O Ford Mustang é um do maiores expoentes dos pony cars, cupês baratos de quatro lugares com capô longo, traseira curta e opcionais escolhidos a dedo para cativar o público jovem. Boa parte desse sucesso se deve à versão Mach 1, que surgiu para enfrentar concorrentes como Plymouth Barracuda, AMC Javelin, Chevrolet Camaro e Pontiac Firebird.
Reestilizado em 1969, o Mustang oferecia nada menos que seis versões esportivas: GT, Shelby GT350, Shelby GT500, Boss 302, Boss 429 e Mach 1. Esta última estava disponível apenas com a carroceria SportsRoof (fastback) e trazia o novo V8 Windsor de 5,7 litros e 250 cv acoplado a uma transmissão manual de três marchas.
O Mach 1 era o mais requintado dos Mustang esportivos. Sua agressividade era realçada pelas faixas pretas e pelo capô, com entrada de ar e pinos de segurança para impedir a abertura em altas velocidades.
As rodas cromadas calçavam pneus Goodyear Polyglas E70-14. A suspensão era redimensionada, com molas e amortecedores de maior carga e barra estabilizadora dianteira mais grossa para conter a rolagem da carroceria. Havia mais duas opções de câmbio: o manual de quatro marchas e o automático Cruise-O-Matic de três.
Um carburador de corpo quádruplo fazia o V8 Windsor saltar para 290 cv. Aos insatisfeitos restavam os V8 de bloco grande: o FE de 6,4 litros e 320 cv, o Cobra Jet de 7 litros e 335 cv e o Super Cobra Jet de 7 litros e 360 cv para acelerar de 0 a 96 km/h em 5,7 s.
O Mach 1 de 1970 trouxe uma dianteira reestilizada com apenas um par de faróis, lanternas traseiras embutidas e entradas de ar laterais suprimidas. O V8 Windsor de 5,7 litros e 250 cv foi substituído pelo V8 Cleveland de 5,8 litros, capaz de chegar aos 300 cv com o carburador de corpo quádruplo. O V8 FE de 6,4 litros e 320 cv deixava de ser produzido.
O modelo 1971 representou uma evolução radical: maior e mais largo, o Mach 1 beirava os 1.600 kg e foi muito criticado pelo vidro traseiro quase horizontal. O V8 Windsor de 5 litros e 210 cv era o novo motor de entrada, seguido do V8 Cleveland de 5,8 litros com 240 cv e 285 cv. O ápice da performance vinha nos V8 Cobra Jet e Cobra Jet Ram Air de 7 litros, respectivamente, com 370 e 375 cv.
Os enormes V8 de 7 litros foram abandonados em 1972, ano em que a ficha técnica do Mach 1 passou a exibir valores líquidos de potência. O V8 Windsor de 5 litros declarava apenas 140 cv. A potência do V8 Cleveland de 5,8 litros era de 177 cv, 266 cv e 275 cv (R-Code HO). A crise energética de 1973 provocou uma situação inusitada: o Mach 1 1974 foi o único a não contar com um V8.
Sob o capô estava o minúsculo V6 Cologne de 2,8 litros e 106 cv. O V8 voltaria apenas em 1975: amansado por normas de emissões, o bom e velho Windsor de 5 litros rendia parcos 129 cv, suficientes para acelerar de 0 a 96 km/h em 10,5 segundos. O Mach 1 permaneceu praticamente inalterado até 1978, ano em que a segunda geração do Mustang teve sua produção encerrada.
O Mustang Mach 1 pôs fim a um hiato de 25 anos em 2003, inicialmente concebido como edição limitada a 6.500 unidades. Era impulsionado pelo V8 Modular de 4,6 litros e 300 cv e acelerava de 0 a 96 km/h em apenas 5,2 segundos.
Os bons tempos estavam de volta: fez tanto sucesso que a Ford foi obrigada a estender a produção por mais um ano, totalizando mais de 16.000 unidades. Carismática, a lendária versão Mach 1 é uma das novidades mais aguardadas do Mustang na linha 2021.
Ficha técnica do Mustang Mach 1 1969:
Motor: | V8, 5,8 litros |
Potência: | 290 cv a 4.800 rpm |
Torque: | 53,3 kgfm a 3.200 rpm |
Câmbio | manual de 4 marchas |
Carroceria: | 2 portas, 4 lugares |
Dimensões: | comprimento, 476 cm; largura, 181 cm; altura, 130 cm; entre-eixos, 274 cm; peso, 1.484 kg |
Desempenho: | aceleração de 0 a 100 km/h: 6,5 s; velocidade máxima de 211 km/h |