BYD Dolphin vende 25 vezes mais e Renault Kwid E-Tech ganha descontão
Diante do sucesso imensamente maior do concorrente chinês, Renault segue abaixando preço do Kwid elétrico em busca de melhorar suas vendas
Quando o Renault Kwid E-Tech chegou, ele era maior e melhor que concorrentes como o JAC e-JS1 e o Caoa Chery iCar. Mas aí veio o BYD Dolphin — com o GWM Ora 03 a caminho — e tudo mudou. Os novos compactos elétricos da China estão fazendo sucesso, e os franceses, que também importam o Kwid de lá, estão tentando se virar.
Pela segunda vez no ano, o Renault Kwid E-Tech recebe um belo desconto, passando a custar R$ 123.490. É R$ 16.500 a menos do que ele custava desde agosto, quando seu preço foi reduzido de R$ 149.990 para R$ 139.990. São R$ 26.500 a menos em três meses.
Muito disso parece ter a ver com o BYD Dolphin: o menor BYD à venda custa R$ 149.800, mas supera o rival da Renault em acabamento, espaço e autonomia (291 km vs. 185 km, pelo Inmetro). O Dolphin ainda tem 95 cv e 18,3 kgfm, contra 65 cv e 11,5 kgfm do Kwid.
Não deu outra. O Dolphin chegou em julho de 2023 e, mesmo assim, já é o elétrico mais vendido do Brasil em 2023, com 2.870 emplacamentos — praticamente o triplo dos 995 emplacamentos BYD Yuan Plus, que vem logo atrás e mais de dez vezes do que os 276 E-Kwid vendidos ao longo de doze meses.
Em outubro a goleada foi ainda maior, com o Dolphin (1.366 emplacamentos) vendendo 25 vezes mais que os 55 Kwid E-Tech.
Comparação entre os dois carros elétricos mais vendidos do Brasil em 2023 e o Kwid E-Tech:
1º | BYD DOLPHIN | 2.868 |
2º | VOLVO XC40 | 1.279 |
11º | RENAULT KWID E-TECH | 245 |
Muito provavelmente o BYD Dolphin não será o única a fazer isso com a Renault: o GWM Ora 03 se encaminha para fazer sucesso. Nas primeiras 48h de pré-venda, a GWM registrou mais de 200 unidades adquiridas do compacto. A tendência é que quando o Ora 03 chegar às concessionárias, na virada do ano, seus números sejam parelhos aos do Dolphin.
Diante disso, fica fácil especular que o problema do Kwid E-Tech está mesmo no custo-benefício. Restar descobrir quanto a Renault terá que cobrar para que seu elétrico de entrada obtenha desempenho melhor no mercado nacional.