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Fisker quer que proprietários paguem pelo recall de seus carros

Startup entrou em processo de falência e pretende dividir a conta dos recalls com os proprietários do SUV Ocean; Justiça dos EUA alega que a ação é ilegal

Por João Vitor Ferreira
9 out 2024, 15h41
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  • Mesmo depois de ter a falência declarada, a Fisker, startup americana de veículos elétricos, segue com problemas judiciais. A empresa responsável pelo SUV Ocean até tentou negociar a venda de suas últimas unidades para quitar as dívidas, mas precisaria fazer recalls para que isso acontecesse. Mas a ideia não deu certo.

    Para que os modelos fossem consertados, a montadora estava exigindo que os proprietários pagassem por parte do serviço. O plano de liquidação da Fisker estabelece um fundo para para pegar as peças relacionadas ao recall — mais especificamente as maçanetas e bombas d’água defeituosas do Ocean — mas esse valor não poderia ultrapassar os U$ 750.000. Desse modo, os clientes arcariam com todos os custos trabalhistas da operação.

    A grosso modo, a montadora bancária apenas as peças e os clientes arcariam com a mão de obra. Embora o plano previsse um reembolso por meio da Fisker Owners Association (associação que representa os proprietários do Ocean), que pode receber fundos em futuros litígios contra os fornecedores de peças da Fisker, não existia quaisquer garantias de que esses fundos seriam recuperados e os proprietários reembolsados.

    Fisker Ocean
    SUV Ocean foi o único carro lançado pela Fisker, que também tinha um conceito de picape elétrica (Fisker/Divulgação)

    Por isso, o Departamento de Justiça dos EUA (DOA), falando em nome da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), afirmou que tal ação seria ilegal, pois fere a lei federal norte-americana.

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    A Lei Nacional de Segurança de Trânsito e Veículos Motorizados, prevê que os fabricantes devem remediar todos os defeitos do veículo ou áreas de não conformidade sem custo para o cliente. “A Lei de Segurança é clara que todos os custos associados à reparação de veículos defeituosos e não conformes devem ser cobertos pelo fabricante; a lei não faz distinção entre partes e mão de obra”, afirma o DOA em objeção apresentada ao Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware.

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    A Fisker até voltou atrás do seu plano de recall, depois de tê-lo anunciado aos seus clientes em setembro. Mas poucos dias após a desistência, a montadora decidiu que realmente iria seguir com o plano e cobraria os clientes pelos serviços. Alguns proprietários até já pagaram pelo conserto de seus carros, e o DOA defende que estes sejam reembolsados, “já que eles não deveriam ter que pagar por esse trabalho em primeiro lugar”.

    Até o momento, a Fisker ainda não respondeu à objeção do Departamento de Justiça sobre seu plano de recall.

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