Muitas fabricantes de automóveis estão em uma encruzilhada atualmente. Querem se mostrar ao mundo como marcas elétricas, mas na verdade continuam sustentadas pelas vendas de carros com motores de combustão, porque são esses que lhes dão algum dinheiro.
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Isso é especialmente evidente com o trio premium alemão composto por Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes Classe E, que há décadas dominando o segmento não só na Europa como em outras partes do mundo. Justamente por isso, suas próximas gerações estarão disponíveis com versões elétricas e com motorizações “clássicas”, a combustão.
A Mercedes começa já começou a vender o EQE e em 2023 ele terá a companhia do Classe E renovado, a BMW terá os novos i5 e Série 5 também no ano que vem e a Audi vai lançar o A6 em 2024, com a mesma proposta.
“Com o A6 Avant e-tron concept estamos passando uma ideia concreta do design dos nossos futuros carros de produção em série feitos sobre a plataforma tecnológica PPE,” explica Oliver Hoffmann, diretor de Desenvolvimento da Audi, que promete para a versão elétrica uma autonomia de até 700 quilômetros.
Depois do sedã, mostrado em 2021, agora apresentam a perua A6 Avant e-Tron que estão tão próximo da versão final que seus criadores arriscam dizer que 99% do que se vê é definitivo.
Tal como seus antecessores, a luxuosa perua de 4,96 metros seduz pelo design e pelas proporções bem equilibradas. E, tal como o e-Tron GT atual, chegará com a vantagem de ter tecnologia de 800V.
Isso é fundamental para uma recarga muito rápida em postos de alta tensão: em carregadores de 270 kW, a bateria recupera o suficiente para 300 km em apenas 10 minutos. Em meia hora, a enorme bateria de 100 kWh – montada no assoalho, entre os eixos – vê sua carga passar de 5 a 80%. Isso significa que a autonomia dos elétricos estará ao nível da proporcionada pelos carros a gasolina.
A principal novidade no chassis tem que ver com a sua natureza de tração traseira, enquanto nas suspensões não há grandes surpresas, com arquiteturas independentes do tipo multilink em ambos os eixos, além de molas pneumáticas para uma resposta variável. E claro, se tratando da Audi, devemos esperar versões quattro na grande parte das motorizações que serão disponibilizadas.
Conjuntos anêmicos são coisa do passado. Esta perua tem 476 cv (350 kW) e 81,6 kgfm e ainda não corresponde à versão mais potente que será oferecida. Mesmo os motores mais modestos serão capazes de acelerações empolgantes, na casa dos 7 segundos para cumprir o 0 a 100 km/h.
A nova RS 6 Avant, então, não precisaria de mais do que 4 segundos para cumprir a mesma prova. Outra evolução significativa estará na velocidade máxima, que chegará aos 250 km/h, bem mais do que o normal nos carros elétricos hoje.