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Classico: Mini Pick-up era a mais compacta das picapes

Com produção limitada, a picapinha inglesa apresentava as mesmas virtudes do modelo Mini, do qual derivava

Por Felipe bitu | Fotos Diogo Sallaberry
Atualizado em 26 jun 2022, 09h18 - Publicado em 26 jun 2022, 09h18
Picape Mini Morris
A grade do Mini era adotada como acessório  (Diogo sallaberry/Quatro Rodas)
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O ano de 1959 marcou para sempre a história da indústria automobilística mundial. Foi nesse período que a British Motor Corporation apresentou o Mini, um automóvel minúsculo com motor transversal e tração dianteira desenvolvido pelo projetista Alec Issigonis. Dois anos depois surge uma de suas variações mais interessantes: o Mini Pick-up.

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Prática, econômica e fácil de manter, a picapinha com linhas assinadas por John Sheppard media apenas 3,31 metros de comprimento e compartilhava a mesma estrutura monobloco da perua comercial Mini Van, com entre-eixos 25 centímetros maior que o do Mini original. A pequena caçamba de 1,20 x 0,85 m era capaz de transportar mais de 300 kg de carga.

Seu comportamento dinâmico era notável, vazia ou carregada. A suspensão independente nas quatro rodas seguia o projeto original de Issigonis, com subchassis dianteiro e traseiro, coxins de borracha como elemento elástico e curso maior de trabalho no eixo traseiro.

Picape Mini Morris
As lanternas eram as mesmas do Rover P4 (Diogo sallaberry/Quatro Rodas)

O sistema de direção usava caixa com pinhão e cremalheira, e as minúsculas rodas de 10 polegadas abrigavam freios a tambor.

Para impulsionar seus 621 kg o trem de força era o mesmo do Mini de entrada: o motor BMC de quatro cilindros, 0,8 litro de cilindrada rendia 34 cv a 5.500 rpm, transmitidos às rodas dianteiras por um câmbio manual de quatro marchas. Seu caráter utilitário era reforçado pela ausência de uma grade dianteira: no lugar dela era instalada uma chapa de aço com entradas de ar estampadas. O consumo anunciado era de 17 km/l.

O interior era igualmente frugal, com janelas laterais corrediças: a falta de revestimento nas portas aumentava o espaço para objetos, já favorecido pela prateleira abaixo do para-brisa.

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O volante era de dois raios e o conjunto de instrumentos estava posicionado no meio do painel, com velocímetro, termômetro, manômetro de pressão do óleo e luzes de advertência.

Picape Mini Morris
Dobradiças aparentes e vidros corrediços (Diogo sallaberry/Quatro Rodas)

Os itens de série oferecidos tanto pela Austin (Se7en Pick-up) quanto pela Morris (Mini Pick-up) eram limitados: lavadores de para-brisa, luz interna de cortesia e garras nos para-choques. A lista de opcionais seguia igualmente enxuta: aquecedor, cintos de segurança, para-brisa laminado e capota de lona.

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O motor de 1 litro de cilindrada e 38 cv entra para a referida lista em 1967 e no ano seguinte o câmbio passa a contar com primeira marcha sincronizada.

A formação da British Leyland Motor Corporation unificou o nome oficial da picape, que a partir de 1969 passou a ser denominada apenas Mini Pick-up.

Picape Mini Morris
A tampa traseira tinha 1 metro exato de largura (Diogo Sallaberry/Quatro Rodas)

Outras melhorias foram incorporadas em 1972: câmbio com sincronizadores mais eficientes, juntas homocinéticas com coifas redimensionadas e sistema elétrico com alternador no lugar do dínamo.

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Outros aprimoramentos foram incorporados ao longo da década de 1970: trambulador do câmbio no assoalho, cintos de segurança retráteis, recalibração dos sistemas de alimentação e ignição, escapamento com dois abafadores, comandos de luzes e limpador de para-brisa na coluna de direção e volante do Austin Allegro.

Picape Mini Morris
Rara unidade com volante no lado esquerdo. Cabine mede apenas 1,16 x 1,17 metro (Diogo Sallaberry/Quatro Rodas)

Apesar de suas limitações, a Mini Pick-up teve boa aceitação em antigas colônias britânicas como a África do Sul. Em 1978, ela foi rebatizada como Mini 95, uma referência ao peso bruto total de 0,95 tonelada. Em 1980, o motor de 0,8 litro deixou de ser oferecido.

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A Mini Pick-up que ilustra a reportagem pertence ao entusiasta Delmar Luiz Perizzollo, presidente do Club Mini do Rio Grande do Sul. “Ela é tão confiável que a uso diariamente”, diz o proprietário.

Picape Mini Morris
(Diogo sallaberry/Quatro Rodas)

“Nos últimos sete anos, já percorremos mais de 20.000 km, prestigiando eventos de automóveis antigos em Santa Fé (Argentina) e Punta del Este (Uruguai)”, explica. “Desconheço outra unidade da Mini Pick-up no Brasil”, afirma.

Estima-se que pouco mais de 58.000 unidades deixaram a fábrica de Longbridge, na Inglaterra, até 1982, número que representa apenas 1% de todos os Mini produzidos. “Por se tratar de um veículo comercial, a maioria foi usada até o fim de sua vida útil, o que faz dela uma das versões mais raras do Mini no mundo”, conta o colecionador, especializado em microcarros, Eugênio Chiti.

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Picape Mini Morris
Pioneirismo: motor transversal de quatro cilindros em linha (Diogo Sallaberry/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Mini Pick-up 1968

Motor: transversal, 4 cilindros, 998 cm3, alimentação por carburador de venturi variável
Potência: 38 cv a 4.750 rpm
Torque: 7,12 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração dianteira
Carroceria: fechada, 2 portas, 2 lugares
Pneus: 145-10
Dimensões: comprimento, 331 cm; largura, 141 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 214 cm; peso, 621 kg

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