É fácil entender o domínio que o Honda HR-V da primeira geração exerceu no segmento desde sua estreia, em março de 2015. A liderança da categoria foi resultado não só do prestígio da Honda mas também por virtudes como espaço interno, rendimento e confiabilidade.
Nos primeiros anos foi vendido apenas com o motor 1.8 flex do irmão Civic, que gerava 140/139 cv e impulsiona bem seus 1.270 kg, quase sempre acoplado a um câmbio CVT (nas versões EXL e Touring há borboletas no volante para trocas entre sete marchas predefinidas).
Desempenho e consumo do Honda HR-V
O Honda HR-V EXL 1.8 CVT foi de 0 a 100 km/h em 11,7 s em nossos testes. Já o consumo ficou em 10,4 km/l na cidade e 13,1 km/l na estrada. Mas ainda faz mais quilômetros por litro de gasolina na versão turbo.
Na linha 2020 surgiu o Honda HR-V Touring com motor 1.5 turbo a gasolina de 173 cv e ainda com câmbio CVT com simulação de sete marchas, também herdado do Civic. Em nosso teste, cumpriu o 0 a 100 km/h em apenas 8,4 s – o EXL 2019 cravou 11,7 s –, tempo que fez dele o SUV compacto mais rápido do mercado na época.
O consumo do Honda HR-V 1.5 turbo ficava sob controle: 12,2 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, ainda melhor que o do motor 1.8, que era flex.
A suspensão mostra o acerto firme dos Honda e garante ótima estabilidade, resultando em dirigibilidade e conforto próximos aos do Civic. Freios a disco nas quatro rodas e controle de estabilidade contribuem para seu belíssimo comportamento dinâmico.
Ele é o mais familiar dos SUVs compactos: tem a cabine mais larga entre os rivais e seus 2,61 metros de entre-eixos oferecem ótimo espaço traseiro. O acabamento interno traz peças bem encaixadas e materiais agradáveis à visão e ao tato.
A versatilidade é garantida pelo sistema de bancos modulares similar ao do Fit e o generoso porta-malas, de 437 litros, só perde para o do Renault Duster.
Versões e equipamentos de série do Honda HR-V
A versão mais popular do HR-V é a intermediária, EX, com rodas de liga, faróis de neblina, piscas nos retrovisores, rack no teto, câmera de ré, som com tela LCD de 5 polegadas e volante multifuncional com controle de áudio, piloto automático e revestimento que imita couro.
A diferença entre os HR-V EX e EXL está no fato de a versão EXL ainda ter bancos de couro, airbags laterais, ar digital, maçanetas externas cromadas e central com tela touch de 7 polegadas e espelhamento de celular.
Os espelhos ganham rebatimento automático e a câmera de ré exibe guias para auxiliar nas manobras.
Despojada, a versão mais barata do HR-V é a LX, que traz Isofix, freio de estacionamento elétrico com retenção para aclives, direção elétrica e coluna regulável em altura e distância e trio elétrico. É a única com opção do raro câmbio manual de seis marchas, que quase ninguém quer.
Para resistir à concorrência, a linha 2017 trouxe a configuração Touring, com faróis e lanternas de led, sensor de ré, retrovisor fotocrômico e airbags de cortina.
As outras versões também melhoraram: a EXL recebeu sensor de faróis e a EX, ar digital e CVT com borboletas e sete marchas predefinidas.
Na linha 2019, ganhou visual atualizado com barra cromada mais grossa na grade e lanternas traseiras fumê. A suspensão recebeu novo acerto, a cabine ganhou mais isolamento acústico e o câmbio CVT ganhou programação diferente. O HR-V também ficou mais completo e ganhou bancos dianteiros com abas maiores.
Na versão EXL, o quadro de instrumentos ganha iluminação em seus três aros, sendo que o do meio pode ser personalizado em sete cores. Mas ele pode funcionar como nas demais versões, onde o aro central fica mais verde conforme a condução se torna mais eficiente.
A mesma versão ainda passa a ter seis airbags e central multimídia com tela de sete polegadas compatível com Android Auto e Apple Carplay. As demais versões têm aparelho com tela de 5 polegadas, que na versão EX exibe imagens da câmera de ré.
Na nossa frota de Longa Duração, o HR-V foi aprovado com louvor após 60.000 km. Os raros problemas foram todos sanados pela rede autorizada, notória pela qualidade do pós-venda: boa parte dos HR-V usados ainda está na garantia de três anos.
A manutenção por oficinas independentes também é feita sem mistério.
Problemas e defeitos do Honda HR-V
- Suspensão dianteira: Vários ruídos podem surgir em condições específicas de rodagem, que constumam ser sanados com um simples reaperto dos componentes. As peças de desgaste mais acentuado são buchas das bandejas, mancais da barra estabilizadora e bieletas. Aproveite para verificar o estado dos amortecedores.
- Pneus: O desgaste nos componentes da suspensão dianteira pode causar problemas de alinhamento e desgaste irregular dos pneus. Tenha em mente que um pneu 215/55R17 de primeira linha custa em torno de R$ 500.
- Câmbio CVT: Veja se o fluido da transmissão foi trocado: a Honda recomenda sua substituição a cada 40.000 km ou 24 meses, o que ocorrer primeiro. Se houver partículas metálicas no fluido velho, troque também o filtro interno para evitar entupimentos no sistema.
- Cabeçote: Como em todo Honda, as válvulas devem ter folga verificada a cada 40.000 km, sob pena de comprometer consumo e desempenho. Folgas incorretas também deixam o motor mais barulhento.
- Recalls: Houve apenas duas convocações: uma envolve os cubos das rodas traseiras (unidades produzidas em 2015) e outra para as pinças de freio traseiras (produzidos entre 2015 e 2017). Consulte o site da Honda para mais informações.
Preço dos Honda HR-V usados
Modelo | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 |
LX 1.8 Manual |
R$ 74.765
|
R$ 78.120
|
R$ 85.460
|
– | – | – |
LX 1.8 CVT |
R$ 80.655
|
R$ 82.460
|
R$ 89.120
|
R$ 97.740
|
R$ 102.230
|
R$ 113.948
|
EX 1.8 CVT |
R$ 85.219
|
R$ 88.350
|
R$ 95.647
|
R$ 104.450
|
R$ 110.540
|
R$ 122.627
|
EXL 1.8 CVT |
R$ 93.980
|
R$ 96.330
|
R$ 104.550
|
R$ 113.430
|
R$ 117.344
|
R$ 133.005
|
Touring 1.8 CVT |
–
|
R$ 97.865
|
R$ 110.526
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– | – | – |
Touring 1.5T CVT |
–
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–
|
–
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– |
R$ 136.977
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R$ 143.390
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* Tabela KBB Brasil – os valores calculados pela KBB Brasil são para a compra pelo particular e em reais.
Preço de peças do Honda HR-V
Peças | Original | Paralelo |
Para-choque dianteiro | R$ 857 | R$ 720 |
Farol (par dianteiro) | R$ 1.166 | R$ 550 |
Disco de freio (par dianteiro) | R$ 925 | R$ 280 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 1.916 | R$ 1.300 |
Pastilhas de freio (par dianteiro) | R$ 406 | R$ 180 |
Embreagem (kit complet-o) | R$ 2.127 | R$ 1.200 |
O que falam do Honda HR-V
- Nome: Maria Cecília Krahenbuhl
- Idade: 53 anos
- profissão: Arquiteta
- Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
O que eu adoro: “Apesar da posição elevada, não é um trambolho na cidade, pois é muito prático e fácil de estacionar. O desempenho agrada e é favorecido por um bom conjunto de suspensão e freios. E gasta pouco pelo que anda.”
O que eu odeio: “O conforto é sacrificado em pisos irregulares: sacoleja muito fora do asfalto. A rotação do motor oscila demais com o piloto automático. Pelo seu preço, deveria
trazer partida por botão e banco do motorista elétrico.”
Nós dissemos
“A principal virtude do HR-V é conseguir transitar entre os dois mundos, on e off-road, com equilíbrio. Ele não é tão robusto quanto o Renegade nem tão dócil quanto o 2008. O HR-V é confortável e ao mesmo tempo esportivo. (…) A modularidade dos bancos, que podem ser rebatidos e dobrados, é um recurso exclusivo.”
Pense também em um… Hyundai Creta:
Com o mesmo porte do HR-V, ele oferece dois motores: 1.6 16V (130/123 cv) e 2.0 16V (166/156 cv), com duplo comando variável de válvulas para admissão e escape. O câmbio automático de seis marchas tem bom escalonamento e atende bem quem não aprecia o CVT da Honda. Outra vantagem é a garantia de cinco anos.