Retífica dos discos de freio pode piorar a frenagem do carro?
O ajuste perfeito e o controle do desgaste são fundamentais para que o carro tenha uma boa frenagem
Renan Senra, São Caetano do Sul (SP)
Sim. Quem responde é o promotor técnico da Hipper Freios, Domingos Felice. Segundo ele, todos os discos e tambores de freio têm gravadas as especificações de medidas mínimas para uso seguro e eficiente.
Como a retífica dos discos é um processo de desbaste que nivela a superfície de atrito do disco, é preciso estar atento à espessura. “Uma vez atingida a medida indicada como limite, o componente deve ser substituído, pelo motivo de não suportar uma condição extrema de frenagem, bem como sua dissipação térmica, comprometendo a eficiência e a segurança”.
Vale ressaltar que danos como empenamento (quando o disco sofre um choque térmico, como ao passar por poças d’água após uso intenso) ou danos provocados por pastilhas desgastadas podem antecipar a troca do disco.
Em alguns casos é possível trocar as pastilhas e manter o disco, desde que ainda tenha material de desgaste, esteja dentro da tolerância mínima, e que haja o aval da fabricante (que normalmente exige a retífica do disco) nos manuais de revisão e reparo.
Fazer o contrário, porém, é garantia de prejuízo: pastilhas gastas podem danificar os discos de forma irreversível e aumentar os custos com a manutenção.
Outras situações
Alguns carros, inclusive, têm furos nos discos que indicam o momento certo de fazer as manutenções nos discos e pastilhas. Nos Volkswagen nacionais, a partir da terceira geração do Gol (2008) os discos têm dois furos que servem como indicadores de desgaste.
Alguns carros ainda tem um indicador de desgaste das pastilhas, que aciona uma luz-espia no painel. Um ruído metálico ao frear também pode ser um indicativo de que as pastilhas chegaram ao final de sua vida útil.