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Guia de Usados: Fiat Punto T-Jet

O hatch é um turbinado à moda antiga: não tem injeção direta, nem comando variável. Mas conquistou uma legião de fãs em seus sete anos de existência

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 25 mar 2024, 16h26 - Publicado em 1 jul 2016, 22h05
Fiat Punto T-Jet
A frente com "bigode" e aberturas extras no para-choques veio no facelift de 2012  (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Fiat Punto T-Jet

Quando foi lançado por aqui, em 2009, o Punto T-Jet parecia reviver um segmento quase esquecido no mercado: o dos hot hatches com esportividade além do visual.

A versão turbinada conquistou um legado com um número considerável de admiradores e proprietários. Porém, a falta de atualizações mecânicas fez com que o modelo ficasse ultrapassado frente à concorrência, hoje bem mais forte, composta por modelos como Peugeot 208 GT, Renault Sandero R.S., DS 3 e Suzuki Swift Sport.

Um dos pontos altos do T-Jet é seu estilo, que permanece atraente. Com boas mudanças em relação às configurações tradicionais (principalmente após o facelift feito em 2012), o hatch adota para-choques alargados, com linhas mais esportivas, aberturas maiores, grades com trama de colmeia, luzes de ré centrais e dupla saída de escape.

De lado, além dos adesivos que identificam a versão, as rodas de 17 polegadas e acabamento diamantado são exclusivas.

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Fiat Punto T-Jet

Por dentro, ele também tem visual mais caprichado em relação às demais versões. Os bancos possuem apoios laterais mais generosos, e a tela digital no meio do painel de instrumentos exibe um gráfico que indica a pressão do turbo.

Ao lado da alavanca de câmbio, fica o chamado Seletor DNA, um comando com três modos: Dynamic, Normal e Autonomy. Cada programa modifica os mapas de calibração da central eletrônica para gerar reações mais ágeis ou mais voltadas para a economia.

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Moderno em sua época e um dos pioneiros aqui no Brasil no conceito de downsizing, o motor 1.4 16V turbo acabou ficando para trás por não ter injeção direta de combustível, comando variável e beber apenas gasolina, diferentemente dos rivais 208 GT e Sandero R.S. (o último, equipado com um 2.0 aspirado).

Acompanhado de um câmbio manual de cinco marchas (contra seis dos franceses), o conjunto entrega 152 cv e 21,1 mkgf. No teste de pista feito pela QUATRO RODAS em 2012, o carro foi de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos, com boas médias de consumo de 10,4/13,1 km/l em ciclo urbano/rodoviário.

Fiat Punto T-Jet

Mais importante é a boa convivência com o carro. Além da vocação esportiva com consumo de 1.6 aspirado, o Punto T-Jet pode ser o carro da família: apesar da suspensão mais firme, ele lida bem com as irregularidades e oferece conforto para o motorista e para os demais ocupantes.

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Principais características do Punto, a posição de dirigir é ótima e o espaço traseiro acomoda bem três ocupantes (inclusive na altura). O porta-malas de 280 litros está na média da categoria.

Ele saiu de linha custando salgados R$ 75.300, sendo substituído pela versão pseudo-esportiva Blackmotion, com motor 1.8 flex de até 132 cv e que saía por R$ 63.620.

A enorme desvalorização (um modelo 2015 é tabelado pela FIPE em R$ 49.237), por outro lado, o torna uma das opções mais atraentes do mercado de usados para quem busca diversão e boa performance sem abrir mão da comodidade nos momentos mais tranquilos.

ONDE O BICHO PEGA

Baixas rotações – Mesmo com credenciais esportivas, o T-Jet tem seus instantes de indisposição. Abaixo de 2.250 rpm, é unânime a reclamação de que o modelo parece equipado com um motor 1.4 aspirado pela demora da atuação da turbina. Ou seja, não adianta tentar sair na frente após passar por lombadas e valetas em segunda marcha: para isso, é melhor colocar a primeira.

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Câmbio – Trocas imprecisas (especialmente entre 2ª e 3ª marcha), além da dificuldade de engate, são reclamações recorrentes de proprietários do modelo. Causados por mau uso ou não, é sempre bom ficar atento.

Bocal do tanque de combustível – O bocal do tanque de combustível apresenta dificuldade para ser aberto e fechado. Há diversos casos de tampa do porta-luvas que também insiste em não fechar.

Vida egressa – Como todo esportivo, é preciso ficar de olho em alterações mecânicas feitas pelos proprietários e no estado de componentes que podem ter sofrido desgaste acima do normal devido ao uso, digamos, empolgante do carro.

Fiat Punto T-Jet

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A VOZ DO DONO

Carlos Eduardo Bernardelli, 23 anos, vendedor, Valinhos (SP):

“Ótimo custo-benefício, principalmente considerando a união entre desempenho e aparência. Confortável, dirigibilidade excelente e pacote de itens de série e opcionais bem completo. O teto solar é um show à parte. Apesar de ser um motor de 2008, tem um bom desempenho e um consumo plausível para o que oferece. Peca nas peças de reposição, dificilmente encontráveis para pronta entrega.”

Gabriel Felipe Käfer, 20 anos, estudante, Francisco Beltrão (PR):

O que eu adoro: “O custo-benefício é imbatível e o carro tem equipamentos difíceis de serem achados em um hatch compacto, como ar-digital, sensores de luz e chuva, teto solar duplo panorâmico, piloto automático e bancos em couro. O motor, com potência e consumo justos, tem uma tocada esportiva que não deve em nada para os conjuntos mais modernos. Já o visual é extremamente acertado e chama muito atenção mesmo sendo um carro lançado há vários anos.”

O que eu odeio: “O motor não está calibrado pra rodar na gasolina comum brasileira, ele tende a ter algumas falhas quando não abastecido na Podium, enquanto o câmbio pode ficar com os engates ainda mais imprecisos com o tempo. O coletor de escapamento tem um defeito crônico de trinca, que se manifesta em todos os Puntos T-Jet. O preço de um novo original? Absurdos R$ 5.600. Um paralelo, de boa qualidade, sai por cerca de R$ 800.”

Fiat Punto T-Jet

NÓS DISSEMOS

Março de 2009: “Para quem busca um compacto com tempero mais forte de fábrica, ele é o número certo. Aliás, corre sozinho nessa categoria. Seu preço é honesto e ele entrega diversão na medida que seu visual promete. Nem mais, nem menos. (…) Entre pista e rua, o T-Jet trilha o caminho do meio. A suspensão foi retrabalhada para garantir mais firmeza apenas nas curvas. Quem gosta de dirigir esportivamente, mas não quer saber de sacrifícios, deve aprovar. Na estrada, ele é só alegria. A posição de dirigir é aquela típica do Punto – que, para quem não conhece, eu posso garantir, é bastante interessante.”

Preço médio dos usados (FIPE)

Punto T-Jet 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Preço R$ 31.155 R$ 32.517 R$ 34.547 R$ 40.322 R$ 43.463 R$ 45.738 R$ 49.237
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