A procura abaixo do esperado por carros elétricos na Europa tem se tornado um grande problema para as marcas. Nem a Audi, que largou na frente nesse segmento, passou ilesa, e a montadora já discute interromper a produção do Q8 e-tron ou até mesmo fechar a fábrica de Bruxelas, na Bélgica, onde o SUV é produzido.
O raciocínio não é complexo: se as vendas de carros elétricos não estão boas, elas devem piorar ainda mais para modelos mais velhos e caros, como Q8 e-tron. Ele foi lançado em 2018 e isso é tanto tempo para o mundo dos EVs que, à época, o SUV era chamado só de e-tron, pois sequer havia outros carros a bateria no lineup da Audi.
Piorando um pouco a situação, o Q8 e-tron é produzido na Bélgica onde a fábrica já peca na eficiência e uma renovação se torna inviável pela localização do complexo, próximo à cidade. Irmãos mais novos, como o Q6 e-tron (de segunda geração), já são produzidos em instalações dedicadas e mais adaptadas na Alemanha. O powertrain vem da Hungria, que está muito mais perto da terra natal da Audi. Além disso, o Q8 a combustão é fabricado na Eslováquia.
Portanto, ainda que o Q8 e-tron esteja perto de um fim precoce, isso pode significar, na verdade, um salto de eficiência dos novos carros elétricos, que já fazem 6 anos parecem muito mais em termos de avanços. Em 2023, foram vendidos 53.555 Q8 elétricos, que correspondem a cerca da metade do que vendeu o Q4 e-tron. Ainda em 2024, chegará o Q6 elétrico e a família continuará crescendo. Tudo com tendência de números melhores e preço mais atraentes.
Mas o martelo não está batido: segundo o CEO da Audi na Bélgica, Volker Germann, intenção não significa decisão final.”Um diálogo transparente e construtivo é importante no processo que se seguirá. Levaremos as perspectivas de todos os afetados [no fechamento da fábrica] em consideração”, pontuou.