Chery cria carro mais aerodinâmico do mundo graças ao atum (sim, o peixe)
Carro-conceito da Chery deve chegar às ruas relativamente em breve, cortando o ar de maneira análoga aos peixes oceânicos e garantindo economia na estrada
O que peixes e carros elétricos têm em comum? Dentre outras coisas, ambos precisam ter formatos que vençam bem a resistência do ar ou da água, a fim de se locomoverem com eficiência. Ciente disso, a Chery buscou inspiração nos oceanos para criar aquele que pode ser o carro de série mais aerodinâmico da história.
Ao contrário da conterrânea BYD, que se apega à estética dos mares, a Chery estudou como o atum faz para nadar a até 70 km/h e usou algumas constatações em seu novo carro-conceito.
O veículo não deve demorar para se tornar um carro de produção e, com pouca resistência do ar e baterias modernas, pode ter alcance impressionante.
Se o modelo lembra o peixe, aí vai de cada um. Mas, além da inspiração, os projetistas da montadora utilizaram inteligência artificial para aperfeiçoar o desenho, realizando mais de 2.000 pequenas alterações na carroceria que, ao fim, levaram-no ao suposto recorde.
A Chery declara que o modelo tem coeficiente de arrasto (Cx) de 0,168, que jamais foi atingido por um carro de série antes. Ford, Volkswagen e Fiat, por exemplo, já bateram essa marca há décadas, mas com unidades tão incomuns que jamais poderiam ser vendidas.
A Mercedes apresentou, há alguns meses, o Vision EQXX, que está perto de se tornar algo factível e tem Cx igual a 0,17. O Lightyear 0, movido a energia solar, tem 0,175, mas só duas unidades foram feitas antes da marca falir.
Poucos detalhes do protótipo foram divulgados, e sequer há nome para ele. Ficam notáveis, porém, detalhes que já são comuns nos elétricos mais novos, como a falta de maçanetas, dianteira quase toda fechada e com aletas que desviam o ar dos pneus, rodas com calotas sem muitas saliências e caimento meio cupê, meio Kammback.
Com formas não muito distintas de um carro de rua, o conceito da Chery ainda precisa ser auditado para confirmar seu recorde, mas sua eficiência aerodinâmica parece inquestionável. É um detalhe crucial justamente para as estradas, já que a resistência do ar aumenta de maneira não-linear à medida que a velocidade cresce.
Um carro viajando a 150 km/h, por exemplo, precisa vencer uma força nove vezes maior que um mesmo automóvel a 50 km/h. É por isso que, em altas velocidades, o consumo de bateria aumenta drasticamente e os EVs são mais econômicos na cidade do que em rodovias. Ao menos até agora.