixar o veículo “nos trinques”, com uma boa limpeza externa e interna – também é bom retirar objetos pessoais, como roupas, sacolas e afins. Afinal, carro sujo e bagunçado aparenta ser mal cuidado.
Faça as imagens em locais abertos, com boa luz e nunca de costas para o sol, para que o contra-luz não “apague” detalhes. Por isso, dedique um tempo para manobrar o veículo e mantê-lo sempre com a mesma (e boa) iluminação, já que são necessários cliques de vários ângulos – frente, traseira e lateral chapados, frente e traseira em 3/4 são obrigatórios. Rodas, faróis e detalhes especiais (além de imperfeições), também entram no ensaio.
A boa iluminação também é obrigatória para as fotos do interior, que não podem ficar escuras. Tire fotos do painel, da quilometragem, dos bancos, do porta-malas e do motor do veículo. É bom ainda que o local escolhido para as imagens tenha um fundo limpo e neutro, sem vários outros carros carros atrás, ou até lixo, entulho, etc.
Nada disso terá efeito, porém, se você não seguir alguns outros cuidados como os que virão a seguir. Lembre-se de cobrir a placa do veículo, mas em hipótese alguma faça isso com um pano ou com as mãos ou o dedo. Hoje, qualquer smartphone possui ferramentas para esconder a placa sem prejudicar a foto.
Limpe as lentes do seu celular ou de sua câmera, e faça as imagens com um bom aparelho. Não há necessidade de ser smartphones caros, desde que as fotos tenham nitidez e foco. Não possui um aparelho que julgue suficiente? Peça ajuda a um amigo.
Seja rápido e atencioso, mas tenha cuidado
Coloque-se na seguinte situação: você foi a uma loja qualquer e não foi atendido, ou demorou a ser atendido, e/ou teve um tratamento ruim. É possível que você desista de comprar de comprar naquela loja. No caso de um anúncio de veículo, você é o vendedor. Ou seja, responda às propostas o mais rápido que puder, sempre de forma cordial e educada. Afinal, o maior interesse no negócio é seu.
O ideal é que o comprador interessado tenha sua primeira resposta em até duas horas, o que manterá seu interesse em alta. isso aumenta as chances de venda.
Porém, tenha cuidado com o processo de negociação. Caso a proposta chegue via plataforma de venda, siga nela e evite partir para aplicativos pessoais, como WhatsApp ou outras redes sociais. Quando for apresentar o veículo a alguém, prefira locais movimentados e seguros, e nunca o faça em sua própria casa.
Negocie diretamente com quem vai comprar. Desconfie de compradores que apenas intermediam a negociação, pois esse é um dos meios de golpe mais comuns.
Só entregue o veículo depois que o pagamento for confirmado. Ao optar por pagamento em conta bancária, confira imediatamente se o valor foi depositado no aplicativo do banco, mesmo quando receber o comprovante por e-mail ou mensagem. Confirme sempre os seus dados bancários com o comprador, confirmando que o pagamento será feito em seu nome.
Qual é a documentação para compra e venda de um carro usado?
- O primeiro passo é a vistoria do veículo por uma empresa credenciada pelo Detran.
- Posteriormente, se necessário, deve ser feito o reconhecimento de firma do CRV (Certificado do Registro do Veículo), que é automaticamente comunicado ao órgão regulador. O pagamento é feito por meio de transferência bancária assim que o documento é assinado.
- Depois, o vendedor precisa entregar o documento no Detran por meio de uma cópia autenticada.
- Para o processo de venda são necessários documentos como a CRV com cópia autenticada, CRLV original e cópia, além do comprovante de quitação de débitos. Para conferir a relação completa, informe-se com o órgão oficial responsável da sua região.
- O vendedor precisa apresentar os originais e cópias do RG e CPF, certidão de casamento ou nascimento e a Certidão de Propriedade de Veículos.
- Já o comprador precisa de RG e CPF (original e cópia), comprovante de residência (de no máximo três meses) e comprovante de pagamento após a compra. Se a proposta for de loja, não esqueça de checar o CNPJ e a legalidade do funcionamento do estabelecimento.