Toyota Etios sedã usado não traz emoção — nem para o mal e nem para o bem

Lançado em 2012, o Toyota Etios foi a primeira investida da marca japonesa no segmento dos compactos, no Brasil. O estilo controverso afastou boa parte dos consumidores, que só passaram a considerá-lo após as alterações realizadas no modelo 2017.

O quadro de instrumentos analógico foi substituído por duas telas digitais, ainda posicionadas no centro do painel e com diversos recursos configuráveis. Todas as versões contam com ar-condicionado, direção assistida, travas e vidros elétricos, cintos de três pontos e apoios de cabeça para os cinco ocupantes e cadeirinha infantil.

Extremamente racional, o Toyota Etios Sedan X fez sucesso por finalmente oferecer um câmbio automático tradicional de quatro velocidades combinado ao motor 1.5 litro (107/102 cv, etanol/gasolina). Bem acertado, esse motor faz um conjunto perfeito com o novo câmbio manual de seis velocidades.

Quem tem pressa deve optar pela versão XS, que acrescenta o rádio/MP3 com função Bluetooth e entradas auxiliares, bancos de tecido bicolor, volante multifuncional, abertura do porta-malas por botão e cromados no acabamento interno. Rodas de liga leve só mesmo na versão XLS, que incorpora faróis de neblina, volante revestido de couro, retrovisores com indicadores de direção integrados e bancos de material sintético imitando couro.

Topo da linha, a versão Platinum foi a primeira a receber novos para-choques e uma grade redesenhada. Completa, tem saias laterais exclusivas, lanternas traseiras com máscara negra, piloto automático e multimídia Toyota Play com DVD, GPS, TV digital e câmera de ré.

A atualização de estilo foi estendida às demais versões na linha 2018. A linha 2019 marcou a chegada dos controles de estabilidade e de tração, mas cuidado: ambos não são oferecidos na versão X Standard, voltada a frotistas. A versão intermediária XS deu lugar à X-Plus, com rodas de liga leve de 15 polegadas e repetidores de seta nos retrovisores.

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O lançamento do Yaris, em 2019, canibalizou as vendas do Etios, que deixou de ser comercializado no Brasil em 2021. Robusto, confortável, ágil e econômico, ele só decepciona no visual: seu estilo funcional e quase utilitário sintetiza muito bem a ideia de “quem vê cara não vê o coração”.

Principais problemas do Toyota Etios

DIREÇÃO – A assistência elétrica pode apresentar falhas intermitentes. O problema é geralmente causado por oxidação nos parafusos do cabo da bateria, prejudicando o aterramento do sistema.

CÂMBIO AUTOMÁTICO – A caixa Aisin U442E é simples e robusta, mas exige cuidados básicos. O fluido deve ser inspecionado a cada 40.000 km e nas unidades com maior quilometragem vale a pena investir em uma revisão preventiva.

TRANSMISSÃO – Vibração incômoda em acelerações indicam desgaste acentuado dos componentes das juntas tripoides (trizetas e tulipas), responsáveis por transmitir o torque do câmbio para as homocinéticas.

SUSPENSÃO TRASEIRA – O rompimento das buchas de apoio do eixo traseiro resulta em pancadas secas. Rolagem excessiva indicam problemas de fixação da barra estabilizadora traseira, problema comum que já foi abordado na seção Autodefesa.

RECALL – Envolvendo os airbags fornecidos pela japonesa Takata. O problema abrange unidades que foram produzidas até março de 2017 e pode impedir a transferência do veículo quando não solucionado.

Preço médio dos usados (2017-2021)

Preço das peças

O que dizem os donos do Toyota Etios

NOME: Mauro Bonício Bitu
IDADE: 54 anos
PROFISSÃO: engenheiro
CIDADE: São Bernardo do Campo (SP)

O QUE EU ADORO: “Imbatível na relação custo/benefício: é robusto, com bom desempenho na cidade ou na estrada e consumo baixíssimo. Espaçoso, confortável, com seguro barato e valor de revisões bem acessível.”

O QUE EU ODEIO: “Esse é o meu terceiro Etios e ainda não me acostumei com o painel central. O acabamento interno apresenta reentrâncias que favorecem o acúmulo de sujeira.”

Nós dissemos em maio de 2016

“Ao volante, não foi possível sentir os efeitos da nacionalização do motor. (…) O câmbio automático, grande astro da linha 2017, se mostrou bem acertado apesar de ter apenas quatro marchas (…). A cabine evoluiu muito, apesar de ser conceitualmente a mesma. O modelo avaliado contava com uma nova central multimídia e volante multifuncional – este, herdado do Corolla.”

Pense também em um…

Chevrolet Onix (2ª geração): As versões mais simples contam com seis airbags, ESP e ar-condicionado. Entre os opcionais mais valorizados estão a central multimídia MyLink, câmera de ré, faróis de neblina e rodas de liga leve aro 15. Quem não se contentar com os 82 cv do motor de três cilindros deve optar pelo Ecotec 1.0 Flex Turbo, com 116 cv e opção de transmissão automática de seis marchas.