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Chevrolet Corsa Sedan foi substituto do Chevette – e fez mais sucesso

Sucessor do Chevette, o Corsa Sedan fez jus ao gosto de uma clientela tradicional da GM. Ganhou o mundo e só saiu de linha em 2016

Por Felipe Bitu
9 jun 2024, 14h00
Chevrolet Corsa Sedan
Versão GLS vinha de série com rodas de liga e farol de milha  (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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O Corsa é um dos automóveis mais bem-sucedidos do país e chegou ao mercado com uma missão árdua: substituir outro grande sucesso, o Chevrolet Chevette – um compacto com mais de 1 milhão de unidades produzidas em 20 anos. No auge, sua família era completa: além do hatch, havia uma perua (Marajó) e uma picape (Chevy 500).

Em 1994, o Corsa foi apresentado e escancarou o abismo que separava a GM do Brasil da alemã Opel: o pequeno hatch surpreendeu pelo estilo arredondado e importantes virtudes, como injeção eletrônica, bom acabamento e um interior bem aproveitado. Comparado ao último Chevette, ele era melhor em quase tudo.

Corsa Wind modelo 1997 da Chevrolet.
Corsa Wind modelo 1997 da Chevrolet (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Porém, o porta-malas de 260 litros não era suficiente para satisfazer os donos tradicionais do Chevette, acostumados ao compartimento com 323  litros – público que só se deu por satisfeito ao saber que a turma de São Caetano do Sul já estava trabalhando no Projeto Gemini (ou 2060).

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De fato, a engenharia da GM estava acelerada: em média, uma nova versão do Corsa era apresentada a cada três meses. Primeiro vieram a Pickup e o hatch de quatro portas. Guardado a sete chaves, as linhas do Corsa Sedan acabaram vazando em agosto de 1995, graças a um furo de reportagem que ganhou a capa de QUATRO RODAS.

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agosto de 1995, quatro rodas
(Acervo/Quatro Rodas)

Desenvolvido especialmente para o mercado brasileiro, o resultado final era dos melhores: mantendo a mesma distância entre os eixos do hatch, o terceiro volume acrescentava apenas 30 cm ao comprimento total. Todas as proporções eram muito harmoniosas: a nova coluna C definia a queda suave do vidro traseiro e recebia uma terceira janela lateral.

O maior beneficiado era o porta-malas: nada menos que 390 litros, um acréscimo de 33%. Bem executado, o projeto nacional incluía o acesso ao porta-malas pelo interior do veículo, por meio do rebatimento do banco traseiro, solução ainda rara entre os sedãs nacionais. Ao contrário do hatch, os para-choques eram sempre pintados na cor da carroceria.

Chevrolet Corsa Sedan
Design harmônico rendeu o apelido de “baby Vectra” (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Mas a melhor novidade era o motor de 1,6 litro e cabeçote de oito válvulas da Pickup, que recebia injeção eletrônica multiponto para obter um expressivo salto de potência (de 79 cv para 92 v), sem comprometer o torque em baixas rotações. O desempenho era bem adequado: máxima de 176 km/h e 12,8 s para sair da imobilidade e alcançar os 100 km/h.

Havia duas opções de acabamento: a básica GL e a requintada GLS, que se diferenciava pela oferta de faróis de neblina, travas e vidros com acionamento elétrico e rodas de liga leve de aro 14 com pneus 185/60. Direção hidráulica, ar-condicionado e freios ABS, só como opcionais.

Chevrolet Corsa Sedan

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De visual caprichado, não demorou para que a versão GLS ganhasse o apelido de “baby Vectra”, principalmente após a adoção da transmissão automática Aisin de quatro marchas.

Para quem gostava de acelerar também foi oferecido o motor 1.6 16V com 102 cv. Fabricado em 1996, o Sedan GLS 1997 que ilustra a reportagem pertence ao casal Fernanda e Fabrício Soares, de São Paulo: “É um carro que honra a tradição do Chevette: pequeno e com bom porta- malas, é robusto, confiável, de manutenção simples e baixo consumo”.

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Depois de ganhar motor 1.0, o Corsa Sedan mudou até de nome: virou Classic (Chevrolet/Divulgação)

Com motor 1.0 de 60 cv, a versão Wind introduzia o Corsa Sedan no segmento dos populares em 1998. As versões mais caras ganhavam a opção do airbag para o motorista, mas a chegada do Astra Sedan cativou o público disposto a pagar por mais espaço. A potência subiu para 68 cv na versão Super 16V, mas era pior em dirigibilidade.

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(Divulgação/Chevrolet)

Reestilizado em 2000, o Sedan recebeu para-choques e lanternas redesenhados e, alguns meses depois, faróis com lente de policarbonato.

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O último visual do Classic foi criado na China (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O sucesso do Corsa Sedan entre os populares o tornou imune à chegada da terceira geração em 2002. Rebatizada de Chevrolet Classic, a segunda geração quebrou os dois recordes do Chevette: o de produção e o de longevidade, pois ficou em produção por 21 anos.

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Chevrolet Classic Advantage 1.0
Chevrolet Classic Advantage 1.0 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Antes de sair de linha, em 2016, o Chevrolet Classic ganhou uma boa reestilização em 2010. Foi quando, com novos faróis, lanternas e para-choques ele passou a ter exatamente o mesmo visual do Chevrolet Sail que estava se despedindo do mercado chinês. Isso porque aquele projeto concebido no Brasil em meados dos anos 1990 atravessou o planeta e foi fabricado na China entre 2000 e 2009.

Ficha Técnica – Corsa Sedan GLS 1997
Motor transversal, 4 cilindros em linha, 1. 598 cm3, 8V, comando de válvulas simples no cabeçote, 92 cv a 5.600 rpm, 13 mkgf a 2.800 rpm
Câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira
Dimensões comprimento, 402 cm; largura, 160 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 244,3 cm; peso, 1.047 kg
Pneus 185/60 R14
Teste QUATRO RODAS – março de 1996
Aceleração de 0 a 100 km/h 12,4 s
Velocidade máxima 176 km/h
Consumo médio 11,8 km/l (gasolina)
Preço (fevereiro de 1996) R$ 21.780
Preço (atualizado IPCA) R$ 119.105

 

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