Fiat 500e será lançado nos EUA para evitar que marca desapareça
Fiat deve vender menos de 1.000 unidades nos EUA pelo segundo ano consecutivo, mas deve apostar no compacto elétrico como salvação
Se no Brasil a Fiat é líder isolada de vendas e todo mês garante a picape Strada no top 1 entre os carros mais vendidos, nos Estados Unidos a situação da marca é totalmente inversa. Por lá há apenas um Fiat à venda, o SUV compacto 500X, que vende mal.
A Fiat vem encolhendo nos EUA há alguns anos. Seu último “ano bom” foi 2018, quando vendeu 15.221 carros (praticamente um terço do que emplaca mensalmente no Brasil), de acordo com os dados coletados pelo site Good Car Bad Car. De lá pra cá, a marca entrou em queda livre, atingindo apenas 919 carros vendidos no ano passado.
Numeros de vendas da Fiat nos EUA
2011 | 14.825 |
2012 | 46.999 |
2013 | 43.236 |
2014 | 46.118 |
2015 | 42.410 |
2016 | 33.777 |
2017 | 26.492 |
2018 | 15.521 |
2019 | 9.204 |
2020 | 4.304 |
2021 | 2.374 |
2022 | 919 |
Esse ano está sendo ainda pior. Até setembro, foram apenas 425 carros vendidos, uma média de aproximadamente 47 unidades por mês. Se seguir nesse ritmo — o que é muito provável — a Fiat não chegará nem a 520 vendas em 2023, número muito abaixo se comparado a sua média mundial. Vale lembrar que em 2022 a marca italiana foi a que mais vendeu dentro da Stellantis.
Existe salvação para a Fiat nos EUA?
A situação é bem difícil, então é difícil dar certeza. Nome, a Fiat tem: na década de 1970 a empresa estava muito bem em solo norte-americano, vendendo mais de 100.000 unidades em 1975.
De lá pra cá foram altos e baixos, além de um bom período fora do território americano. A última boa fase foi entre 2012 e 2015, onde a Fiat teve números superiores a 40.000 vendas por ano. Aí começou a decair, até que em 2019 a marca ficou abaixo dos 10.000 carros vendidos e não se recuperou mais.
Esse ano, a Stellantis resolveu mudar algumas coisas na Fiat dos EUA, anunciando um novo CEO. Aamir Ahmed é um velho conhecido da casa, e já trabalhou na Fiat-Chrysler nas áreas de tecnologia e marketing de produtos entre 2011 e 2017 e agora retorna para assumir as rédeas da marca italiana.
Ao que tudo indica, o primeiro passo de Ahmed será ampliar a oferta de modelos disponíveis nos EUA, em vez de insistir apenas em um segmento competitivo e com um carro que não é o favorito do público. Para isso, o mais provável é que o elétrico Fiat 500e seja lançado ainda em 2023.
O compacto elétrico já foi vendido por lá em 2019 e não foi muito bem. Porém, ele ganhou uma nova geração em 2021, o que alavancou suas vendas na Europa, tornando-o um dos elétricos mais vendidos do continente.
O 500e tem motor elétrico de 118 cv e 24,4 kgfm e chega até 320 km de autonomia, segundo a fabricante. A bateria tem 42 kWh e pode carregar de 0 a 80% em 35 minutos com carregadores rápidos de 85 kW.
O melhor é que ele ainda tem uma versão esportiva da Abarth, que seria uma boa dupla para o 500e. Nessa variante, a potência sobe para 155 cv e o torque para 23,9 kgfm. Ele também vem com ronco de esportivo a combustão e um tempo de 0 a 100 km/h de 7 s, 1,7 s a menos que o modelo padrão.