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Orçamento na medida certa

Descubra como ler corretamente um orçamento e evite cair em armadilhas

Por Rodolfo Parisi
Atualizado em 30 abr 2021, 17h00 - Publicado em 22 mar 2016, 14h32
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    É provável que você já tenha passado por uma situação assim: seu carro começa fazer alguns barulhos estranhos e você fica com medo de, um belo dia, enfrentar uma pane em pleno trânsito. Antes que isso aconteça, você decide levar o veículo a uma oficina. Mas, quando recebe o orçamento, você quase cai de costas ao saber o valor.

    Em muitos casos, os serviços realizados pelas oficinas são mais caros do que deveriam por culpa do próprio consumidor, que não tem o trabalho de analisar o orçamento com cuidado e aceita tudo o que é proposto pela oficina, sem questionamento. Além disso, não é raro se deparar com casos de má-fé entre profissionais e empresas que atuam no mercado. “O orçamento de serviços em concessionárias e oficinas particulares geralmente tem valores altos pela necessidade que consultores técnicos e mecânicos têm de atingir as metas ou os objetivos traçados pelas empresas”, diz Valter de Carvalho, fundador da Personal Car, empresa mineira que dá assessoria em orçamentos automotivos. Assim, independentemente do número de veículos que passam por uma concessionária em determinado mês, a meta precisa ser atingida. Por exemplo: se uma oficina quer faturar 100 000 reais num certo mês, não importa se passarão 30 ou 20 veículos. Os funcionários precisam cumprir a meta.

    Diante disso, como descobrir o que é certo ou errado na hora de pedir um orçamento automotivo? Se o trabalho a ser realizado for apenas uma revisão, lembre-se de solicitar o serviço de revisão básica. Se o serviço for mais completo, solicite que a oficina explique o motivo para que as peças sejam trocadas e, se ainda não se sentir confiante, leve o carro a uma outra oficina para comparar os orçamentos. “Se a revisão básica do seu veículo for troca de óleo, filtro de óleo, filtro de ar, filtro de combustível e velas, autorize somente o serviço básico”, diz Carvalho. Segundo ele, muitas concessionárias oferecem um “menu completo de revisão” e, sem sequer abrir o capô do carro, empurra serviços como limpeza de bico injetor, filtro e higienização de ar-condicionado, troca de palhetas e descontaminação do motor.

    Muitas vezes, o cliente aceita a execução dos serviços simplesmente por falta de informação. Há casos absurdos. Uma revisão básica de 10 000 quilômetros, por exemplo, não precisa de nada além da troca de óleo. Mas muitas oficinas realizam troca de aditivo, descontaminação do motor e uma série de outros serviços totalmente desnecessários.

    Os exemplos de absurdos realizados pelas oficinas são muitos, mas, como não podemos evitar os serviços de manutenção, vale uma dica: analise sempre o orçamento com cuidado e, se possível, converse com um consultor para verificar realmente o que é necessário trocar. Se, mesmo assim, estiver em dúvida, leve o carro a outras oficinas e compare os valores dos orçamentos. Dessa forma, você terá uma boa noção de quanto poderá economizar ao optar pelo orçamento na medida certa.

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    SEM DOR DE CABEÇA

    Veja 10 dicas práticas para receber um bom orçamento

    1) Nunca autorize um orçamento por telefone.

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    2) Peça ao mecânico que lhe mostre, no veículo, as peças listadas no orçamento.

    3) Se você não entende de mecânica automotiva, peça a assessoria de um profissional ou dicas de alguém que tenha conhecimento.

    4) Analise o orçamento com cuidado. Se tiver preguiça e autorizar tudo o que está no orçamento, pode acabar pagando por serviços e peças desnecessárias.

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    5) Verifique se as peças e os serviços que constam no orçamento têm relação com o problema que o levou a pro­curar uma oficina. Por exemplo: o motor do seu veículo está falhando, mas no orçamento consta a troca de suporte de motor – uma pe­­ça que nada tema ver com funcionamento de motor.

    6) Não autorize serviços como limpeza de bico, descontaminação de motor, hi-gienização de ar-condicionado e descarbonização de válvulas sem antes verificar se realmente são necessários, pois os fornecedores desses produtos premiam mecânicos e consultores pelo número de vendas.

    7) Quando for retirar seu veículo da oficina, solicite ver as peças que foram trocadas e confira se os itens substituídos batem com o que tinha sido orçado.

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    8) Se você não sabe quais peças e serviços são necessários para garantir a segurança do seu veículo, procure um profissional qualificado para dar essas informações.

    9) Há oficinas que trocam peças sem ter a certeza de que o problema será resolvido. Não sendo solucionado, cada vez que você retornar à oficina, ela co-brará por uma peça diferente. Não aceite isso. Se a oficina não resolveu o problema, ela deve retirar a peça que trocou ou abater o valor pago.

    10) Evite levar seu veículo para revisão no final do mês. Se a oficina ainda não conseguiu cumprir as metas de vendas no mês, pode empurrar o máximo de peças e serviços para alcançar seu objetivo.

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