Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Fiat 147 Top era a tentativa de fazer compacto parecer um carrão

O revolucionário modelo encerrou seu ciclo de produção com toda a pompa e circunstância dos grandes automóveis

Por Felipe Bitu
Atualizado em 31 ago 2024, 12h46 - Publicado em 31 ago 2024, 11h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    Fiat 147 Top: apesar do estilo mais esportivo, é a versão de luxo do compacto (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Quem tem menos de 25 anos já deve ter incorporado o adjetivo “top” ao vocabulário. Apesar da recente popularidade, o anglicismo é utilizado há décadas para indicar qualidades excepcionais.

    Foi empregado pela Fiat italiana em 1979 em uma versão requintada do 127, até então seu modelo de maior sucesso. A filial brasileira repetiu o termo três anos depois, no modelo 147.

    Derivado do Fiat 127, o 147 era um automóvel tão “top” para a época que não sentiu o impacto de rivais mais recentes como Chevrolet Chevette hatch e Vokswagen Gol.

    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    Visibilidade total: retrovisor direito e limpador traseiro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Com tração dianteira e motor transversal, ele era imbatível sob o ponto de vista técnico, mas sua dirigibilidade foi seriamente comprometida por um câmbio de engates duros e imprecisos.

    Por mais “top” que ele fosse em desempenho, consumo e praticidade, no caso do 147 a última impressão era a que ficava: as arranhadas constantes nas trocas de marcha desgastavam também a sua reputação.

    Continua após a publicidade

    Os engates só foram suavizados em 1982, quando a engenharia da Fiat substituiu o sincronizado Porsche (com anéis de aço) pelo sincronizado BorgWarner (com anéis de bronze).

    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    Interior monocromático foi redesenhado por Nuccio Bertone (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Para acompanhar a inovação técnica no mesmo ano, nada melhor que duas versões novas. O 147 Racing assumia um caráter mais agressivo, evidenciado pelo pequeno volante de quatro raios e aerofólio no teto.

    Já o 147 Top destacou-se por uma esportividade sutil e discreta, com ênfase no conforto proporcionado pelo nível de equipamentos e acabamento interno com materiais de alta qualidade. Sua campanha publicitária era ousada.

    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    Painel tem instrumentação completa e comandos ergonômicos (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Continua após a publicidade
    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    Comandos do painel do Fiat 147 Top (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O 147 Top era definido como um carro de luxo, mas sem o ar pretensioso dos novos ricos. O designer Nuccio Bertone foi convocado para dar prestígio ao novo desenho do interior, com volante de dois raios e painel de instrumentos com conta-giros, marcador de temperatura e manômetro de pressão do óleo.

    Voltímetro e relógio ficavam na parte central, e a estranha manopla de câmbio também era obra do estúdio Bertone.

    O requinte e a comodidade eram complementados por bancos dianteiros reclináveis de veludo flocado, banco traseiro bipartido, desembaçador do vidro traseiro e cintos de segurança retráteis de três pontos.

    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    O porta-malas acarpetado é um requinte ainda nos dias de hoje (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Continua após a publicidade

    No exterior, apliques plásticos nas laterais, retrovisores redimensionados, spoiler dianteiro, faróis de neblina, limpador do vidro traseiro e rodas esportivas em aço estampado.

    Custando cerca de 36% mais que o básico 147 C, o Top ainda oferecia opcionais como ignição eletrônica, espelhos com controle interno e o desejado teto solar.

    Mas valia a pena para quem quisesse desfrutar do lendário motor 1.3 projetado por Aurelio Lampredi, sempre disposto a trabalhar em altas rotações para impulsionar os 820 kg do pequeno carrinho.

    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    O adesivo na lateral do capô identificava a versão de luxo do modelo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Apesar de menos potente que o Racing (de 72 cv), o Top trazia uma calibração exclusiva graças ao carburador de corpo simples. O resultado eram 61 cv e generosos 9,9 mkgf de torque a 3.000 rpm. O consumo urbano de 10,74 km/l era bem melhor que os 9,88 km/l da versão básica com o motor de 1.049 cm3 e 57 cv.

    Continua após a publicidade

    O Top era o 147 mais equilibrado em desempenho e consumo. Na pista, era marginalmente inferior ao Racing, com máxima de 144,5 km/h (contra 148,45 km/h) e 0 a 100 km/h em 16,43 s (contra 15,97 s).

    Grandes Brasileiros: Fiat 147 Top
    Motor e câmbio ocupavam só 20% do volume da carroceria (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O comportamento dinâmico era favorecido por freios eficientes e suspensão independente nas quatro rodas. Chegava a ser mais rápido que esportivos como o Chevette S/R.

    “Até onde sabemos foram produzidas só 252 unidades”, conta Marcelo Paolillo, colecionador paulistano dedicado a clássicos italianos.

    Muito valorizado pelos entusiastas da Fiat, o 147 Top foi substituído em 1983 pelo Spazio CLS, que apesar de receber outros avanços técnicos não tem a mesma popularidade, graças aos apliques plásticos que comprometeram a harmonia do seu desenho.

    Continua após a publicidade

    Teste QUATRO RODAS – Novembro de 1981

    Ficha técnica – Fiat 147 Top 1982

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.