Radar RD6 é quase uma Fiat Toro elétrica e pode ser lançada no Brasil
Picape elétrica tem plataforma de Volvo, porte de Hilux, 272 cv de potência e pode ser lançada no Brasil dentro de até dois anos
Aparentemente, os planos do Grupo Geely para o Brasil vão além da Volvo e, agora, da Zeekr: a fabricante também considera iniciar as operações da marca Radar no Brasil. Por enquanto, seu único carro é a Radar RD6: uma promissora picape elétrica monobloco com cabine dupla com trejeitos de Fiat Toro e Ford Maverick.
Há um tempo você viu a Radar RD6 virar notícia por aqui. A picape elétrica estreou na China no final de 2022 e é o primeiro veículo da marca mais recente da Geely, mesma montadora que detém os direitos da Volvo.
Interlocutor da empresa ouvido por QUATRO RODAS garante que a Geely já tem profissionais está estudando não só o mercado brasileiro, como outros países da América Latina, para vender a Radar RD6 por aqui.
Desde o seu lançamento, no final de 2022, rumores indicavam indícios de que a fabricante gostaria de trazer seu produto para nosso continente. Agora, a coisa parece engrenar. Seria o primeiro passo para a marca estrear no Brasil dentro de até dois anos, no máximo.
Pelo menos o nome Radar é pronunciável, a questão é o significado de cada letra: “Rational Alone Discovery Accompany Romantic”, ou “Racional Sozinho Descoberta Acompanha Romântico”, na tradução literal. Simplesmente não faz sentido.
Como é a picape elétrica Radar ED6?
Assim como a Fiat Toro, Ford Maverick e Chevrolet Montana, ela tem carroceria monobloco, o que busca trazer mais conforto para os ocupantes. Indo um pouco mais além, é baseada na plataforma SEA, a mesma do Volvo EX30, mas em uma variação destinada a veículos comerciais elétricos.
Isso faz todo o sentido. A proposta no mercado chinês é de uma picape versátil e voltada para o público jovem dos grandes centros urbanos, mas que gosta de ir ao campo ou à praia nos finais de semana. Não é muito diferente das picapes monobloco vendidas no Brasil.
A diferença está nas medidas. A RD6 tem 5,26 m de comprimento, 1,90 m de largura, 1,83 de altura e distância entre-eixos de 3,12 m. Logo, ela chega a ser 20 cm mais comprida que uma Ford Maverick e fica mais próxima da Toyota Hilux, que é uma picape média com comprimento de 5,23 m.
Embora sua proposta seja agradar os jovens aventureiros, a picape não deve ser capaz de aventuras muito radicais. No máximo um passeio na cachoeira ou uma ida à praia, desde que não haja trilhas muito pesadas no caminho. Isso porque, por enquanto, a RD6 é oferecida apenas com um motor elétrico traseiro de 272 cv e 39,71 kgfm, não existindo opção 4X4. Uma versão de dois motores com 408 cv está prevista para o futuro, porém.
Apesar disso, os números são bons, sendo superior a todas as picapes intermediárias do segmento em potência. Mas perde no torque para a própria Hilux, por exemplo. A Radar declara um tempo de 0 a 100 km/h de aproximadamente 6 segundos.
No que ela vai bem é na autonomia. São três opções de baterias oferecidas, todas do tipo NMC. A menor tem 63 kWh e garante 400 km de alcance. Acima dela há a intermediária de 86 kWh e 500 km de autonomia. Por último, a maior tem 100 kWh e permite a picape rodar por até 632 km com apenas uma carga. Para esta última, o tempo de carregamento em carregadores DC de 120 kW é de aproximadamente 30 minutos. Vale lembrar que são números de autonomia no otimista padrão chinês.
Em questão de visual, a RD6 é bem moderna e deve agradar ao consumidor brasileiro. Sem muita extravagância, a dianteira é simples, com faróis finos, uma grade falsa estreita e com um friso que integra os DLRs em forma de C. A traseira segue um padrão semelhante, com a fina lanterna atravessando toda a tampa da caçamba.
Por dentro a Geely não inovou e reproduziu o interior do seu SUV Haoyue. O que não é ruim, já que tem visual moderno e condiz com a realidade da picape, de ser um veículo mais voltado para a cidade do que para o trabalho. Há duas telas de 12,3’’ e iluminação ambiente de 72 cores, ar-condicionado e interação por voz.
Ela também está equipada com acabamento em couro sintético, bancos dianteiros elétricos, auto-hold e controle de descida em subidas. Na dianteira há um ‘frunk’ de 70 litros, enquanto a caçamba tem diversas tomadas de diferentes padrões que, segundo a marca, podem alimentar até 5 ar-condicionados domésticos de uma vez – a função V2L tem 6,6 kW de potência máxima.
Para segurança, a RD6 traz airbags frontais duplos, laterais e de corina, alerta de ponto cego, controle de cruzeiro, aviso de saída de faixa, aviso de colisão dianteira e traseira, assistência de troca de faixa, frenagem autônoma de emergência e reconhecimento de sinais de trânsito. Há também câmera de ré e visão de 360 graus, que está reservada para as versões topo de linha, assim como boa parte dos ADAS.