Guia de Usados: Chevrolet Omega (4ª geração)
Discretíssimo, ele esconde seu caráter esportivo, mas é imbatível no prazer ao volante e no custo-benefício
Com o mercado migrando para carros mais compactos e práticos, os sedãs de luxo viraram objeto de desejo de quem quer fartura de potência, espaço e conforto. Para esse público, o Omega é uma das melhores opções entre os usados.
Importado da Austrália, virou líder do segmento graças ao custo-benefício: com porte de Audi A6, preço de BMW Série 3 e discrição de Vectra, caiu nas graças de executivos e políticos avessos à ostentação.
O generoso espaço interno e a alta robustez fizeram dele um dos favoritos das blindadoras, sobretudo pelo Alloytec V6 3.6, adotado na linha 2005. Todo de alumínio e com duplo comando de válvulas variável e coletor variável, gera 258 cv e 34,7 mkgf.
O câmbio automático de cinco marchas também equipava alguns BMW e o Range Rover. As borboletas atrás do volante conferiam um caráter ainda mais esportivo ao sedã de 1 637 kg: 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e máxima de 235 km/h, segundo a fábrica.
A segurança ficava por conta de ABS com EBD, airbags frontais e laterais e encostos de cabeça ativos.
A quarta geração deu as caras no modelo 2008: mais baixo e largo, trazia um desenho mais agressivo, para apagar a aura de carro de frota executivo. O Omega renovado oferecia o mesmo nível de equipamentos de um Mercedes Classe E por metade do preço.
No interior, DVD no teto integrado ao monitor colorido no painel e ar digital de duas zonas. Ganhava rodas aro 17, controle de estabilidade e airbags de cortina, além de 12,6 cm de entre-eixos, aumentando o espaço interno. Mas perdia as borboletas do câmbio e 4 cv, para se adequar à nova lei de emissões.
Voltaria a ganhar potência em 2011, pela versão Fittipaldi: com injeção direta, rendia 292 cv e 36,7 mkgf, com um 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. O câmbio vinha com seis marchas.
O Omega chegou ao mercado com preços competitivos e mesmo assim sempre sofreu uma alta desvalorização, o que faz com que seja encontrado a preços atraentes entre os usados, apesar da pouca oferta.
Robusto e sem problemas crônicos, ele tem manutenção teoricamente simples, mas dificultada pela limitada oferta de peças, que são muito caras, tornando o paralelo a melhor opção de compra.
FUJA DA ROUBADA
O Omega sempre foi o queridinho entre os blindados. Se for comprar um deles, cheque todos os vidros elétricos, suspensão, borrachas, frisos e encaixe dos vidros. Na dúvida, vale a pena solicitar uma vistoria técnica.
NÓS DISSEMOS… Agosto de 2007
“Quando se fala de Omega, vem logo à cabeça a ideia de carro da presidência – seja da empresa, seja da república. (…) Ficou 5 cm mais próximo do chão, mesmo com rodas maiores, aro 17. Tem quase o mesmo comprimento anterior, mas cresceu 12,6 cm no entre-eixos para acomodar bem os passageiros de trás – lembre-se, é lá que o presidente deve andar. destaque para o controle de estabilidade, útil num carro desse porte com tração traseira. Ainda ganhou airbags de cortina, além dos frontais e laterais. O motor é o mesmo V6, mas com 254 cv – perdeu 4 cv para atender à lei de emissões.”
ONDE O BICHO PEGA
Airbag: Luz do airbag acesa após a manutenção ou o alinhamento da direção é um forte indício de rompimento da cinta do airbag. O sistema só volta a operar após a troca dela, por 900 reais.
Recall: O modelo 2008 foi convocado para a troca da mangueira de combustível e da braçadeira de fixação da mangueira do cânister. O atrito entre ambos pode provocar vazamento e incêndio no cofre do motor. São 784 unidades com número de chassi entre 8L100018 e 8L983844.
Motor: Algumas unidades do modelo 2008 apresentam distensão na corrente de acionamento dos comandos de válvulas por folga excessiva dos elos metálicos. A luz de avaria no painel indica a falta de sincronismo entre comandos e o virabrequim e só se apaga com a troca da corrente, por 4 700 reais.
Freios: Problema comum a todo sedã automático pesado e com bom desempenho é o desgaste acentuado dos freios, sobretudo se for blindado. Uma revisão completa neles sai por volta de 2 000 reais.
Assoalho: Os carros da linha 2008 em diante são mais baixos e têm quase 3 metros de entreeixos, o que os faz raspar em lombadas e rampas de garagem. O ideal é pôr o veículo num elevador e procurar por problemas, principalmente nos defletores.
A VOZ DO DONO
“Poucos sedãs de luxo são tão competentes quanto ele: oferece espaço de sobra e é imbatível no custo-benefício. A mecânica é tão adequada ao Brasil que nem parece importado: manutenção simples e acessível, suspensão robusta e motor forte e potente. Dois defeitos: o limitado campo de visão dos espelhos e os faróis, que iluminam pouco.” – Anderson Cristiano, 33 anos, empresário, rio de Janeiro (RJ)
O QUE EU ADORO
“O Omega tem espaço, luxo, conforto, estabilidade e desempenho igual ou superior ao de carros bem mais caros. Por tudo que oferece, até o consumo é bom.” – Cesar Machado Zaparoli, 45 anos, autônomo, São Caetano do Sul (SP)
O QUE EU ODEIO
“A rede autorizada sabe pouco do carro: pedem horas para pesquisar as peças e nunca têm para pronta entrega. São tão caras que vale mais comprar no exterior.” – William Ricardo Veras Lisboa, 30 anos, funcionário público, São João da boa Vista (SP)
Preço médio dos usados (FIPE)
2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2011 | 2012 | |
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Omega CD Fittipaldi 3.6 V6 | R$ 28.504 | R$ 31.388 | R$ 40.165 | R$ 41.870 | R$ 44.321 | R$ 55.919 | R$ 62.783 |
PENSE EM TAMBÉM EM UM… Chrysler 300C
O que o Omega tem de discrição o Chrysler 300C tem de presença. Seu estilo forte nunca causa indiferença por onde passa. Seus 5 metros de comprimento e quase 2 de largura são evidenciados pela linha de cintura alta, teto baixo e enormes rodas de aro 18.
Como no Omega, tem rodar macio, porém estável, transmitindo segurança. Seu V6 3.5 é menos potente (249 cv) e precisa dar conta de um peso maior (1 845 kg), motivo pelo qual seu desempenho é inferior – ele leva 9,6 segundos para ir a 100 km/h e a velocidade máxima é de 219 km/h.
Mesmo assim, trata-se de uma ótima escolha para quem não abre mão de ver e ser visto.