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Chevrolet Cruze 2015

Com mudanças sutis e melhoria no consumo, o modelo cumpre o papel de ficar até 2016 em estado de espera pela nova geração

Por Gustavo Henrique Ruffo
9 dez 2014, 19h51
testes

Depois da apresentação da nova S10 com motor 2.5 com injeção direta de combustível, no mês passado, o mínimo que se esperava do Chevrolet Cruze era algo parecido. O Focus, por exemplo, já tem esse sistema que, além de economizar, ainda dá partida a frio sem a necessidade de um tanquinho. Não seria, portanto, por falta de concorrência. Mas, como o motor vem pronto de fora e a segunda geração do sedã deve chegar logo – está prevista para o início de 2016 -, o Cruze 2015 ficou com essa sensação de “mais do mesmo”. O que não significa que ele tenha deixado de fazer evoluções interessantes.

Certamente, sua grande melhoria não é no visual. Se você não olhar a frente, não vai notar mudanças. O para-choque dianteiro é o único item totalmente novo do sedã. Ele traz uma nova grade frontal, que ficou maior e trocou o padrão de colmeias por barras horizontais cromadas. Os nichos dos faróis de neblina também cresceram, com molduras igualmente cromadas. Nelas foram inseridos DRLs (Daytime Running Lights, ou faróis diurnos) de leds, que ficam sempre acesos. No interior, de novo, só as cores do revestimento de couro: Brown Storm, um marrom puxado para o roxo, e Dark Ashtray, um cinza-escuro. Completam o pacote três novas rodas de liga.

Entre as novidades não visíveis estão a retomada de uma tradição e um novo recurso, ambas na chave

canivete. Está de volta o Comfort Closing, que nos tempos do Astra fechava ou abria todas as janelas se um botão fosse pressionado por mais tempo. E o Cruze 2015 também estreia a partida a distância. Funciona assim: com o carro travado, você aperta um botão na chave. Isso liga o motor e faz o ar-condicionado recuperar a última programação, refrigerando o interior. Para não chamar ainda mais atenção, nenhuma luz interna ou externa se acende. Se ninguém entrar no carro em 15 minutos, o motor se desliga. Se o carro estiver destravado, o motor não liga.

Para um segmento com renovações importantes e relativamente recentes, como as do Toyota Corolla

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e Nissan Sentra, e a estreia de rivais de peso, como Citroën C4 Lounge, as mudanças podem parecer

mera perfumaria. Mas essa impressão se esvai diante do fato de o Cruze ter sido o segundo colocado na sua categoria na pesquisa Os Eleitos 2014, que mede a satisfação dos donos dos 40 carros mais vendidos do Brasil. Além disso, a única grande queixa dos proprietários era o consumo, algo que a engenharia tratou agora com carinho, graças à reprogramação do motor (que mantém os 144/140 cv) e à nova GF6², segunda geração do câmbio automático de seis marchas. Segundo a GM, ela dá menos trancos, faz trocas mais rápidas e economiza até 2% de combustível. Uma previsão pessimista, de acordo com nosso teste. Na pista, o Cruze fez 11,1 km/l em ciclo urbano, com gasolina, bem mais que os 10 km/l da versão anterior – a melhoria foi de 11%. Na estrada, o consumo se manteve em 13,3 km/l. Na média, pode-se dizer que o sedã gastou 5,5% a menos.

O comportamento ao volante também ficou mais agradável. A responsável foi a “recalibração da

aceleração em situações transientes”, como ressaltou o engenheiro Paulo Riedel, diretor de engenharia da GM Powertrain. Trocando em miúdos, o motor enche mais rapidamente e as respostas de acelerador são mais ágeis. O que também se comprovou na pista, de modo mais sutil: antes o Cruze levava 11,7 segundos para ir de 0 a 100 km/h, agora faz em 11,6. A melhor marca foi na retomada de 60 a 100 km/h, reduzida de 7 para 6,3 segundos.

Na unidade que avaliamos, os números de frenagem foram muito superiores aos do modelo anterior. De 120 km/h a 0, o Cruze 2015 gastou apenas 55,7 metros, ante os 64,1 de antes. Por outro lado, o nível de ruído sofreu uma pequena piora, ficando entre 3 e 5 dBA acima do nível do modelo anterior.

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Apesar de poucas, as melhorias mostram que a GM está atenta ao que a clientela do Cruze quer. Ele

continua a ter bom espaço atrás, mas menos do que seu longo entre-eixos promete. Manteve a suspensão suave em buracos e valetas, mas firme em curvas. O painel de leitura é apenas razoável, com reflexos, que os ajustes de altura e distância da direção não melhoram muito. Bom mesmo, para o Cruze 2015, seria ter uma redução de preço para tornar a competição mais justa frente aos novos e mais modernos rivais. Mas a GM deve manter os do modelo 2014, que hoje partem de R$ 72 100.

Segunda geração chega em 2016

cruze2016.jpeg

A melhor explicação para a falta de ousadia da GM do Brasil em mexer no cruze atual está na nova geração do sedã, apresentada em abril deste ano no salão de Pequim, na china. construído sobre a plataforma d2XX, a mesma dos futuros Volt e Captiva Sport, o novo cruze será fabricado em Rosario, na argentina, até o fim de 2015, o que o coloca no mercado brasileiro, na pior das hipóteses, no começo de 2016. O carro da plataforma d2XX tem entre-eixos menor que o do modelo atual: são 2,66 metros, em vez de 2,69 metros, uma diminuição que pode ser compensada pelo posicionamento dos bancos ou até o uso de encostos mais finos. Já o porta-malas, de 430 litros, representa 20 litros a menos que o do modelo atual. Os motores já anunciados são todos com injeção direta: um 1.4 turbo de 150 cv e um 1.5 naturalmente aspirado de 117 cv. O projeto Fênix, que exigiu um investimento de us$ 450 milhões, não dará origem apenas aos novos Cruze hatch e sedã, mas também a um utilitário médio, o novo Captiva Sport.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

Conforto sem perder em eficiência. A suspensão é firme, os freios param o carro em boas distâncias e a direção é leve na medida certa.

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MOTOR E CÂMBIO

Com uma nova geração da transmissão GF6, a GF6², o Cruze responde melhor ao acelerador. Pena o motor 1.8 não ter ganhado injeção direta de combustível.

CARROCERIA

A construção do Cruze, se não tem brilho, também não tem imprecisões. Painéis bem-encaixados, com distâncias regulares, revelam bom cuidado na montagem.

VIDA A BORDO

Apesar do entre-eixos de 2,69 metros, o Cruze fica devendo um pouco de espaço no banco traseiro. Culpa da posição baixa de dirigir, que acaba sendo vantagem para o motorista.

SEGURANÇA

Bem-equipado desde a versão LT, o Cruze tem seis airbags na versão LTZ, mas vem também com controle de tração e estabilidade, além de Isofix.

SEU BOLSO

Ao manter o preço da versão LTZ atual, de R$ 86 900, o sedã cobra além do razoável. Há outros que entregam mais por menos.

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OS RIVAIS Toyota Corolla 2.0 Altis

Vendido a R$ 94 390, tem a vantagem de ter um motor flex de até 154 cv.

Citroën C4 Lounge Exclusive

O 1.6 turbo tem 165 cv, custa menos (R$ 82 090) e ainda é fácil encontrá-lo com desconto.

VEREDICTO

Mantendo o que já era sucesso e atendendo às reclamações, o Cruze pretende se manter competitivo. Pode conseguir, até mudar de vez em 2016.

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