Clássicos: Mercedes-Benz 190 SL, um conversível feito para brilhar
Esse pequeno conversível alemão desfilou nas mãos se Grace Kelly, Paul Newman e até Frank Sinatra
O austríaco Max Hoffman foi uma das personalidades mais influentes da indústria automobilística na década de 1950. Estabelecido em Nova York, o importador teve papel fundamental no desenvolvimento de conversíveis como BMW 507 roadster, Porsche 356 Speedster e Mercedes-Benz 190 SL (código W121 B II).
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A primeira aparição do 190 SL ocorreu no Salão de Nova York de 1954, ainda como protótipo. O conversível desenhado por Walter Häcker e Hermann Ahrens estava ao lado do mítico cupê 300 SL, outro protótipo sugerido por Max Hoffman. Seu estilo era tão avançado que os cabriolets 220 e 300 S ficaram obsoletos da noite para o dia.
Baseado na plataforma dos sedãs W120, o modelo definitivo só foi apresentado no Salão de Genebra de 1955 com alterações em grade, para-choques, capô e para-lamas traseiros. Compartilhava muitos elementos de estilo com o irmão 300 SL, mas era consideravelmente menor, com 4,29 metros de comprimento e 2,4 metros entre os eixos.
O 190 SL começou a ser produzido no mesmo ano em Sindelfingen em quatro versões: conversível com teto de lona, cupê com teto de alumínio removível, cupê com as duas opções de teto e o raríssimo 190 SLR para competições. Todas eram significativamente mais caras que o Porsche 356 e vinham sempre pintadas de prata metálico. Outras cores eram oferecidas como opcional, incluindo a pintura em duas tonalidades.
O emprego de alumínio em capô, portas e tampa do porta-malas foi essencial para mantê-lo abaixo dos 1.200 kg. Era impulsionado pelo motor M121 de 1,9 litro, o primeiro quatro-cilindros do fabricante com comando de válvulas no cabeçote.
Era alimentado por dois carburadores Solex 44 PHH para gerar 14,5 kgfm a 3.200 rpm e 105 cv a 5.700 rpm. Números modestos frente aos 215 cv do 300 SL, mas suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em 14 segundos, com máxima de 170 km/h.
Estava longe de agradar o diretor de competições Alfred Neubauer, mas a tração traseira e a suspensão traseira por braços oscilantes não comprometiam seu equilíbrio dinâmico. A dirigibilidade era favorecida pelo enorme volante (sem assistência) e pelo câmbio manual de quatro marchas. As rodas de 13 polegadas traziam freios com tambores aletados e pneus diagonais na medida 6.40-13.
O padrão de construção era o mesmo do 300 SL, com a solidez típica da marca. Entre os opcionais havia rádio Becker, ar quente, faróis auxiliares, capota rígida e um assento traseiro transversal para um terceiro ocupante. O interior poderia ser revestido de couro ou MB-Tex, material sintético exclusivo da Mercedes-Benz.
Sucesso entre o público feminino: havia pelo menos um 190 SL nas garagens de Ingrid Bergman, Grace Kelly, Gina Lollobrigida, e até da desafortunada Rosemarie Nitribitt. Marmanjos também se renderam: Paul Newman, Cary Grant, Frank Sinatra e Kirk Douglas.
No total, 25.881 unidades do 190 SL foram comercializadas até 1963, ano em que foi sucedido pelo 230 SL “Pagoda” com motor de seis cilindros (código W113). Cerca de 80% da produção foi exportada, com 10.368 unidades destinadas aos EUA, seu maior mercado consumidor. O conceito de um conversível pequeno de quatro cilindros só seria resgatado pela Mercedes com o lançamento do SLK, em 1996, com os mesmos 2,4 metros entre os eixos.
Ficha Técnica:
Mercedes-Benz 190 SL 1955
Motor: 4 cilindros em linha de 1,9 litro; 14,5 kgfm
a 3.200 rpm; 105 cv a 5.700 rpm
Câmbio: manual de 4 velocidades
Carroceria: aberta, 2 portas, 2 lugares
Dimensões: comprimento, 429 cm; largura, 174 cm; altura, 132 cm; entre-eixos, 240 cm; peso, 1.180 kg
Desempenho: 0 a 100 km/h em 14 segundos; velocidade máxima de 170 km/h
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