Essa roda com motor e volante era o futuro da mobilidade 90 anos atrás
O estranho Dynasphere levava até duas pessoas e era feito para qualquer tipo de terreno
Toda nova tecnologia passa por um período de experimentação até definir sua identidade. Com os automóveis, no entanto, a criatividade para inovar nas formas de se locomover pareciam infindáveis décadas atrás.
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Entre as tentativas de criar um novo conceito de automóvel, em 1930, surgiu um protótipo curioso que era declarado por seus inventores como o futuro da mobilidade. Tratava-se da Dynasphere, um monocíclo gigantesco que levava até duas pessoas.
Seu visual pouco ortodoxo chamou a atenção principalmente por ter sido apresentado como um veículo que teria ótimo desempenho em qualquer tipo de terreno.
A condução desbalanceada preocupava nas primeiras versões, especialmente nas curvas. Mesmo com um volante, o condutor tinha de inclinar o corpo para que o Dynasphere virasse, como em uma motocicleta. A funcionalidade do volante era prometida para ser revisada nos protótipos posteriores.
Quem tentou reinventar a roda foi o engenheiro elétrico inglês John Archibald Purves, juntamente de seu filho. Purves teve grande contribuição para o setor de distribuição de energia elétrica, mas quase sempre é lembrado pela invenção do estranho veículo.
Alguns dizem até que a invenção foi inspirada por projetos do enigmático artista e inventor Leonardo da Vinci.
Foram feitos dois protótipos. O primeiro era elétrico e o segundo, movido a gasolina. O projeto era motorizado por um motor Douglas que desempenhava 6,08 cv e era associado a uma caixa de câmbio de três marchas com capacidade de reversão.
O motor tinha de dar conta de carregar toda a estrutura do veículo, que tinha três metros de altura e era construído majoritariamente por grades de ferro. O peso aproximado era de 450kg e rendeu o apelido de “Jumbo” à invenção de Purves. Mesmo assim o inventor conseguiu chegar aos 48km/h em seus testes.
Não há registros sobre o sistema de freios utilizado no Dynasphere. Que fique livre a imaginação para descobrir uma forma de parar uma roda de metal de três metros de altura em alta velocidade.
Se já parece muito para um motor de 1930, as coisas pioraram com o anúncio de uma versão para até oito pessoas preparada exclusivamente para o uso na praia.
Como em quase todas as empreitadas na busca de renovar os automóveis, o futuro da Dynasphere nunca chegou. Após o ano de 1932, o projeto foi abandonado. A inviabilidade do projeto pode ter sido a causa mortis, mas não significa que a ideia foi sepultada.
Hoje, vivemos uma explosão de tecnologias de mobilidade urbana e, dentre elas, os monociclos fazem bastante sucesso. Elétricos, mais rápidos e seguros não herdaram a grandeza do Dynasphere, mas, carregam parte de seu legado.
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