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Mini-Landau? Ford Del Rey Ouro tinha teto solar e até câmbio automático

Referência em conforto, ele foi o primeiro nacional a contar com uma transmissão automática controlada eletronicamente

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 abr 2024, 14h16 - Publicado em 18 nov 2022, 19h50
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  • Del Rey Ouro
    A primeira grade foi inspirada na do Landau 1976 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Os anos 1970 foram um período conturbado. A instabilidade política no Oriente Médio causou duas crises energéticas em menos de dez anos, provocando uma grave recessão econômica e um pessimismo que obrigou a indústria a desenvolver modelos menores e mais racionais como o Ford Del Rey, no Brasil.

    Baseado no Corcel II, o Del Rey surgiu em meados de 1981 para ocupar o lugar do finado Maverick.

    A missão de enfrentar as versões mais caras do Chevrolet Opala era evidente, com esmero no acabamento e equipamentos como travas e vidros elétricos, ar-condicionado, teto solar e console de teto com relógio digital e luzes de leitura.

    Ford Del Rey
    O Del Rey teve versões de duas e quatro portas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O peso desses equipamentos não o impedia de alcançar a boa média de 9,9 km/l de etanol. Era o automóvel perfeito para uma época em que o barril de petróleo havia triplicado de preço, cenário distópico onde mesmo os automóveis de luxo deveriam consumir pouco.

    Só existia um porém: faltava o conforto e a praticidade de uma transmissão automática.

    Del Rey Ouro
    Painel trazia manômetro de pressão do óleo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Introduzida no mercado nacional pela própria Ford em 1969, a transmissão automática por comando apenas hidráulico era sinônimo de respostas lentas, perdas mecânicas e consumo elevado.

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    Era um item exclusivo do decano Ford Landau e seu sedento V8 de 5 litros, que percorria de 3,2 a 5,5 km a cada litro de etanol consumido. A solução surgiu no final de 1982, quando o Del Rey ganhou a opção de um câmbio automático de três velocidades fornecido pela Renault.

    O novo câmbio era simples, leve e controlado por um processador Renix Electronique que tornava as trocas de marchas mais rápidas e precisas. Desenvolvida em conjunto com a Bendix, a transmissão destacou-se pela eficiência.

    Del Rey Ouro
    Acabamento requintado se tornou referência (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Impulsionado por um motor de 1,6 litro e 69 cv, o Del Rey automático acelerou de 0 a 100 km/h em 22,8 segundos, apenas 1,2 segundo mais lento que a versão com câmbio manual de cinco marchas.

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    Sua velocidade máxima foi praticamente idêntica: 137,9 km/h contra 137,4 km/h. O consumo também foi pouco prejudicado: médias de 9 km/l na estrada a 80 km/h e 6,2 km/l na cidade, sempre com etanol.

    Coincidência ou não, o fato é que o Landau deixou de ser produzido em fevereiro de 1983, pouco tempo após o jornalista Claudio Carsughi declarar que o Del Rey automático oferecia o luxo e o conforto de um mini-Landau.

    Del Rey Ouro
    Espaço no banco
    traseiro era limitado pelo entre-eixos de apenas 2,44 metros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Uma das poucas limitações do câmbio era a falta de uma sobremarcha (overdrive). Adequado para uso urbano, o Del Rey automático era ideal para viajar sem pressa a 80 km/h, situação em que o motor girava a cerca de 2.800 rpm.

    A novidade de 1984 foi o motor CHT. Inicialmente desenvolvido para o Ford Escort, trazia aprimoramentos no coletor de admissão e pistões para melhorar a atomização do combustível por turbilhonamento.

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    A potência subiu para 73 cv, com ganhos expressivos no desempenho. Os freios dianteiros receberam discos ventilados. A modernidade de concorrentes como Chevrolet Monza e Volkswagen Santana motivou uma reestilização no modelo 1985, com grade dianteira e faróis inspirados no Escort.

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    Del Rey Ouro Ford
    Ar-condicionado era um opcional muito valorizado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A versão Ghia passou a contar com rodas de 14 polegadas, pneus 195/60 e recalibração no sistema de suspensão com amortecedores mais firmes e barras estabilizadoras de maior diâmetro.

    As modificações melhoraram o comportamento dinâmico do Del Rey, mas os pneus mais largos catalisaram a oferta da direção hidráulica no modelo 1986, período em que o novo motor CHT E-Max recebeu componentes internos mais leves e eficientes.

    A melhora era substancial: acelerava de 0 a 100 km/h em 18,5 segundos, com máxima de 139,1 km/h e média de consumo de 9,1 km/l na estrada a 100 km/h.  A média de consumo na cidade era melhor com o câmbio automático: 8,1 km/l contra 7,5 km/l do Del Rey com câmbio manual.

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    Apesar das virtudes, o câmbio automático não superou o estigma de equipamento caro e de manutenção onerosa e deixou de ser oferecido em 1988. A Ford só voltaria a ter um câmbio automático em 1991: o Versailles recebia a mesma caixa sem assistência eletrônica do VW Santana.

    Quatro Rodas 269
    (Reprodução/Quatro Rodas)

    Teste –Dezembro de 1982

    ACELERAÇÃO: 0 a 100 km/h: 22,84 s
    VELOC. MÁX.: 137,9 km/h
    CONSUMO:
    6,18 km/l (cidade)
    9,05 km/l (estrada)
    PREÇO
    Cr$ 3.921.457
    (dezembro de 1982)

    Ficha Técnica – Ford Del Rey Ouro 1984

    Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.555 cm³, comando de válvulas simples no bloco, alimentação por carburador
    Potência: 73 cv a 5.200 rpm
    Torque: 11,9 kgfm a 3.600 rpm
    Câmbio: automático de 3 marchas, tração dianteira Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares
    Dimensões: comprimento, 450 cm; largura, 167 cm; altura, 134,5 cm; entre-eixos, 244 cm; peso, 1.057 kg
    Pneus: 185/70 SR 13

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