A nova geração do Audi A6 é elétrica e já estreia com versão sedã e perua, com direito às versões esportivas S6. É a estratégia da Audi de dividir sua linha de produtos com mais clareza, deixando os elétricos com nomes pares e os modelos a combustão com nomes ímpares, tomando forma. E que belas formas…
Na hora de transformar os Audi A6 e-tron Concept em carros de produção, muitas das linhas do sedã e da perua foram mantidas intocadas. Mas não foi sem motivo, pois um dos segredos para a autonomia de até 750 km destes elétricos está, justamente, na aerodinâmica.
Se o Audi 100 bateu recorde em 1992 com coeficiente aerodinâmico de 0,30, o novo Audi A6 e-tron Sportback (misto de sedã e cupê) consegue 0,21 cx (o melhor número dentro do Grupo VW), enquanto o Avant defende seus 0,24 cx. Neste caso, ter promovido o sedã a cupê de quatro portas contribui com a aerodinâmica.
Mas há outras estratégias, como as tomadas de ar no para-choque que criam cortinas de ar ao redor das rodas (que podem ser ainda mais aerodinâmicas a depender do desenho e da escolha de calotas aerodinâmicas), o assoalho plano e com vários componentes otimizados, difusor traseiro otimizado (e com uma peça adicional na perua) e ainda tem a oferta, como opcional, da segunda geração dos espelhos retrovisores digitais – as câmeras são mais eficientes cortando o ar do que os retrovisores -, que agora são rebatíveis.
Algum designer da Audi pode ter reclamado da obrigatoriedade dos carros de produção terem faróis. Os carros-conceito só tinham as luzes de led compostas por pixels de led customizáveis. Mas conseguiram esconder os faróis de leds matriciais logo abaixo, no topo da região que seria uma enorme tomada de ar.
As lanternas, que atravessam a traseira das duas carrocerias do novo Audi A6, tem a segunda geração de painéis OLED: são 10 deles com 450 segmentos com iluminação customizável. Também cabe ao motorista ou ao modo de condução, por exemplo, definir o desenho usado. Mas existe uma competição por atenção com o logotipo traseiro iluminado presente em algumas versões.
Por dentro, chama a atenção a luz ambiente que vai de porta a porta passando pela parte superior do painel, mais rente ao para-brisa. As superfícies tem partes macias no painel e nas portas. E quando há retrovisores digitais, a imagem é projetada em telas instaladas em prolongamentos na parte superior dos painéis de porta, bem mais próximo da posição de um espelho convencional. Controles dos faróis também ficam nas portas.
Falando em telas, a Audi conseguiu integrar muito bem a tela de 11,1 polegadas do quadro de instrumentos à de 14,5 polegadas da central multimídia em uma mesma moldura. Parece uma tela única. Ainda há uma de 10,9 polegadas para o carona, com modo de privacidade que impede o motorista de ver o conteúdo dela com o carro em movimento. Ainda existe um head-up display com realidade aumentada.
A propósito, o Audi A6 e-tron tem o Android Automotive OS embarcado em seus sistemas e tem atualizações pela internet. Então já prevê a atualização dos apps instalados (entre eles o YouTube). Além disso já prevê atualizações para que o assistente por voz do carro se integre ao ChatGPT para usar uma linguagem natural nos comandos e respostas.
Baseado na plataforma PPE, a mesma do novo Audi Q6 e do Porsche Macan EV, o Audi A6 e-tron tem arquitetura de 800V e motores de última geração e baterias mais modernas a disposição. Elas têm doze módulos e 180 células prismáticas com uma capacidade bruta total de 100 kWh (94,9 kWh líquidas). De acordo com a Audi, é o suficiente para o A6 Sportback rodar 750 km sem recarregar, enquanto o alcance do Avant é de 720 km. Aceita até 270 kW de potência de recarga DC e 11 kW em AC (mas dizem que uma atualização para 22 kW está prevista).
Nos A6, há um motor traseiro de 387 cv, que permite uma aceleração de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e velocidade máxima de 210 km/h. Já nos novos Audi S6 elétricos, a potência é de 503 cv gerada por dois motores (com pico de 550 cv em arrancadas), o que melhora a aceleração até os 100 km/h em 3,9 segundos e eleva a velocidade máxima aos 240 km/h. A autonomia é menor, porém: 670 km para o Sportback e 640 km para o Avant.
Na Europa, as duas configurações de cada carro estarão disponíveis para encomenda a partir de setembro. De acordo com a Audi, não há qualquer previsão de data para o lançamento dos novos A6 e-tron no Brasil.