Os motores conseguem identificar gasolina de baixa qualidade?
Na falta de olfato (ou paladar) de sommelier, motores modernos dependem da sonda lambda para saber o que você colocou dentro do tanque
![](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/04/12042_3_20160328172647-e1518813351864.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Por que ao colocar gasolina de maior octanagem num motor flex o sensor do ponto de ignição não reconhece essa diferença de octanagem, como faz com o álcool? – Osvaldo Carneiro Filho, Rio de Janeiro (RJ)
Primeiro é preciso entender que as injeções eletrônicas modernas possuem diversos sensores, mas não há nenhum que meça o ponto de ignição e a quantidade de octanas (unidade que indica a resistência à compressão sem pré-detonação) do combustível. Ou seja, o motor não consegue identificar a qualidade da gasolina (ou etanol) de forma direta.
Na verdade, a identificação do combustível usado (etanol ou gasolina) se dá pela sonda lambda, que mede a quantidade de oxigênio presente nos gases de escape. Os dados dela são utilizados para ajustar o tempo de injeção do combustível, sua quantidade e o ponto de ignição, que é alterado constantemente.
![Luz da injeção eletrônica do Smart Fortwo Coupé 1.0](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/11/luz-da-injec3a7c3a3o-eletrc3b4nica-do-smart-fortwo-coupc3a9-1-0-modelo-2009-durante-teste.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Isso não impede, porém, que a injeção reconheça o uso de gasolina com mais octanas de forma indireta. Desde 2015, a gasolina premium tem menos etanol misturado (25% contra 27% da comum e aditivada), possibilitando a identificação da octanagem por meio dos sensores de oxigênio da sonda lambda – a queima de uma gasolina com mais etanol é diferente da de uma com menos biocombustível.
![Versão GTI durou apenas dois anos, entre 2008 e 2009](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/01/golf-gti-da-volkswagen-modelo-2007-durante-teste-comparativo-da-revista-quatr.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A queima de combustíveis de má qualidade também altera os dados coletados pela sonda. Quando isso ocorre, a injeção altera seus parâmetros (mudando a quantidade e o momento em que o combustível entra na câmara de combustão) para tentar compensar a menor eficiência do combustível.
Quando esse ajuste chega ao limite programado pela fábrica, a famosa luz-espia da injeção se acende indicando que o motor não está mais trabalhando dentro dos parâmetros pré-estabelecidos, alertando o motorista sobre o combustível (ruim) que ele colocou no tanque.