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VW Gol GT, o carro que converteu o fracasso do hatch em sucesso

Primeira versão esportiva do hatch nacional recebia um tempero de Golf GTI para desfazer a má fama de hatch com desempenho fraco

Por Felipe Bitu
15 jul 2023, 12h00
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  •  (Acervo/Quatro Rodas)
    CLASSICOS GOL GT 03
    Os faróis de neblina foram adotados em 1985 (Acervo/Quatro Rodas)

    A indústria automobilística nacional é notória pelo número de  modelos desenvolvidos especificamente para o mercado brasileiro.

    Uma das histórias mais interessantes é a do Gol GT, versão esportiva que surgiu para corrigir o destino do automóvel que liderou o ranking de vendas durante 27 anos consecutivos.

    O Gol foi a grande novidade da Volkswagen em 1980, a esperança da marca para repetir o sucesso que o Golf teve na Alemanha em 1974 ao suceder o Fusca.

    CLASSICOS GOL GT 01
    Faróis e piscas do Gol GT eram compartilhados com Voyage e Parati (Acervo/Quatro Rodas)

    Só havia um problema: em vez de utilizar os motores EA111 e EA827 refrigerados a água, a filial de São Bernardo do Campo insistiu no 1.3 refrigerado a ar herdado do Fusca.

    Era um paradoxo: um carro bonito, moderno e estável sabotado por uma mecânica com mais de 40 anos.

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    Seu desempenho era capaz de irritar até o mais pacato dos motoristas: máxima de 124,67 km/h e 0 a 100 km/h em 30,27 segundos. Um automóvel fraco na cidade e perigoso nas rodovias.

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    Volante “4 Bolas” surgiu em 1986 e virou febre entre os donos de VW (Acervo/Quatro Rodas)

    A má fama fez com que o Gol encalhasse nas concessionárias, o que não ocorreu com o sedã Voyage em 1981 e a perua Parati em 1982.

    A boa aceitação de ambos se deu em parte em função dos eficientes motores 1.5 e 1.6 refrigerados a água do Passat, similares ao utilizado pelo Golf alemão. A solução apareceu em abril de 1984.

    “O Gol GT foi uma iniciativa do diretor de engenharia na época, Philipp Schmidt”, conta o designer Gerson Barone, 40 anos dedicados à VW. “Era um alemão inovador e extremamente exigente, com forte obsessão pela qualidade e tecnologia”.

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    A traseira do Gol era inspirada no esportivo alemão Scirocco (Acervo/Quatro Rodas)

    O Gol esportivo era impulsionado por um inédito motor de 1,8 litro e potência declarada de 99 cv, bem acima dos 81 cv do Voyage e da Parati.

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    Era o suficiente para levar seus 934 kg de 0 a 100 km/h em menos de 11 segundos, com máxima beirando os 170 km/h. Boa parte desse desempenho vinha do comando de válvulas, o mesmo do Golf GTI alemão.

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    Rodas Avus e pneus de perfil 60: esportividade dos anos 80 (Acervo/Quatro Rodas)

    O esportivo de Wolfsburg também serviu de inspiração para a decoração esportiva: faróis redondos de longo alcance, pneus 185/60 em rodas Avus aro 14, grade na cor da carroceria, defletor dianteiro e um belo escapamento de saída dupla.

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    (Acervo/Quatro Rodas)

    O comportamento dinâmico estava à altura do novo motor: a suspensão dianteira recebeu molas mais rígidas e barra estabilizadora mais grossa e os amortecedores foram recalibrados.

    As pinças de freio foram redimensionadas e a direção adotou relação mais lenta em função dos pneus largos.

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    Velocímetro com escala até 220km/h (Acervo/Quatro Rodas)

    O conjunto ótico dianteiro era o usado no Voyage e na Parati, com enormes faróis retangulares ladeados por piscas verticais.

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    Na traseira havia um aplique preto fosco entre as lanternas e na tampa, e o vidro recebeu um adesivo com a inscrição GT. A cilindrada era orgulhosamente exibida por adesivos na traseira e laterais.

    QR 722 CLASSICOS GOL GT 07
    (Acervo/Quatro Rodas)

    O capricho se repetia no interior: bancos esportivos Recaro, volante de quatro raios do Passat TS, conta-giros e console com relógio digital.

    O câmbio de quatro marchas foi substituído no ano seguinte por outro de cinco, mas a relação final de transmissão permanecia inalterada, com velocidade máxima na última marcha.

    CLASSICOS GOL GT 05
    Banco Recaro: obrigatório num esportivo (Acervo/Quatro Rodas)

    Era mais ágil que o Ford Escort XR3, limitado pelo arcaico motor 1.6 e comando de válvulas no bloco. Logo ganhou a companhia do Passat GTS Pointer, que adequou a mesma receita a um perfil familiar.

    O motor AP foi adotado em meados de 1985, com bielas mais longas para melhor rendimento e funcionamento mais suave.

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    CLASSICOS GOL GT 02
    (Acervo/Quatro Rodas)

    Poucas alterações foram realizadas até o encerramento da produção, em 1986: foram adotados faróis de neblina, regulagem de altura para o banco do motorista e o belíssimo volante “quatro bolas”.

    Outro concorrente de respeito foi o Monza S/R, mas a tarefa de enfrentá-lo foi repassada ao sucessor GTS, que surgiu em 1987 com as belas rodas “pingo d’água” e aerofólio traseiro.

    Ficha técnica: VW Gol GT 1986

    Desempenho (Teste janeiro de 1986)

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