Hyundai ix35 usado é SUV do tamanho do Compass a partir de R$ 60.000
Bonito, potente e confortável, o Hyundai ix35 ainda está entre os SUVs médios mais procurado entre os carros usados
O Hyundai ix35 é como o caçula que pega carona na popularidade do irmão mais velho e famoso: aproveitou a fama pavimentada pelo Tucson da primeira geração e chegou aqui em meados de 2010, logo após sua apresentação nos EUA.
Com estilo ousado, seu desenho tornou-se referência frente aos sisudos japoneses Honda CR-V e Toyota RAV4, quando esses ainda eram relevantes no segmento de SUVs médios. Tamanho alvoroço eclipsou o brilho do primo Kia Sportage (basicamente o mesmo projeto).
Ninguém sentiu falta do V6 do Hyundai Tucson: o ix35 veio com um 2.0 de 166 cv, garantindo boa desenvoltura e consumo comedido. Em sua primeira fase, ainda importado da Coreia do Sul, a versão básica (código G596) trazia câmbio manual, som com comandos no volante, computador de bordo, ABS e EBD, ar-condicionado, airbag duplo e rodas de aro 18. Como opcional, câmbio automático de seis marchas, sempre com tração dianteira.
A versão intermediária (G595) adicionava bancos de couro, ar digital bizona, maçanetas cromadas, banco do motorista elétrico, piloto automático, sensor de ré e partida por botão. A tração 4×4 é exclusiva desta versão, não sendo oferecida nem na topo de linha (G551), que acrescentava câmara de ré, controle de tração e interface para iPod.
Houve mudanças na linha 2012, quando o motor 2.0 virou flex e ficou mais potente (178/169 cv), ganhando ainda kit multimídia com GPS, câmera de ré, controle de descida DBC, câmbio manual de seis marchas e volante com ajuste de profundidade, mas perdendo registro de consumo no computador de bordo. No ano seguinte, passou a ser montado no Brasil.
Para a linha 2016, ganhou nova frente com grade mais aberta em forma de hexágono e lanternas traseiras de led, dependendo da versão. Isso porque se agora a versão básica tinha o câmbio automático de seis marchas, perdia central multimídia de 7″ com GPS, piloto automático e partida sem chave. O motor teve sua potência reduzida para 167/157 cv.
Só a versão completa tinha ar-condicionado bizona, teto solar panorâmico, lanternas traseiras de led, partida sem chave, travamento automático das portas a 20 km/h, bancos dianteiros de couro (os traseiros são de couro e tecido), banco do motorista com ajuste elétrico e maçanetas com acabamento cromado, além do controle de estabilidade.
Quando saiu de linha, em 2021 (essas unidades seguiram à venda como 0km até 2023), só existia o Hyundai ix35 GL, com ar-condicionado analógico, faróis halógenos (com assinaturas de LED nos faróis e nas lanternas), quadro de instrumentos com mostradores analógicos e uma tela central monocromática e central multimídia sem Android Auto e Apple CarPlay.
Com 4,40 metros, o Hyundai ix35 é ligeiramente maior que o Tucson e oferece bom espaço interno para cinco adultos, em especial para cabeça e perna. O acabamento ainda deixa a desejar, mas apresenta detalhes de plástico imitando metal e evoluiu quando comparado ao Tucson, repetindo no interior a ousadia das linhas da carroceria.
A dirigibilidade é outro ponto forte: suspensão dianteira McPherson e traseira multilink fazem dele estável e confortável em curvas e frenagens. Outra evolução é a facilidade de manutenção: quase todas as peças são encontradas em estoque, a preços tabelados e razoáveis, muito importante num veículo com garantia de cinco anos.
As roubadas do Hyundai ix35
A versão intermediária oferece o melhor custo-benefício, mas só a top tem controle de estabilidade e airbags laterais e de cortina, que fazem a diferença na segurança ativa e passiva. Para identificar essa versão, basta olhar para cima: o teto solar panorâmico é exclusivo da top.
Defeitos e problemas do Hyundai iX35
Acabamento interno – Melhorou em relação ao Tucson, mas ainda deixa a desejar quando comparado aos rivais japoneses. Por serem rígidos demais, porta-trecos, botões e difusores de ar podem se soltar ou apresentar trincas.
Transmissão manual – Alvo da seção Autodefesa de novembro de 2012, o ix35 manual sofre de um problema comum ao Tucson: ruídos e trancos nas trocas de marcha, provocados por uma falha de usinagem no garfo seletor das marchas. É possível pedir sua substituição grátis na autorizada, desde que ainda esteja coberto pela garantia.
Câmbio automático – Também foi alvo da mesma seção Autodefesa: uma falha na válvula solenoide impede o correto funcionamento da transmissão. Cheque se as revisões estão em dia, pois na pior das hipóteses você será obrigado a recorrer à garantia de cinco anos.
Disco de freio – Pesado e com bom desempenho, não é raro encontrar um ix35 com os discos de freio empenados, principalmente nos automáticos. O mais indicado é fazer uma revisão geral com substituição de todos os discos e pastilhas (que não custam barato).
Qual o consumo e desempenho do Hyundai ix35?
Consumo urbano | 9,8 km/l |
Consumo rodoviário | 12,4 km/l |
0 a 100 km/h | 11,7 s |
0 a 1000 m | 33,2 s – 157,9 km/h |
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) | 4,8 s |
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) | 6,5 s |
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) | 8,5 s |
Frenagem | 17,8/31,3/70,6 m |
Preços dos Hyundai ix35 usados (KBB)
Versão | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 |
ix35 GL 2.0 MT |
–
|
– | – | – | – |
R$ 81.332
|
R$ 88.261
|
R$ 91.478
|
R$ 94.954 | R$ 99.778 | R$ 109.400 |
ix35 GLS 2.0 MT |
R$ 57.145
|
R$ 61.903 | R$ 64.220 | – | – | – | – | – | – | – | – |
ix35 GLS 2.0 AT | R$ 60.099 |
R$ 65.072
|
R$ 68.516
|
R$ 72.220 |
R$ 73.120
|
R$ 83.540
|
R$ 87.881
|
– | – | – | – |
ix35 GLS Top 2.0 AT |
R$ 65.545
|
R$ 68.432
|
– | – |
R$ 82.491
|
R$ 89.222
|
R$ 92.019
|
R$ 94.077
|
– | – | – |
A VOZ DO DONO
“Seu desenho é singular e atemporal: ele não envelheceu e continua chamando atenção. Tem arrancadas fortes e o consumo é baixo considerando seu tamanho e desempenho: 11 km/l no meu caso. Mas o plástico do acabamento é muito rígido, o assento curto é cansativo em viagens longas e o ESP deveria ser de série em todas as versões.”
Bruno B. Santos, coordenador de vendas, São Paulo (SP)
O QUE EU ADORO
“É um veículo familiar: o motor tem bom fôlego e a dirigibilidade é ótima, como a de um carro de passeio. É bonito, seguro e espaçoso: o carrinho de bebê não sacrifica o porta-malas.”
Flavia Lisboa, médica, Campinas (SP)
O QUE EU ODEIO
“O barulho e a vibração do motor invadem a cabine em rotações mais altas. A garantia de cinco anos prende o cliente a um pós-venda deficiente e caro.”
Silberto Pulita, diretor comercial, Caxias do Sul (SP)
Ficha técnica – Hyundai ix35
Motor | diant., 4 cil |
Cilindrada | 1 998 cm3, 16V, transv., DOHC |
Diâmetro x curso | 86 x 86 mm |
Potência | 169 cv a 6 200 rpm |
Torque | 20,4 mkgf a 4 800 rpm |
Câmbio | automático, 6 marchas, tração dianteira |
Dimensões | comprimento, 441 cm; altura, 165,5 cm; largura, 182 cm; entre-eixos, 264 cm |
Peso | 1.403 kg |
Tanque | 58 l |
Suspensão dianteira | McPherson |
Suspensão traseira | multilink |
Freios | disco ventilado (diant.), sólido [tras.) |
Pneus | liga leve, 225/55 R18 |
Equipamentos | direção elétrica, ar digital bizona, piloto automático, ESP, controle de tração, multimídia com tela touch, airbags laterais e de cortina, teto solar, câmera de ré |
NÓS DISSEMOS – Agosto de 2010
Teste: ix35 x Sportage. “Houve o equilíbrio de forças esperado, afinal entre os dois carros avaliados existe um empate técnico. A base é a mesma: motor 2.0 16V e caixa automática de seis marchas. Na prova de aceleração de 0 a 100 km/h, ix35 e Sportage cravaram médias de, respectivamente, 12 e 12,7 segundos. (…) No consumo, o Hyundai recuperou a ponta tanto na cidade (média de 8,5 km/l) como na estrada (10,8 km/l) – o Sportage indicou consumo urbano de 8 km/l e rodoviário de 10,3 km/l. Numa análise geral, ainda que por pequenas diferenças, o ix35 conseguiu andar mais e consumir menos gasolina que o Sportage.”
PENSE TAMBÉM EM UM… Kia Sportage
O Sportage compartilha a mesma plataforma e concepção mecânica do ix35 e chegou ao mercado por preços menores. Logo ganhou status e ultrapassou o ix35 no ranking de vendas, oferecendo o mesmo nível de equipamentos, maior espaço interno e porta-malas mais generoso. Não oferece a mesma ousadia em estilo, mas é muito atraente: é obra de Peter Schreyer, ex-chefe de design da Audi. Reconhecido pela sua dirigibilidade, só fica devendo as rodas de aro 18 na versão básica e uma política de preços das peças de reposição mais definida: a variação de preços entre as concessionárias só complica a vida dos proprietários.