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Great Wall estreia no Brasil em 2022 com picapes e SUVs eletrificados

Fabricante chinesa estreia nas ruas brasileiras no fim de 2022 com importados, mas já tem fábrica e promessa de investimentos de R$ 10 bilhões no Brasil

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 jan 2022, 20h32 - Publicado em 27 jan 2022, 12h12
Great Wall Tank 300
Great Wall Tank 300 (Great Wall/Divulgação)
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Hoje a maior fabricante independente de automóveis da China, a Great Wall Motor também quer figurar entre as grandes no Brasil. Foi em evento na planta de Iracemápolis (SP), comprada da Mercedes-Benz em 2021, onde a Great Wall Motor Brasil lançou seu projeto para o mercado brasileiro e deu mais detalhes acerca dessa empreitada. Ou seja, até a sua fábrica no Brasil já está garantida.

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Sua primeira ofensiva por aqui começa no final de 2022, ainda com carros importados. O início da produção local, porém, já está previsto para meados de 2023. Até lá, a empresa trabalhará na modernização de sua fábrica e também em sua ampliação, sob um aporte de de mais de R$ 4 bilhões entre 2022 e 2025.

haval h6
Novo H6 ajudou Haval – marca de SUVs da Great Wall – é um dos SUVs mais vendidos do mundo (Great Wall/Divulgação)

A intenção da Great Wall é elevar a capacidade produtiva de 20.000 unidades para 100.000 unidades/ano até 2025, quando prevê alcançar a marca de 2.000 empregados diretos e um índice de nacionalização de 60%. Os outros 40% têm explicação.

Todos os Great Wall fabricados em Iracemápolis serão híbridos ou elétricos. Será a primeira fábrica do Brasil 100% dedicada a veículos eletrificados. Não à toa, também instalará uma rede de eletropostos no Brasil.

Também já está planejado um segundo ciclo de investimentos, de aproximadamente R$ 6 bilhões para o período entre 2026 e 2032. Além disso, a fabricante criará um centro de pesquisa e desenvolvimento em Iracemápolis, onde pretende desenvolver, também, a tecnologia de célula de combustível de etanol. No total, serão investidos mais de R$ 10 bilhões em uma década.

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Apenas carros conectados

A Great Wall Motor (ou GWM) foi fundada em 1984 e só começou a exportar seus veículos em 1997. Hoje, é a sétima fabricante de automóveis mais valiosa do mundo, produz o sétimo SUV mais vendido do mundo (o Haval H6) e a quarta picape mais vendida do mundo (a GWM Poer). Embora seja desconhecida no Brasil, tem bom desempenho em vendas em países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Chile.

Great Wall Haval H4
Great Wall Haval H4 (Haval/Divulgação)

A meta global da Great Wall não é nada modesta: liderar o mercado de eletrificados no mundo até 2025. Por isso, vê o Brasil como um mercado grande e estratégico. Inclusive, a fábrica brasileira será um hub local de exportação.

Além de programar sua estreia do Brasil já com uma fábrica praticamente pronta, a ofensiva da Great Wall também promete um pacote de equipamentos diferenciado e sem precedentes. Todos os seus carros serão equipados com tecnologias autônomas de nível 2 e compatíveis com rede 5G.

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Há quem chame de plágio, há quem chame de homenagem...
Great Wall Tank Cybertank (Divulgação/Tank)

A nova plataforma de carros híbridos da empresa ainda terá a chamada Plataforma Digital CFF, com atualização Over The Air (OTA), por meio da internet. A intenção é oferecer mais que atualização da central multimídia, mas também otimizar os sistemas de condução semiautônoma, os comandos de voz e o uso de inteligência artificial – capaz de fazer reconhecimento facial do motorista para adaptar as configurações do carro a ele.

Três marcas e apenas picapes e SUVs

A Great Wall não especificou, neste primeiro momento, quais serão seus primeiros carros no Brasil. E tem motivo para isso: a maior parte dos seus SUVs chegarão ao Brasil ou em nova geração ou com especificações técnicas diferentes das comercializadas hoje na China.

Great Wall Tank 600
Great Wall Tank 600 (Great Wall/Divulgação)

Esta próxima geração de veículos só começará a ser apresentada na China em abril, no Salão de Pequim. “Todos esses carros à venda na China são de uma geração lançada há dois ou três anos. O Brasil receberá, em primeira mão, os carros da próxima geração”, disse Oswaldo Ramos, COO da marca no Brasil.

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Contudo, a fabricante chinesa deu spoiler. Trará ao brasil três das suas seis marcas de veículos. A Haval será dedicada a SUVs urbanos, enquanto a Tank será dedicada a SUVs off-road de luxo. Já a Poer ficará com as picapes, que prometem ser disruptivas no segmento por um simples motivo: serão picapes médias híbridas.

Haval H6S visão traseira
Great Wall H6 S (Haval/Divulgação)

O Brasil receberá SUVs baseados em uma nova plataforma voltada para carros híbridos e híbridos do tipo plug-in com autonomia elétrica de até 200 km. Ou seja: a bateria será grande o suficiente para que o veículo seja usado como um elétrico no dia a dia, mas que não sofrerá com limitação de autonomia em longas viagens graças ao suporte de um motor a combustão – que também será capaz de atuar como gerador.

plataforma híbrida
Plataforma híbrida permitirá uma autonomia de até 200 km somente no modo elétrico (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Além de híbridos convencionais, com motor elétrico apenas dentro do câmbio, os híbridos plug-in estarão com motor 1.5 turbo combinado a uma bateria de 45 kWh (quase tão grande quanto a de um carro elétrico pequeno).

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Esse sistema híbrido Plug-in é proprietário da GWM, com todos os componentes (inclusive a bateria) fabricados por empresas do mesmo grupo. Há três configurações, com potência entre 230 e 430 cv e torque entre 41,8 e 77,7 kgfm. Há opções com um ou dois motores traseiros.

Desta forma, a aceleração de 0 a 100 km/h ficará entre 7,2 e 4,8 segundos, com consumo variando entre 75 e 208 km/l. Por sinal, todos eles terão tração 4×4, graças ao uso de dois motores elétricos no eixo traseiro.

Bateria sem cobalto Great Wall Motor
Novo conjunto de baterias sem cobalto, ainda em desenvolvimento, permitirá autonomias de mais de 800 km (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Para os elétricos, a Great Wall apenas ressaltou que possui cinco motores para aplicação em seus veículos, com potência entre 61 e 272 cv, e que está trabalhando em um novo conjunto de baterias sem cobalto que permitirá autonomias entre 400 km e mais de 800 km.

Ballet Cat ORA
Great Wall ORA Ballet Cat (Ora/Divulgação)
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Até mesmo a picape média GWM Poer será eletrificada, ou seja, híbrida. Trata-se de uma configuração que também não existe ainda lá fora. Mas já se sabe que é uma picape promissora pela boa reputação em mercados da Asia e Oceania.

Por lá, a picape é vendida com motor 2.0 turbo a gasolina de 200 cv, que pode ser gerenciado por câmbio manual de seis marchas ou automático de oito. Este último, fornecido pela ZF, é o mesmo da nossa VW Amarok. Seu porte é um pouco maior que o de uma Toyota Hilux: 5,36 m de comprimento, 1,88 m de largura e altura, e 3,23 m de entre-eixos.

GWM Poer
GWM Poer (GWM/Divulgação)

Ao todo, serão lançados 10 modelos até 2025. O primeiros, ainda importados, serão lançados entre o quarto trimestre de 2022 e o primeiro trimestre de 2023. Os carros nacionais serão os com maior volume de vendas e serão lançados no segundo semestre de 2023.

Mais tarde, chegará a marca ORA, dedicada a carros elétricos premium. A GWM a vê como uma marca de nicho em um primeiro momento, mas espera que ela ganhe relevância conforme sua rede de eletropostos comece a se estabelecer.

O plano da Great Wall é ter concessionárias nas principais cidades brasileiras. Mais especificamente 130 concessionárias em 112 cidades até o meados de 2023, quando iniciará a comercialização dos carros nacionais. “Nós não podemos lançar uma picape média sem ter concessionárias no interior do Brasil”, disse Oswado Ramos já sinalizando que a picape média será nacional.

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A edição 754 de QUATRO RODAS já está nas bancas!
A edição 753 de QUATRO RODAS já está nas bancas! (Arte/Quatro Rodas)
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