Enquanto o Jeep Renegade é quase um “bebê” do Wrangler, o Jeep Compass traça várias semelhanças com seus irmãos maiores Grand Cherokee, Wagoneer e Grand Wagoneer. Desse modo, o lançamento do novo Jeep Wagoneer elétrico é uma forma útil de sabermos como será o Compass da próxima geração, movido a eletricidade.
O Jeep Wagoneer S é o primeiro carro puramente elétrico da marca, tendo sido anunciado nessa semana. Ele chegará às lojas de Estados Unidos e Canadá até setembro de 2024, custando US$ 71.995 (R$ 377.000) na versão de lançamento.
Design renovado
O SUV mais luxuoso da Jeep perdeu uma das principais características da variante a combustão: a traseira quadrada. Isso se deve à aerodinâmica, que é 15% melhor no Wagoneer elétrico em relação à média dos utilitários tradicionais; o caimento do teto vem junto às maçanetas embutidas na carroceria, entradas de ar no para-choque dianteiro e até proteção no assoalho, que diminuem a resistência.
Os faróis típicos que iam do Compass ao Wagoneer deram lugar a peças em forma de lâmina, que têm menos personalidade do que antes e se assemelham às de concorrentes. A grade de sete entradas da Jeep se tornou decorativa (com luzes tridimensionais) e a lanterna, também fina, cruza a tampa do porta-malas formando uma peça única.
A edição de lançamento aposta no black piano, mas as peças cromadas foram substituídas por um acabamento acetinado, ecologicamente mais correto. Ele inclui um friso que dá mais volume aos faróis e outros que realçam a coluna C.
Performance
O Wagoneer S usa um motor elétrico em cada eixo, garantindo tração integral apurada, 608 cv e 85,3 kgfm. Com tanto vigor, não surpreende que ele vá de 0 a 100 km/h em apenas 3,4 s, ainda que deva pesar mais de 2,5 toneladas.
A plataforma STLA Large, utilizada aqui, garante 480 km de alcance, segundo dados de fábrica. Ela é modularizada, ou seja: a STLA Medium, que servirá de base ao novo Compass, tem modificações basicamente no tamanho.
Logo, com base nas estimativas que a própria Stellantis divulgou, dá para estimar que o Compass elétrico deva rodar até 420 km com uma carga. O novo SUV médio deve ser revelado, ao menos esteticamente, ainda nesse ano. Enquanto isso, sabemos que, num carregador DC, dá para recarregar o Wagoneer de 20 a 80% em 23 minutos.
Preparo off-road
A Jeep buscou reinventar sua famosa tração 4×4 no seu primeiro elétrico, mas a ênfase dada sugere que o resultado é bom, mas não tanto acima da média. A Selec-Terrain utiliza módulos independentes para controlar cada motor, dando a força adequada para cada eixo e usando, com precisão, recursos do diferencial, por exemplo.
Há modos específicos para neve, areia e condução esportiva no asfalto. Além disso, o modo econômico permite que o eixo dianteiro seja desacoplado, rodando na “banguela” em descidas. Isso porque a frenagem que carrega a bateria, claro, está presente, mas em alguns casos é mais eficiente manter o embalo.
Detalhes da suspensão não foram dados, mas a marca destacou que a carroceria do Wagoneer S está 35% mais rígida do que a do Wagoneer a gasolina. Ajuda na dinâmica veicular, mas, principalmente, no conforto dos ocupantes.
Interior luxuoso
Falando neles, quem viaja no Jeep elétrico tem à disposição quatro telas só no painel, totalizando cerca de 45” em displays. Além do quadro de instrumentos e da central multimídia, o passageiro tem uma tela própria, na qual pode, por exemplo, operar o GPS para o motorista. O quarto visor fica ao fim do console central, operando funções como o ar-condicionado.
Os bancos em material que imita couro têm tom vermelho opcional que se destaca bastante. Mas o capricho continua em detalhes com os painéis em alumínio negro revestido de cerâmica, seletores giratórios com tato semelhante ao de cerâmica e volante de raio duplo cujo revestimento evita a proliferação de bactérias.
Eletrificação ganhando fôlego
Depois de híbridos que não fizeram grande sucesso, a Jeep finalmente deu início ao lançamento de seus carros elétricos. Faz sentido que ela comece em segmentos mais caros, onde o custo de baterias e afins se dilui melhor. Desse modo, o Wagoneer S deve ser sucedido, no ano que vem, pelo Jeep Recon.
Equivalente elétrico do Wrangler, é nele que se espera mais ousadia para o fora-de-estrada. No Brasil, ainda não há planos para que os EVs da marca sejam vendidos.