Chegou ao fim, nesta sexta-feira (7) a produção do Ford Fiesta em todo o mundo. Foram produzidas mais de 18 milhões de unidades ao longo dos últimos 47 anos.
O hatch foi lançado em 1976 e fabricado inicialmente apenas na fábrica de Valência, na Espanha. Mas as duas últimas unidades fabricadas em Colônia, na Alemanha, serão preservadas. Uma delas ficará no acervo global e outra no acervo britânico, onde o Fiesta fez muito sucesso: acumulou mais de 5 milhões de emplacamentos desde 1977.
No Brasil, ele desembarcou em 1996 na terceira geração ainda importado da Espanha, sendo fabricado localmente a partir do ano seguinte, já em sua quarta geração. Mas saiu de linha por aqui em 2019, quando a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) foi fechada.
Ao longo de sete gerações, o hatch teve versões que valorizam o prazer ao dirigir e que fizeram jus ao termo pocket rocket, a exemplo dos modelos XR2, RS Turbo, RS 1800 e ST200 (que infelizmente não chegaram por aqui). A seguir, confira os melhores Ford Fiesta que qualquer entusiasta gostaria de ter:
Fiesta XR2 Mk I (1981)
A primeira geração do Fiesta recebeu sua primeira versão com proposta esportiva somente em 1981, cinco anos de depois de seu lançamento. Batizado de Fiesta XR2, o hatch substituía os faróis retangulares do modelo básico por um conjunto circular, além de também adotar faróis de longo alcance. As rodas tinham desenho inédito e a carroceria recebia um adesivo vermelho com o logo “XR2” que atravessava toda a lateral. O pacote de novidades era completado pela suspensão com calibragem mais rígida e o motor 1.6 de 85 cv, suficientes para os 823 quilos do compacto e fazer do modelo o primeiro da gama a ultrapassar os 160 km/h.
Fiesta XR2 Mk II (1984)
Com visual dianteiro que remete ao nosso Escort (depois do modelo 1988), o Fiesta XR2 de segunda geração apresentava um desenho um pouco mais moderno. Ele agora contava com para-choques envolventes de plástico, capô mais baixo e spoilers, mas mantinha os marcantes faróis de longo alcance na grade dianteira. Sob o capô, o Fiesta XR2 Mk II contava com um propulsor 1.6 aspirado de 97 cv, que fazia o hatch acelerar de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos.
Fiesta XR2i Mk III (1989)
Na terceira geração, o Fiesta ficou mais largo e com entre-eixos ampliado, sendo também o primeiro Fiesta que desembarcou no Brasil. Nunca trazida para o país, a versão esportiva XR2 (agora chamada de XR2i) também encarnou as mudanças e recebeu como novidade um novo motor 1.6 Twin Cam (com injeção eletrônica) de 112 cv. A aceleração de 0 a 100 km/h era feita em apenas 9,6 segundos – números expressivos para a época. O visual chamava atenção pelos para-choques dianteiros mais bojudos com (quatro!) faróis auxiliares, pelas rodas maiores e saias laterais que se interligavam com o desenho dos para-lamas. A cabine era marcada pelos bancos esportivos Recaro.
Fiesta RS Turbo Mk III (1990)
Em 1990 surgia o Fiesta RS Turbo, uma das configurações mais divertidas do hatch que, infelizmente, o Brasil também não teve o privilégio de receber. Ele contava com o mesmo visual do Fiesta XR2i, mas se diferenciava pelo capô com aberturas, rodas de três raios e para-choques com um friso verde. O motor 1.6 herdado do XR2i recebia um turbocompressor e intercooler que elevava sua potência de 112 para 135 cv, suficientes para baixar o tempo de aceleração em 1,6 segundos em relação ao Fiesta XR2i, além de garantir a diversão a bordo num carro que pesava pouco mais de 900 quilos.
Fiesta RS 1800 Mk III (1992)
Ainda baseada na terceira geração do hatch, o Fiesta RS 1800 abandonou o motor 1.6 turbo para adotar um motor 1.8 16V aspirado de 130 cv, que proporcionava um melhor comportamento dinâmico e maior estabilidade, segundo a marca. Em relação ao visual ele apenas se diferenciava do RS Turbo pela ausência do friso verde nos para-choques e rodas com novo desenho, de cinco raios. Foi a última versão esportiva dessa geração.
Fiesta ST Mk V (2005)
Em 2001 era apresentada a quinta geração do Fiesta, que ficou com maiores dimensões e melhor aproveitamento do espaço interno. Esse modelo chegou ao Brasil em 2002, quando começou a ser produzido na fábrica de Camaçari (BA) com alterações de estilo e projeto para redução de custos. Porém, vamos falar do Fiesta ST mostrado ao mundo em 2005, que era equipado com um propulsor 2.0 Duratec de 150 cv. Segundo a montadora, o Fiesta ST alcançou a marca de 7,9 segundos na prova de aceleração de 0 a 100 km/h. Para se destacar entre as versões básicas, ele era vendido exclusivamente com carroceria de duas portas, bem como para-choque dianteiro com maior entrada de ar, rodas de 17 polegadas, aerofólio e faixas centrais e laterais ao melhor estilo Mustang.
Fiesta ST Mk VI (2013)
Tido como um dos Fiesta mais belos já feitos, o Fiesta Mk VI (com facelift) já faz parte da era do downsizing, pois debaixo do capô do Fiesta ST lançado em 2013 (e comercializado até hoje) há um motor 1.6 Ecoboost que gera 182 cv e 24,5 mkgf de torque, sempre atrelado ao câmbio manual de seis marchas. O visual é marcado pela grade dianteira colmeia, para-choque dianteiro mais pronunciado e o traseiro com um falso defletor que abriga a dupla saída de escape. A aceleração de 0 a 100 km/h fica em 6,9 segundos e a velocidade máxima em 220 km/h. Um verdadeiro hot hatch.
Fiesta ST (2022)
Em 2016 o Ford Fiesta ganhou a versão ST200, que se destacava por ter 200 cv. Essa se tornou a potência padrão do hatch esportivo a partir de 2017. Na última geração essa potência passou a ser originada em um 1.5 EcoBoost que entrega os 200 cv e 32,63 kgfm. Além dos modos Normal e Esportivo, o hatch também apresenta um modo Track no lugar do modo Eco, que desativa o controle de tração e configura o controle de estabilidade para o modo wide-slip para a condução em circuito. O câmbio é manual de seis marchas, e a tração dianteira tem o recurso do Torque Vectoring Control, que reduz a tendência ao substerço e as saídas de frente ao tracionar (o chamado esterçamento por torque).