Por que não há motores de sete, nove ou 11 cilindros?
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Geralmente, o motor tem um número par de cilindros, mas há opções de cinco, como o antigo Fiat Marea, e os atuais três-cilindros. Por que não há motores de sete, nove ou 11 cilindros? – Rodolfo Rodrigues, – Mogi Guaçu (SP).
Motores com número ímpar de cilindros geralmente estão dispostos em linha (com raras exceções, como o VR5 de ângulo reduzido da Volks e motores V5 e V3 utilizados em motos), e este seria o principal fator limitante de seu emprego em quantidades maiores que cinco.
Apesar dos motores cinco-em-linha ainda terem espaço no portfólio da Audi, o compromisso entre tamanho (no caso, comprimento) do bloco e potência reduziu a aplicação de motores com seis cilindros (ou mais) em linha para uso automobilístico – apesar da Mercedes ensaiar uma retomada na tradição, com o renovado Classe S recebendo novas opções a gasolina e a diesel.
Espaço no cofre do motor não é problema para um Classe S, que pode comportar um V12 de 6 litros nas versões mais potentes. Mas em geral é difícil acomodar um motor com mais de seis cilindros em linha em carros de passeio, até porque a tendência é a instalação transversal, o que dificulta ainda mais seu uso.
Além disso, motores com número ímpar de cilindros possuem distribuição de massas e forças assimétrica, tornando mais difícil e complexo o seu balanceamento – não por acaso, os cinco cilindros da Audi são restritos aos caros e exclusivos TT RS e RS3.
No passado, como já explicamos neste post, motores automotivos de oito cilindros em linha eram comuns, como o do Bugatti Type 35 (1924) ou dos Buick e Oldsmobile dos anos 40. Mesmo assim, não se tem conhecimento de motores de dez ou 12 cilindros em linha, pois nesses casos o virabrequim muito longo sofreria um excesso de forças desiguais ao longo do seu comprimento.
Quando se necessita de mais cilindros, normalmente opta-se pela configuração em V, W ou opostos (boxer). Todas essas alternativas reduzem seu comprimento sem afetar a potência, mas geralmente só são utilizadas com números pares de cilindros.
Em aplicações marítimas de grande porte, porém, os motores em linha reinam absolutos, já que o virabrequim pode ser reforçado sem se preocupar com o peso ou com limites de espaço.
Por isso há modelos como os da MAN (dez cilindros e 58.600 cv), Rolls-Royce Marine (nove cilindros de 2.180 a 69.000 cv) ou Sisu (com sete ou 13 cilindros), entre outros.