Mercedes-Benz Classe G elétrico anda como AMG G63 e gira 360°
Jipão tem quatro motores elétricos com transmissões independentes e promete ter capacidades off-road ainda melhores que as versões a combustão
A Mercedes-Benz enfim apresentou o G580 EQ, nada menos que a inédita versão elétrica do Classe G. Aos puristas que torcerem o nariz, um alento: o jipão a bateria promete ser tão rápido quanto e mais capaz no off-road do que a versão superesportiva a combustão, AMG G63. Ele também fica responsável por estrear uma nova nomenclatura aos elétricos da marca.
O Classe G elétrico tem mudanças visuais maiores do que parece, a começar pela dianteira, que é toda nova e remete a um visual mais retrô. O para-choque é mais estreito e tem aberturas laterais mais quadradas.
Mais para cima, o conjunto de faróis e grade também muda. Os faróis mantém o formato redondo, com iluminação full-led, mas são abrigados em uma nova peça em preto brilhante. O mesmo acabamento está na grade, que tem apenas quatro pequenas aberturas e uma borda iluminada. O capô foi redesenhado para otimizar o fluxo de ar, mas as luzes de seta nos para-lamas seguem intactas.
Quando visto de lado, o G580 mantém as maçanetas de carro antigo (uma marca do Classe G que os clientes não abrem mão) e os frisos, mas dispensa, por motivos óbvios, as saídas de escape abaixo das portas traseiras. Do lado direito, o bocal para recarga é no mesmo local onde se coloca combustível nas versões comuns.
A traseira é a parte que menos denuncia ser a versão elétrica, exceto pelo nome “G580” – é preciso ser mais entendido para entender que se trata de uma versão elétrica, já que não há nenhum logotipo que indique isso. Na tampa traseira é possível ter a capa rígida redonda para guardar o estepe ou uma capa rígida quadrada para guardar o carregador doméstico.
Para o lançamento o G580 será oferecido em uma versão base (em bege nas imagens) e na AMG-Line, que dá aparência mais esportiva com estribos, acabamentos em aço inox, volante de base achatada e rodas AMG de 20 polegadas. Há também a série limitada Edition One, que aparece em azul nas imagens.
O interior do G elétrico é praticamente o mesmo das demais versões, com duas grandes telas para quadro de instrumentos e central multimídia, sistema de som Burmester 3D hi-fi, sistema de câmera de capô transparente, iluminação ambiente, porta-copos com temperaturas controladas e um acabamento de primeira.
Como se move?
O G580 EQ é equipado com quatro motores elétricos que, somados, entregam 588 cv de potência e assustadores 118,7 kgfm de torque. Segundo a Mercedes-Benz, o jipão vai de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos, muito próximos aos 4,5 declarados para o G63, que tem um motorzão V8 4.0 biturbo de 585 cv.
Para a marca, porém, velocidade não é a maior proposta do elétrico, e sim o off-road. Ela promete que o G elétrico pode superar os G a combustão no fora-de-estrada, já que cada um dos motores tem uma transmissão, o que dispensa bloqueios de diferencial tradicionais. Em situações mais extremas, cada um dos motores trabalha de forma independente.
A capacidade de imersão do modelo já sai na frente, com 850 mm de água – 150 mm a mais que nas versões tradicionais. A empresa garante que é seguro fazer a imersão por ter motores e bateria completamente selados e protegidos.
Ele também tem diferenciais como o modo Crawl, para terrenos de extrema dificuldade, e o G-Steering, que faz com o que o SUV gire completamente em seu próprio eixo. Apesar de o jipão alemão ter revelado a façanha há alguns anos, o chinês BYD U8 saiu na frente e já é oferecido com esse modo.
A bateria do modelo é a mesma do EQS, com 116 kWh, e faz parte da estrutura do chassi. Ela pode ser recarregada a até 200 kW e promete um alcance de até 470 km no ciclo WLTP. É um número até satisfatório considerando a que o G tem aerodinâmica ruim pelo formado quadrado e é muito pesado. São 3.085 kg, 600 kg a mais que um G500, a combustão.
Por fim, o G580 EQ é o primeiro modelo a receber a nova nomenclatura de elétricos da Mercedes-Benz que, até então, eram batizados por EQ + a letra da linha, como EQA, EQB, EQE, EQS, e assim por diante. O G era especulado para se chamar EQG, mas estreia a nomenclatura que segue as regras dos modelos a combustão e coloca o EQ depois, como um sobrenome.