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Toneladas de alumínio: vimos de perto como são fabricados os motores Honda

Visitamos a fábrica da Honda para ver os motores do Civic, Fit, WR-V e HR-V, desde o alumínio derretido até o motor pronto para a partida

Por Fabio Black
19 abr 2021, 09h18
São 9.660 motores que saem prontos para serem instalados em todos os carros da Honda fabricados no Brasil. A fundição ainda produz componentes para a fábrica da marca no México
São 9.660 motores que saem prontos para serem instalados em todos os carros da Honda fabricados no Brasil. A fundição ainda produz componentes para a fábrica da marca no México (Divulgação/Divulgação)

A Honda produz automóveis no Brasil desde 1997 e fabrica seus próprios motores em Sumaré, interior de São Paulo, desde 2007. São os motores 1.5, 1.8 e 2.0 de quatro cilindros, que estão em Fit, WR-V, HR-V e Civic (com exceção das versões equipadas com os motores turbo, que são importadas).

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A unidade dos motores, chamada de Powertrain, é dividida em três linhas: fundição, usinagem e montagem.

A liga de alumínio fica armazenada em tanques de espera, em estado liquido a mais de 750º C. Dali partem para a injeção nas ferramentas tanto do cabeçote quanto do bloco
A liga de alumínio fica armazenada em tanques de espera, em estado liquido a mais de 750º C. Dali partem para a injeção nas ferramentas tanto do cabeçote quanto do bloco (Divulgação/Divulgação)

Na fundição são fabricados blocos e cabeçotes, em um processo totalmente automatizado no qual a liga de alumínio chega derretida de um fornecedor localizado próximo à fábrica e, em menos de dois minutos (mais precisamente 105 segundos), surge um bloco de motor pronto. No caso do cabeçote, que apesar de menor é um componente mais complexo, são necessários 150 segundos.

Prontas e ainda quentes, essas peças partem para a linha de usinagem, onde passam por diversos processos, no total 17 para os blocos e 21 para os cabeçotes, desde fresamento, produção de furos e roscas etc., até serem lavados e inspecionados.

Feitos de areia, o moldes são cozidos e depois de pronto usados para formar as galerias de água e dutos de admissão e exaustão
Feitos de areia, o moldes são cozidos e depois de pronto usados para formar as galerias de água e dutos de admissão e exaustão (Divulgação/Divulgação)

Aprovados, bloco e cabeçote seguem a montagem. Cada um em sua linha recebe componentes como as válvulas, no caso do cabeçote, e os pistões, no caso do bloco, para depois se encontrarem e serem unidos, passando a receber a companhia de sistemas agregados, componentes elétricos, câmbio e até os fluidos. Todas as partes instaladas a partir da união do bloco com o cabeçote vêm de fornecedores externos.

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O tempo total de produção de um motor é de 13 horas. Por mês, 9.660 motores saem prontos dali para equipar os carros fabricados no Brasil. Ou seja: quase 19 motores a cada hora, ou um motor a cada três minutos.

Os moldes internos do cabeçote, feitos de areia, são retirados por um processo chamado
Os moldes internos do cabeçote, feitos de areia, são retirados por um processo chamado “shake” (Divulgação/Divulgação)

Segundo a Honda, ela emprega 468 funcionários nas três linhas de produção dos motores (fundição, usinagem e montagem) e, para que tudo saia perfeito, são realizados 306 processos de inspeção nas linhas, a cada 24 horas, o que assegura um índice de aprovação de 99,96% dos motores fabricados em Sumaré.

Fundição de blocos e cabeçotes: Do estado líquido ao sólido

O antes e depois das peças que chegam na usinagem.
O antes e depois das peças que chegam na usinagem. (Divulgação/Divulgação)

São duas ligas de alumínio: uma para o cabeçote e outra para o bloco. Os processos de injeção de alumínio também são diferentes. Para o bloco, utiliza-se as próprias camisas dos cilindros como parte do molde (que pesa 23 toneladas).

Vinte e sete quilos de alumínio a 750 ºC são injetados sob alta pressão no molde. Já o cabeçote necessita de um processo mais lento de injeção da liga de alumínio. Isso porque, os moldes internos, responsáveis pela formação das galerias de água e dos dutos de admissão e de exaustão, são feitos de areia. Conhecidos como “machos de areia”, esses moldes internos são removidos após a fundição da peça através de um processo chamado shake.

A ferramenta de injeção produz dois cabeçotes por vez. Para cada cabeçote, são injetados 14 quilos de liga de alumínio.

Usinagem dos componentes: o metal lapidado

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O setor de usinagem finaliza e inspeciona todas as peças da fundição em diversos processos como lavagens, teste de estanqueidade para verificar se não há vazamentos (Divulgação/Divulgação)

Ainda quentes, os componentes recém-injetados chegam à pré-usinagem para receber tratamentos em todas as faces. Ganham uma lavagem e vão para o teste de estanqueidade para verificar se há vazamentos. Depois, o bloco recebe a junção do bloco inferior, peça que vem pronta para montagem e é instalada com prensa e torque adequado.

As camisas dos pistões são utilizadas como molde interno na injeção do bloco e recebem o brunimento na usinagem
As camisas dos pistões são utilizadas como molde interno na injeção do bloco e recebem o brunimento na usinagem (Divulgação/Divulgação)

São diversas etapas de acabamento e de controle de qualidade. Nessa etapa o cabeçote ganha componentes que também necessitam de acabamento após a instalação, para depois ocorrer a medição e a inspeção final das peças.

Montagem final: terminando o quebra-cabeça

Na linha de montagem de motores, setor mais populoso da planta de motores da Honda o trabalho não para. São 19 motores prontos para funcionar a cada hora
Na linha de montagem de motores, setor mais populoso da planta de motores da Honda o trabalho não para. São 19 motores prontos para funcionar a cada hora (Divulgação/Divulgação)

O bloco e o cabeçote partem de pontos distintos e se encontram no meio do caminho para a montagem final. Antes desse casamento, o bloco recebe pistões, bronzinas, anéis, virabrequim e tampa de cárter, entre outros componentes. E o cabeçote, por sua vez, ganha válvulas, molas, tuchos, comandos, mancais e injetores.

Feita a união do bloco e do cabeçote, o motor é finalizado com a instalação de todos os sistemas agregados (alternador, radiador, ar-condicionado) bem como coletores (admissão e escape), catalisador e a parte elétrica. O câmbio (CVT em todos os modelos da Honda) é acoplado em um dos últimos estágios da montagem.

No final da linha, o motor é abastecido com os fluidos, inspecionado e segue pronto para ser instalado. Há um dinamômetro para fazer testes periódicos de qualidade e eficiência em  motores retirados da linha para amostra.

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