Por que a posição da marcha à ré muda conforme o câmbio?
Cada fabricante pode fazer o que quiser, seguindo sua própria lógica
Em alguns carros, a posição da ré na alavanca do câmbio manual é para a frente, em outros é para trás. Qual a diferença? — Paulo Vinícius, Resende Costa (MG)
Não há diferença funcional em posicionar a marcha à ré para frente ou para trás.
Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 8,90
O que aconteceu é que, durante o desenvolvimento dos primeiros câmbios manuais, cada fabricante estabeleceu seu padrão. E vale lembrar que com o tempo o número de marchas também foi mudando.
Assim, num câmbio de três velocidades, seria natural que a ré ficasse na posição da quarta marcha. Mas, quando finalmente surgiu a quarta, onde a ré seria colocada? Desse modo, cada marca adaptou-se como quis.
Um dos caminhos utilizados foi colocar a ré na posição que seria da primeira marcha. Trata-se dos câmbios chamados de dogleg, muito utilizados em carros de corrida no passado mas que chegou a poucos carros de rua, especialmente aqueles com proposta mais esportiva, como os BMW M3 E30. Mas há veículos de carga com este sistema.
Há toda uma teoria para justificar essa disposição. A lógica é: a primeira marcha só serve para tirar o carro da inércia e depois tudo passa a acontecer entre a segunda e a quinta (ou sexta) marcha. Então por que não deixar a primeira marcha e a ré alinhadas? Assim, as trocas entre as demais marchas é facilitada e se torna mais rápida.
Em alguns veículos de carga com câmbio dogleg a primeira marcha pode ser ignorada, por ser muito curta. Alguns, inclusive, identificam essa primeira marcha com um “C” de “Crawler”, uma marcha de força. Desta forma, aquela que seria a segunda marcha é considerada a primeira e a “Crawler” pode ser ignorada na maior parte do tempo.