Como se mede a potência máxima dos carros híbridos?
A potência de um híbrido nem sempre é a soma dos motores, pois depende do gerenciamento da atuação de cada um deles
Eduardo Fernandes, Cordeiro (RJ).
Carros híbridos e híbridos plug-in, na maioria das situações, nunca usam os dois motores simultaneamente. O motor a combustão só entra em ação em momentos em que o veículo exige mais potência, como em subidas ou arrancadas intensas. Ou para gerar energia.
Com a palavra, o engenheiro Ricardo Takahira, da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE Brasil:
“O motor elétrico é prioritariamente usado no início do deslocamento em aceleração, na frenagem regenerativa e na desaceleração, quando vira um gerador.
Mesmo quando funcionando juntos em uma arquitetura paralela de tração, os sistemas usam engrenagens e transmissões na combinação de tração que representam certa perda.
Isso quando parte da potência do motor a combustão não é usado para recarregar as baterias tracionárias.
Em todos os casos existe aumento de eficiência e não tanto de potência, fruto da política industrial automotiva em todo o mundo: resultando em melhorias e atendendo índices de emissões e energia.”
Mas esse valor pode variar e ser, inclusive, a soma da potência dos dois propulsores – como ocorre no BMW i8, que tem motor 1.5 biturbo de 234 cv e um elétrico de 131 cv, cuja potência combinada é de 365 cv.
O mesmo ocorre com o torque. Enquanto em um motor elétrico o pico de força acontece a qualquer rotação, em um propulsor a combustão o conjunto precisa estar a uma rotação mais elevada para obter seu torque máximo. Ainda assim, muitos fabricantes não divulgam o torque combinado dos seus híbridos plug-in.
Como se mede o torque de um motor elétrico?
Basta fazer um cálculo teórico a partir da tensão e corrente aplicada ao motor e da potência gerada por ele. Mas o melhor é medir em dinamômetro.
Nos motores a combustão, há torque e potência apenas com o motor em giro, mas nos elétricos, pelo fato de haver forças magnéticas de atração e repulsão entre o rotor e o estator, há torque mesmo sem rotação.
Isso pode ser comprovado em uma ladeira: o motor elétrico sem movimento pode manter o veículo parado no aclive, sem precisar girar um câmbio automático, como ocorre nos carros a combustão.