Para uma barra de ferro, um ímã é simplesmente irresistível. A aproximação pode ser lenta, mas, à medida que a distância diminui, a atração aumenta até o ponto do contato. É assim também com pessoas magnéticas. Eles e elas têm essa capacidade de conquistar à primeira vista. São interessantes, bem resolvidos(as), confiantes, assertivos(as), entusiasmados(as). É assim para relacionamentos. Para muitas pessoas, é assim também para automóveis.
Homens e mulheres apaixonados por carros sabem: o magnetismo pode partir de uma máquina de uma tonelada. O fascínio é tão grande que, para essas pessoas, a atração também aumenta à medida que a distância diminui: primeiro vem o design externo do veículo, que convida a se aproximar, abrir as portas e entrar. Dentro, vem o acabamento dos bancos e das portas, o painel, o design do espaço interno. Por fim, o passo seguinte é automático: ligar o motor, ouvir seu som, acelerar levemente. A vontade de pegar uma estrada sem fim é inevitável.
Mas como se explica esse magnetismo exercido pelos carros? De onde vem, por que é tão poderoso?
Extensão do corpo
Os veículos a motor fazem parte da vida do brasileiro. Só no ano passado, foram 2,2 milhões de novos modelos emplacados. O país conta com 65 unidades industriais espalhadas por 40 municípios de 11 estados. Nossos motoristas, homens e mulheres, investem em carros, mas também em personalização e acessórios. Um cidadão – ou cidadã – comum pode deixar acumular louça na pia, mas tem um prazer enorme em lavar o próprio carro ou esperar debaixo do sol e da chuva nas filas de lava-rápidos dos fins de semana.
Isso tudo acontece porque os carros funcionam como uma extensão do corpo do motorista. Era assim até mesmo antes de existirem veículos motorizados – basta pensar nos centauros, os seres mitológicos que eram metade homens, metade cavalos, numa época em que esses animais eram uma excelente opção de transporte.
Carros proporcionam poder e segurança. Expressam individualidade – afinal, ao volante, quem dita os caminhos e o ritmo é o motorista. São também ferramenta de conquista, na medida em que reafirmam a masculinidade e a autoestima. Afinal, uma pessoa expressa sua personalidade por meio do carro. E assim atrai parceiros que compartilham os mesmos interesses.
Atração e autoestima
A psicologia comprova tudo isso. Um estudo de 2009, por exemplo, realizado pelos pesquisadores Gad Saad e John Vongas, da Universidade de Concórdia, no Canadá, demonstrou que o nível de testosterona no sangue aumenta quando um homem dirige um Porsche. Do outro lado do Oceano Atlântico, na Universidade de Gales, Micheal Dunn e Robert Searle reuniram um grupo de voluntárias e mostraram a elas fotos de homens ao lado de um carro popular e de um carro esportivo. Perguntaram quem era mais sexy. Resposta: elas apresentaram a tendência de preferir quem estava ao lado do veículo esportivo, mais arrojado e valorizado.
Ou seja: se uma pessoa magnética atrai coisas boas, viagens, sucesso, relacionamentos, esse poder fica maior ainda quando duas pessoas compartilham a atração por carros: essa paixão pode multiplicar o magnetismo do casal. Aliás, é assim também com o futebol. E tudo isso ajuda a entender por que carros são uma verdadeira paixão.
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