Há dois meses, a Stellantis anunciou o maior investimento já feito por uma montadora no Brasil: R$ 32 bilhões. Agora, o conglomerado promoveu uma cerimônia para anunciar que a fábrica de motores em Betim (MG) receberá, sozinha, R$ 14 bilhões desse montante.
É o necessário para que o volume de produção vá de 700.000 para 1,1 milhão de motores por ano, destinados ao Brasil e outros países da região. Mas não se trata só de quantidade: a linha de montagem incluirá os novos propulsores híbridos da Stellantis, que usarão etanol e têm desenvolvimento nacional.
Renovação energética
A última grande expansão da linha de motores de Minas Gerais foi durante a pandemia, quando os 1.0 e 1.3 turboflex que vão do Peugeot 208 ao Jeep Commander começaram a ser feitos. Na ocasião, porém, foram gastos R$ 454 milhões, já que o desenvolvimento de novas tecnologias não foi tão intenso.
Agora a situação é bem diferente, já que a Stellantis promete lançar oito novos conjuntos com algum grau de eletrificação. No segundo semestre de 2024 chega o primeiro deles – provavelmente, o 1.0 turbo híbrido leve que equipará os novos Fiat Pulse e Fastback.
Depois, será a vez de arranjos mais complexos, como os conjuntos híbridos convencionais (HEV) e híbridos plug-in (PHEV), antes da eventual eletrificação completa. Até 2030, serão 40 novidades, incluindo reestilizações e modelos inéditos de Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot, Ram e, quem sabe, outras marcas.
Longevidade à mineira
Inaugurado em 1976, o polo automotivo de Betim nasceu como a primeira fábrica da Fiat no Brasil. Recentemente, as fusões que deram origem a FCA e, depois, Stellantis, transformou a planta em uma espécie de hub: nele passa quase toda a pesquisa e desenvolvimento que ocorre na América do Sul, além de muitas atividades ligadas a outros continentes.
A ideia é que isso continue, já que as tecnologias de eletrificação feitas em Minas Gerais servirão às plantas de Goiana (PE), Porto Real (RJ) e qualquer outro lugar do mundo ao qual sejam úteis. Também houve atenção à manufatura em si, de modo que a produção de motores mais complexos tenha cadeia de fornecedores adequadas em qualquer unidade fabril da região sul-americana, sem que grandes incrementos precisem ser feitos.