A GWM começará a entregar seus primeiros carros em abril. O primeiro lote, com 584 unidades do Haval H6, desembarcou no país na última terça-feira (21). Mas a estreante não se esquiva da concorrência.
Seu carro mais barato, o Haval H6 HEV (com motor 1.5 turbo e 243 cv no total) está direcionado para o Toyota Corolla Cross apenas no preço, R$ 209.000 contra R$ 207.790 do Toyota na versão XRX. A soma do custo das revisões, pelo menos até 50.000 km, será praticamente igual para os dois carros.
Como nos Jeep com motor flex, o intervalo de revisões dos carros da GWM é de 12.000 km. Para o Haval H6 HEV as as duas primeiras revisões custam R$ 920. As terceira e quarta revisões custam R$ 1.220. No total, R$ 4.280. Na Toyota, as cinco primeiras revisões (o intervalo é de 10.000 km) custam R$ 4.246.
Já os Haval H6 PHEV e H6 GT PHEV, ambos híbridos plug-in com 393 cv, têm revisões mais caras. As duas primeiras revisões também custam R$ 920, mas a terceira revisão sai por R$ 1.220 e a quarta, R$ 1.550. R$ 4.610 até os 48.000 km.
Ainda não é possível cotar o seguro dos GWM Haval H6. Eles só entrarão na tabela Fipe em abril. A fabricante não tem um plano de seguros próprio, mas compartilhou valores da Tokio Marine que, a depender da cidade, varia entre cerca de R$ 3.300 e R$ 8.200.
Estratégias diferentes
Ciente de que a qualidade do pós-venda tem peso, especialmente ao assumir a rivalidade com um Toyota, a GWM não está preocupada em seguir exatamente a mesma estratégia tradicional de fabricantes já estabelecidas no Brasil. Quer fazer diferente, mudando o que for possível para melhorar a relação com os clientes.
Seus carros terão 5 anos de garantia sem limite de quilometragem, mas o sistema híbrido terá garantia de 8 anos ou 200.000 km. Para quem comprar os carros até 31 de março, há dois anos de revisões gratuitas, proteção total da bateria (inclusive em caso de acidente, adicional à garantia de 8 anos) e serviços como 3 gb de internet 4G mensal e tag de pedágio.
A fabricante terá 50 concessionárias no Brasil, de 28 grupos diferentes, operando até o final de 2023. Mas a venda, assinatura) e test-drives também poderão ser feitos em shoppings. O carro novc também pode ser entregue na casa do cliente.
O cliente também terá a opção de não precisar ir a uma concessionária para fazer manutenções: a GWM terá oficinas móveis para atender seus clientes e também serviço de leva e traz, com reboques.
Isso será facilitado pela digitalização em suas oficinas. Checklist e ordem de serviço feitos quando o carro começa o serviço serão recebidos e assinados pelo cliente de forma digital. O acompanhamento do carro na oficina será feito por meio de monitores – como nas cozinhas de fast-foods. Nada de papel.
A intenção da fabricante é facilitar tudo em vez de complicar o atendimento. É justamente por isso que a fabricante diz ter dispensado gravações em sua central telefônica (o primeiro contato no 0800 é com pessoas) e chatbots no WhatsApp da marca, que funcionará 24h. O atendimento será feito por pessoas desde o primeiro contato.
Como venderá apenas carros híbridos no Brasil neste primeiro momento (elétricos virão no futuro) a GWM se preocupou em garantir que todas as concessionárias sejam capazes de fazer todos os serviços e diagnósticos, dos mais simples aos mais complexos. Em caso de necessidade, a oficina poderá acionar um time de engenheiros de campo da GWM para dar suporte ao serviço.
A assistência 24h da GWM será prestada pela Bosch, com reboque e assistência para troca de pneus, e acessível de dentro do carro por meio de um botão de chamada direta. Em caso de colisão ou deflagração dos airbags, o carro se conecta diretamente com os Bombeiros.
Estoques centralizados
Sendo carros importados, para garantir o rápido fornecimento de peças a GWM contratou a DSV, uma empresa especializada em distribuição de peças de reposição automotivas, para fazer o gerenciamento do estoque e distribuição de todas as peças de desgaste e afetadas em colisão. O estoque é para três meses de operações.
A estratégia é lotar os estoques das das concessionárias, mas garantir o envio rápido para as oficinas das peças que não têm uso tão corriqueiro. A entrega levaria até 12h a partir do pedido, usando meio rodoviário e aéreo.
O centro de distribuição fica em Cajamar (SP), cidade estratégica para distribuição por estar perto de rodovias e dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos. É algo tão importante que a marca garante que um pedido de peças da China pode chegar ao Brasil e ser desembaraçado na alfândega em três dias, caso venha por via aérea.
Os carros importados da China chegam com pneus Cooper Tires, que não atua no Brasil. Por isso, a GWM diz ter feito parceria com a Michelan e a Hankook para garantir a reposição no País. Fluidos serão fornecidos pela TotalEnergies e Basf, e as baterias são Varta (Heliar).
Tudo isso são discursos, metas. Tudo isso ainda será testado na prática e a fabricante assume que será um enorme desafio. A diferença, por enquanto, é a disposição para chegar não fazendo exatamente a mesmo que outras fabricantes, mas algo diferente que pode, sim, ser um diferencial.