Hyundai investirá R$ 5,4 bilhões em hidrogênio verde e elétricos no Brasil
Com presidente Lula recebendo CEO da marca em Brasília, Hyundai anuncia que contará com o Brasil em seu plano de produzir hidrogênio em larga escala
Em visita ao Brasil, o CEO global da Hyundai, Euisun Chung, se encontrou com o Presidente Lula em Brasília, nesta quinta-feira (22), para anunciar investimentos bilionários de olho no hidrogênio ‘nacional’.
De acordo com Chung, a Hyundai investirá US$ 1,1 bilhão no País pelos próximos oito anos — o equivalente a R$ 5,4 bilhões em valores atuais. Esse dinheiro será aplicado em tecnologias ligadas a carros híbridos e elétricos e ao hidrogênio verde.
Ainda que tenha sua fábrica em Piracicaba (SP), porém, a sul-coreana informou que não deverá produzir veículos desse tipo na unidade.
O que de fato será realizado permanece incerto, à medida que a Hyundai preferiu não detalhar o assunto por agora. Mas é natural que uma parte do dinheiro sirva para importar veículos eletrificados, que naturalmente renovarão o catálogo da marca, e que haja foco no hidrogênio verde.
Exportação de hidrogênio
Historicamente, fabricantes de carros sempre deixaram a produção de combustível para as empresas do setor energético. Agora, a Hyundai acredita que o caminho é unir esses processos, de maneira parecida com as marcas que desenvolvem as próprias baterias de seus carros elétricos.
Além do mais, o Hyundai Motor Group é reconhecido por verticalizar seus negócios. Tem empresas nos ramos de logística, TI, siderurgia, autopeças, construção, plásticos, financeiro e até mesmo de publicidade.
O Brasil está em posição de destaque na produção do hidrogênio, já que produzimos o dobro da energia que consumimos e a abundância de energia eólica e solar é crucial para o famoso hidrogênio verde, criado através de um processo que gasta apenas eletricidade vinda de fontes renováveis.
O combustível produzido aqui (através do etanol, também) poderia ser exportado para outros lugares através de navios e dutos, por exemplo. A própria Hyundai tem planos para vendê-lo não apenas para automóveis, mas para trens, embarcações e até aeronaves, que podem ser consumidores importantes de combustível limpo num futuro próximo.
É uma indústria que se retroalimenta: as leis ficam mais rígidas, novas tecnologias surgem para sanar o problema ambiental e novos mercados surgem para atender às novidades, como fornecedores. A produção de hidrogênio limpo também serviria para a Hyundai bater suas metas de emissões e, claro, ajudar a popularizar veículos do tipo (FCEVs). Atualmente, os coreanos já vendem o SUV Nexo e o caminhão XCIENT com essa tecnologia.