Mercedes-Benz GLS: a estrela maior
Sai o Classe GL, entra o GLS. O corpo é o mesmo, mas as mudanças vão além do RG: o maior SUV da Mercedes nunca viu tanto luxo
A Mercedes-Benz trocou o nome de seu maior SUV. O Classe GL virou GLS porque a família cresceu – o cardápio da marca conta com cinco utilitários distintos para atender ao segmento da moda. Quer entender o que a nova nomenclatura significa? Então respire fundo. A adição do S ao nome GL faz deste modelo o Classe S dos SUVs. Sacou?
LEIA MAIS:
>> Teste: os novos Mercedes-Benz GLC 250 e GLE 400 Coupé
>> Teste: Audi Q7 3.0 TFSI Ambition, tratamento personalizado
Colocando em palavras, a letra S classifica o modelo como o maior utilitário da linha, assim como o Classe S é o maior sedã da família. Na prática, trata-se do mesmo carro com documento novo. Mas o retrato 3×4 atualizado revela retoques importantes na dianteira e mudanças na traseira, bem como um painel renovado, dotado de novos equipamentos.
Puxando a certidão desse gigante estelar, mais detalhes que as imagens não mostram: uma nova suspensão pneumática com regulagens de altura e rigidez dos amortecedores, ajustes elétricos nos bancos – inclusive os do fundo – e um novo sistema multimídia com tela de 8 polegadas e touchpad, uma interface sensível ao toque no centro do console.
Vamos começar pelo espaço: o GLS carrega sete pessoas – e todas viajam com conforto. Até adultos podem se acomodar bem na fileira do fundão, na área do porta-malas. As laterais do bagageiro contam com couro e acabamento acolchoado, porta-copos e cintos de três pontos. O rebatimento desses assentos é elétrico, cujo comando pode ser feito por um botão na área de cargas ou no encosto dos bancos do meio. Aliás, até a fileira central é elétrica. Então, não é necessário nenhum trabalho braçal para acomodar passageiros ou volumes.
Avaliamos a versão 350d, a diesel, dotada de um V6 3.0 de 258 cv conectado a um câmbio automático de nove marchas, com tração integral 4×4. Por R$ 416.900, trata-se da configuração intermediária do modelo.
Ao volante, você esquece que está a bordo de um porta-aviões. No modo Sport, a direção elétrica torna-se bastante direta, a sensibilidade do acelerador aumenta e os amortecedores ganham mais pressão. Em curvas, pouca rolagem da carroceria e estabilidade de sobra em desvios de emergência. Por fim, há sensores de ventos laterais, corrigindo mudanças imprevistas na trajetória. Até a conta do posto ajuda a esquecer da medida super size: o GLS faz 8,6 km/l na cidade e 11 na estrada – nada mal para um V6 3.0 diesel que carrega 2,5 toneladas. A aceleração também empolga: 8,8 s para ir de 0 a 100 km/h.
Você só se recorda de que não está guiando um Classe C quando tenta estacionar – não é qualquer vaga que o comporta. Mas nada de sofrimento para manobrar: o sistema de câmeras 360 graus de alta resolução revela obstáculos ao redor do carro. Veja a imagem da foto abaixo: nem um drive-thru dá trabalho. Além do vídeo, alertas sonoros denunciam a proximidade de objetos. O ângulo de esterçamento também ajuda: 12,4 metros.
A reforma no interior levou para o topo do painel uma tela de 8 polegadas, alinhando o GLS aos demais modelos – o conceito da marca é replicar uma sala de estar, com uma TV no centro do ambiente. Até aí, tudo ok, se não fosse o fato de o visor não ser sensível ao toque. É necessário comandar o multimídia por meio de um touchpad no console, que funciona como um mousepad de computadores portáteis. Porém, o comando não é prático e difícil de operar com o veículo em movimento.
Atrás, duas telas de TFT exibem arquivos armazenados em USB e cartão SD – o sistema conta com fones de ouvido sem fio e controle remoto dedicado. O GLS também tem 4×4 e habilidades off-road, mas nem precisava. Quem vai levá-lo para a lama quando há tanto luxo para curtir o asfalto?
VEREDICTO
Sucesso nos EUA, o GLS parece um mastodonte no Brasil. Mas os americanos estão certos: conforto excepcional, desempenho surpreendente e oferta generosa de equipamentos. Faz jus ao que custa.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 8,8 s |
---|---|
Aceleração de 0 a 1.000 m | 30,1 s – 174,6 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 4 s |
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) | 4,8 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 6,3 s |
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 | 17,1 / 28,3 / 60,6 m |
Consumo urbano | 8,6 km/l |
Consumo rodoviário | 11 km/l |
Motor: | diesel, diant., V6, 24V, turbo, 83 x 92, 15,5:1, 2.987 cm3; 258 cv a 3.400 rpm, 63,2 mkgf a 1.600 e 2.400 rpm |
---|---|
Câmbio | automático, 9 marchas, 4×4 |
Direção | elétrica |
Suspensão | braços duplos, pneumática (diant.) e multilink, pneumática (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant. e tras.) |
Pneus | 275/50 R20 |
Dimensões | comprimento, 513 cm; altura, 185 cm; largura, 214,1 cm; entre-eixos, 307,5 cm; peso, 2.480 kg; tanque, 100 l; porta-malas, 680 a 2.300 l |
Preço | R$ 416.900 |