Marbio Ribeiro da Silva, Distrito Federal (DF)
Os carros homologados para rodar no Brasil devem aceitar os três tipos de gasolina comercializados no país. Considerando as especificações, a gasolina aditivada tem as mesmas características que a comum, mas, como o nome diz, contém aditivos que a outra não tem, que são formulações que evitam a formação de detritos resultantes da combustão.
A gasolina de alta octanagem, por sua vez, tem como diferença a octanagem maior, que é um índice que mede a resistência do combustível à queima dentro do motor. Todas são oriundas de petróleo de melhor qualidade, recebem aditivos e têm baixo teor de enxofre, de 50 ppm (a BR diz que a Podium tem 30 ppm).
O poder calorífico é o mesmo da comum e da aditivada, mas o principal é a octanagem de 91 (IAD) – as demais têm 87. Cada distribuidora batiza sua gasolina de alta octanagem a seu bel-prazer: existe a Octapro, da Ipiranga; a V-Power Racing, da Shell; e a Podium, da Petrobras.
Para extrair vantagem dessa gasolina, é necessário que o motor do carro possua determinadas características (como taxa de compressão elevada e sistema de injeção eletrônico capaz de ajustar a curva de avanço), caso contrário, o motor funciona normalmente, mas sem apresentar ganhos.
Muitos fabricantes recomendam esse combustível principalmente para carros com motores de alta performance com elevada taxa de compressão, turbinados ou com injeção direta.
Carros de baixa cilindrada podem utilizar esse tipo de combustível? Podem, sem problemas. Porém, não é possível afirmar que o motor se beneficiará da maior octanagem, já que a potência máxima é atingida normalmente com combustíveis comuns.
Gasolina de alta performance é recomendada para uso no tanquinho de partida a frio e também para veículos que rodam pouco e ficam com a gasolina parada no tanque por muito tempo. O prazo de validade destas é superior.
Vale a pena colocar gasolina premium em motores menores?
Para os “mortais”, a gasolina premium também pode trazer benefícios – bem mais discretos, é verdade. A BR até aconselha a gasolina premium para motores com compressão maior ou igual a 10:1, com a promessa de retomadas mais rápidas e ultrapassagens mais seguras.
Motores de baixa cilindrada, de três cilindros, e turbo, por exemplo, podem ser beneficiados. É necessário fazer os cálculos, no entanto, para analisar se o ganho de performance compensa o custo superior.
Contudo, esse ganho depende e varia conforme o motor. “A premium favorece o desempenho e a eficiência. Quando se tem carro com taxa de compressão alta, sistema de injeção mais moderno, que controla o ponto de ignição, consegue-se ganhar mais”, diz o especialista em combustíveis da Petrobras, Alexandre Ferreira Correia.