Ford Maverick faz quase 18 km/l e será a primeira picape híbrida do Brasil
Sem tração 4x4 e suspensão multilink, versão híbrida consegue ser mais barata que a versão a gasolina vendida atualmente no Brasil
A chinesa Great Wall não será a primeira fabricante a vender a primeira picape híbrida no Brasil. Quando a picape Poer estrear, na segunda metade de 2023, a Ford Maverick Hybrid já terá alguns meses de mercado.
A Ford anunciou o lançamento da versão híbrida da Maverick para o início de 2023. A versão eletrificada tem grandes diferenças técnicas na comparação com o modelo à venda atualmente no Brasil e antecipa um futuro movimento de picapes mais eficientes: em 2024, as novas gerações de Toyota Hilux e Mitsubishi L200 Triton também terão versões híbridas.
A Maverick Hybrid não é mais potente e, pasmem, dispensa até a tração 4×4 que equipa a Maverick Lariat FX4 — vendida hoje no Brasil por R$ 236.890. Sem a tração nas rodas traseiras, também troca a suspensão traseira independente pelo eixo de torção, mais comum e menos complexo.
Em compensação a versão híbrida é capaz de fazer até 17,8 km/l na cidade, no ciclo EPA usado nos Estados Unidos. É uma melhora e tanto na comparação com o rendimento do motor 2.0 Ecoboost, que cravou 9,5 km/l em nosso teste.
Por trás do consumo comedido está, primeiramente, o motor 2.5 a gasolina trabalhando em ciclo Atkinson, que gera 164 cv e 21,4 kgfm. O motor elétrico tem 128 cv e 23,9 kgfm e trabalha em conjunto com um câmbio CVT, como no antigo Fusion Hybrid. A bateria de 1,1 kWh fica instalada do lado do carona, sob a cabine.
A potência combinada é de 193 cv, contra os 253 cv da versão 2.0 turbo – motor este que nos EUA é considerado um opcional. O peso da versão híbrida aumenta é ligeiramente menor: 1.666 kg contra 1.692 da versão 2.0 com tração integral. A capacidade de carga não tem alteração, ficando nos 680 kg na caçamba e 907 kg para reboque.
Maverick híbrida pode ser mais barata
Ainda que a mecânica híbrida tenha um custo substancial, a Maverick Hybrid abre mão de uma suspensão mais sofisticada, de um motor turbo, de um câmbio automático de 8 marchas e de todo o sistema de tração integral. Nos Estados Unidos, essa troca torna a versão híbrida cerca de 500 dólares mais barata.
A alíquota do IPI também é mais baixa para carros híbridos, dependendo da eficiência obtida pelo veículo no momento da sua homologação e do seu peso. A alíquota do IPI a ser pago pela Maverick Hybrid poderia ser cerca de 5 pontos percentuais menor que os 20,5% pagos, hoje, pela versão Lariat FX4.
Resta saber, também, se a Ford seguirá o mesmo pacote de equipamentos, deixará a Maverick híbrida ainda mais equipada ou se venderá a nova opção em versão abaixo. No caso, a XLT.