Audi Q6 e-tron se comunica por 64 combinações de luzes da lanterna
Os novos elétricos da Audi não abusam do design ou números: o foco é num conjunto amplo de tecnologias que, juntas, fazem bastante diferença
A Audi já vende carros elétricos há um bom tempo, então é natural que o novo Audi Q6 e-tron passe batido em meio a tantos lançamentos. Mas o SUV (que chega ao Brasil neste ano) estreia a insuspeita nova plataforma PPE, que será compartilhada com a Porsche e é feita sob medida para EVs. E isso muda tudo.
O sistema nervoso do carro é dividido em cinco computadores de alta performance, os HPCs. Desse modo, dinâmica veicular, automação, sistema de carregamento e outros elementos ganham versatilidade com uso de inteligência artificial e outros recursos tecnológicos.
Um destaque é o jogo de luzes que permite ao dono do Q6 literalmente personalizar o design externo do veículo. As matrizes de leds mantêm a conhecida função de fazer o farol alto contornar carros que vêm no contra fluxo, mas agora também permitem ao veículo se comunicar com o exterior.
É o caso das lanternas cujos leds formam símbolos e alertas quando há algum perigo na via ou se ativa o pisca. A tecnologia C2X sincroniza diferentes veículos nas proximidades e, em um engarrafamento, é teoricamente possível que o primeiro carro da fila receba uma informação dos socorristas e vá repassando-a, via luzes, a quem está atrás.
A autonomia dos novos Q6 chega aos 625 km, e o fato de o sistema funcionar a 800 V permite que 10 minutos na tomada acrescente 255 km de alcance. Caso o eletroposto seja de 400 V (bem mais comum), não há problemas: automaticamente, a bateria se divide em duas, sendo ambas recarregadas a 400 V em paralelo. A inteligência artificial também identifica os hábitos do motorista e, se perceber que ele está indo a um ponto de recarga, já começa a ajustar a temperatura das células (crucial para a durabilidade e agilidade do processo).
Divisão positiva
Compartilhar a PPE com a Porsche permite que os alemães produzam mais gastando menos. No carro, os HPCs se dividem para executar mais funções de alta complexidade ao mesmo tempo
RITMO CADENCIADO
Além do carregamento em paralelo, a Audi trabalhou até na quantidade de parafusos usados na montagem do conjunto de células, a fim de evitar condutividade térmica indesejada. Os dutos de arrefecimento também foram redesenhados, assim como as entradas de ar (que podem se fechar em nome da aerodinâmica).
REALIDADE AUMENTADA
O Q6 consegue ler o ambiente ao seu redor, de forma que o head-up display é projetado de maneira imersiva no ambiente. Não sabe em qual faixa permanecer? O HUD projetará o GPS exatamente sobre o local correto.
NA DÚVIDA, DOIS TIPOS
Para manter a grife da tração integral quattro, a Audi colocou motores de diferentes tipos em cada eixo. Na frente, há um motor assíncrono, usado principalmente em arrancadas, por conta da entrega ainda mais rápida de torque. O motor síncrono com ímãs vai atrás e, sendo mais eficiente, conduz o Q6 na maior parte do tempo. A diversidade de propulsores também é útil para equilibrar custos e diminuir a dependência de matérias-primas.
SHOW DE LUZES
Novas funções serão incluídas via internet. Mas as lanternas já atuam aumentando a área de luzes vermelhas se um carro estiver muito próximo na traseira ou exibindo listras, caso haja um veículo parado no acostamento adiante, por exemplo. Há 64 combinações de assinatura luminosa à escolha do dono.