Quem tem carro novo hoje sabe que os veículos evoluíram bastante e, em geral, dão menos problemas. Contudo, não é porque ele já cumpriu as revisões obrigatórias ou tem pouco tempo de uso que não precisa fazer manutenção. Mas quando eles devem ser checados?
Aí vem a nossa primeira dica: o manual do carro vai informar sobre quase tudo que precisa ser feito e os prazos de validade das peças.
“O Manual do Proprietário indica o que verificar e quando verificar, geralmente até 200.000 km. É a melhor referência, pois é baseado nos estudos estatísticos que as fábricas fazem para ver a média de deterioração dos componentes”, explica o engenheiro Edson Orikassa, vice-presidente da Associação de Engenharia Automotiva (AEA).
A seguir, listamos as intervenções mecânicas que devem ser feitas regularmente para que seu carro não quebre por aí.
- Freios – Em geral as pastilhas são as que mais pedem trocas e têm durabilidade de, em média, 20.000 a 30.000 km. As pastilhas dão sinal de que o fim está próximo quando começam a emitir um ruído metálico. Já os discos duram mais tempo, mas também precisam ser checados. O fluido do freio, por sua vez, tem validade de tempo, em média cinco anos, pois absorve naturalmente água e umidade.
- Óleo do motor – Nas revisões, as concessionárias usam o óleo específico para o carro. E isso deve continuar por toda a vida do veículo. O correto funcionamento do motor, para que ele trabalhe na temperatura ideal e com o menor atrito possível das peças metálicas, depende do lubrificante. As trocas de óleo e filtro, assim como as especificações do lubrificante, constam no manual. Mas, normalmente, os prazos são a cada 10.000 km. Óleo velho ou errado vai favorecer a formação de borra, aumentar o consumo de combustível e pode até quebrar o motor. E nada de completar além do máximo na vareta de medição do cárter. “Tem que ficar entre as marcações de mínimo e máximo, de preferência no meio. Aquele óleo em excesso vai ficar rodando dentro do conjunto mecânico e consumindo mais energia, o que acaba aquecendo mais o motor”, alerta Edson.
- Caixa de câmbio – Outro item que deve ser inspecionado regularmente, seja qual for a idade ou quilometragem do automóvel. O óleo do câmbio precisa ser trocado conforme orientação da montadora no manual. Tem carro que garante o óleo da caixa até os 240.000 km, mas tem outros em que a troca deve ser feita pela metade desse tempo. Então, olho no livrinho. “A troca no prazo correto evita a saturação, a baixa eficiência de circulação, impede a entrada de contaminantes no sistema de transmissão, que podem gerar a perda de rendimento e trepidação, e, em casos mais graves, evita o travamento do câmbio devido ao desgaste”, alerta Plinio Fazol, gerente de marketing da Tecfil. Bom lembrar que o nível do óleo de câmbio nunca baixa, caso contrário pode haver algum vazamento.
- Sistema de arrefecimento – As montadoras recomendam trocas regulares da água (desmineralizada) do radiador e também detalham que tipo de aditivo que deve ser posto no sistema. A troca do líquido que circula dentro do motor pode ter intervalos entre 2 anos e até 10 anos. Vale ficar atento: tem concessionária que tentar empurrar a troca em todas as revisões.
- Pneus – Os pneus não fazem parte do plano de revisões, contudo merecem tanta atenção quanto os freios. O motorista deve ficar atento à calibragem semanal, ao rodízio (de acordo com a recomendação da fábrica) e ao desgaste (observando o indicador TWI, que existe na banda). Pneu também tem validade, em geral de cinco anos. Se você não lembra a data da compra, na própria borracha existe a marcação de um número “DOT”. Lá constam a semana e o ano de fabricação.
- Alinhamento e balanceamento – Isso também não consta nas manutenções oficiais, mas são recomendados pelas fabricantes em caso de troca de pneus – algumas marcas indicam os intervalos regulares para o serviço. Alinhamento e balanceamento também podem ser feitos caso o veículo tenha caído em um buraco ou o motorista perceba excesso de trepidações no volante, desgaste irregular dos pneus ou que o carro esteja puxando mais para algum dos lados.
- Correia dentada – O tempo de duração da peça costuma estar no manual, mas como a correia dentada é um componente que, se arrebentar, pode afetar o motor, vale checar a cada 10.000 km.
- Velas de ignição – O desgaste e a sujeira nas velas são normais, mas conforme o carro elas podem durar mais de 50.000 km. Porém, as montadoras geralmente recomendam a checagem das velas a cada revisão. Sendo que, algumas fabricantes indicam fazer a limpeza do componente e a regulagem dos eletrodos, juntamente com a verificação de cabos de velas e bobinas.
- Filtros – Além do filtro de óleo, que deve ser substituído nas trocas do lubrificante, os filtros de ar do motor (elemento) também têm prazo de duração entre 20.000 e 30.000 km.
- Bateria – A bateria tem validade. Geralmente as de segunda linha, mais baratas, duram até 18 meses. Já as de primeira linha podem durar até três anos. A peça deve ter a amperagem recomendada para o carro.
- Direção hidráulica – A assistência hidráulica da direção demanda fluido específico, que deve ser verificado conforme orientação da montadora, em geral entre 30.000 e
40.000 km. Esse óleo, se muito baixo ou fora da validade, pode sobrecarregar a bomba hidráulica e até travar o volante. - Limpador de para-brisa – Se em funcionamento o limpador estiver agarrando no vidro ou fazendo muito barulho, pode ser sinal de que já está em fim de vida. Também é possível observar se a borracha da palheta está ressecada, com as pontas irregulares.