Depois de um período um pouco problemática, a Aliança, grupo formado por Renault, Nissan e Mistubishi anunciou uma série de mudanças na sua estrutura e alguns planos para novos lançamentos em um futuro próximo.
Do lado mais burocrático da coisa, a Renault divulgou que diminuirá sua participação na Nissan de 43% para 15%. Desse modo, a união entre as duas montadoras passa a ser mais igual, já que Nissan tem os mesmos 15% de participação nas ações da colega francesa.
Também foi anunciado que as três empresas colaborarão no desenvolvimento de novas tecnologias, como baterias de estado sólido, veículos definidos por software e direção autônoma. A Nissan investirá na Ampere, a divisão exclusiva de mobilidade elétrica da Renault.
Já a Mitsubishi não definiu se também participará do empreendimento, mas anunciou que investirá no projeto Horse da Renault, focado no desenvolvimento de veículos a combustão de baixas emissões e híbridos, junto com a conterrânea.
Agora vamos partir para o que interessa. Os anúncios de novos carros feitos pela Aliança priorizam três mercados em especial: América Latina, Índia e Europa. Para a nossa região, foi anunciado que pela primeira vez em duas décadas, um carro da Renault voltará a ser fabricado no México e será produzido pela Nissan, mas não há nenhuma outra informação sobre ele.
Mais próximos do Brasil foram os anúncios direcionados à fábrica da Renault-Nissan em Córdoba, na Argentina. O país vizinho será o responsável pela produção das picapes do grupo, que terão protagonismos diferentes.
A colaboração entre as marcas para as médias Frontier e Alaskan continuará, com a Nissan seguindo à frente dos projetos. Ou seja, picape média da Renault seguirá compartilhando a arquitetura da Nissan, mas mantendo design e configurações distintos.
Uma segunda picape, menor e que também terá versões para ambas as fabricantes, terá o desenvolvimento liderado pela Renault. Segundo informações do Motor1 Argentina, a menor chegará para competir com Fiat Toro e Chevrolet Montana, e poderá ser uma substituta para a Renault Oroch – mesmo que sejam esperadas dimensões maiores.
Até agora, o que se sabe é que ela terá uma estrutura monocoque e capacidade para até cinco pessoas. Também é provável que a novidade utilize a plataforma CMF, já usada por Renault e Nissan de compactos a SUVs médios.
A L200, que não foi citada no comunicado oficial, deverá seguir com sua carreira solo. Atualmente, a produção da picape para abastecer o mercado brasileiro acontece em Catalão, no estado de Goiás.
Além das picapes, as montadoras também trarão para a América Latina (sem especificar países) novos veículos compactos elétricos feitos sob a plataforma CMF-AEV, a mesma do Renault Kwid E-Tech. Segundo o comunicado, serão dois novos carros comercializados por Renault e Nissan, possivelmente, um de cada marca.
Por fim, ainda na região, a Aliança confirmou a produção de um Renault, pela Nissan, no México. Será o primeiro Renault produzido no país em 20 anos.
As outras novidades dizem respeito à Índia e Europa. Para o país asiático, a Aliança está considerando levar novos veículos elétricos compactos, além de “vários novos SUVs”, entre eles uma versão Nissan do Renault Triber.
Já na Europa, estão confirmados os novos Mitsubishi Colt e ASX, as versões japonesas de Renault Clio e Captur, respectivamente, e usarão a plataforma CMF-B. As marcas também anunciaram que investirão em veículos elétricos do segmento C – que abrange os SUVs compactos – para depois de 2026.
Para a mesma época, também foi anunciado um novo carro compacto elétrico da Nissan, que será produzido na planta ElectriCity da Renault na França, também a partir de 2026.