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Ford Ranger e BYD Dolphin vencem o Melhor Compra 2024

Carro nunca custou pouco, mas ultimamente... Tenha calma: este guia vai te ajudar a escolher o melhor carro que você pode comprar

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 2 ago 2024, 11h47 - Publicado em 1 ago 2024, 21h34
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  • A compra de um carro, definitivamente, não é uma ciência exata. Neste Melhor Compra, tentamos ponderar aspectos objetivos como preço, custos de peças, revisões, equipamentos de série, custo de seguro e desvalorização. Mas também há um importante aspecto subjetivo: a vivência da nossa equipe com cada carro avaliado, comparado e testado nos últimos tempos dentro do atual contexto de mercado (por isso, a falta de contato da nossa equipe com um carro o desclassifica do Melhor Compra).

    Quer dizer que este especial anual vai muito além do trabalho de separar as opções de cada faixa de preço ou potência que definem todas as categorias. Também vai além da apuração dos custos de seguros, peças, revisões e a desvalorização de cada carro com nossos parceiros.

    Com esses valores em mãos e com a experiência de uma equipe que dirige centenas de carros anualmente – e recebe muitas reclamações de consumidores – que ponderamos a classificação de cada carro, elegendo as melhores compras de cada segmento. Gastar pouco com o seguro e revisões é bom, mas o melhor mesmo é ter isso em um carro confortável, bom de dirigir, com espaço para você e sua família e oferta suficiente de peças de reposição.

    As restrições de produção por falta de eletrônicos ficaram no passado, mas os preços, que aumentaram muito nos últimos anos, não voltaram ao normal. Por outro lado, os reajustes tornaram-se mais raros e os bônus e descontos nas concessionárias estão cada vez melhores. A concorrência acirrada também tem culpa nisso. Então vale a pena visitar as concessionárias em busca do melhor negócio.

    É preciso considerar que nossa referência é a tabela de preços divulgada pelas fabricantes no início do mês de julho. Boa leitura e boas compras!

    Os anos de restrição de produção por falta de componentes eletrônicos ficaram no passado, assim como a valorização dos carros usados. O mercado automotivo só não voltou ao normal em um aspecto: não houve recuo no preço dos carros novos após os grandes aumentos que vimos durante a pandemia da Covid-19. Pelo menos nos preços de tabela, que são os sugeridos pela indústria e nossa referência para o Melhor Compra. 

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    Por outro lado, a concorrência cada vez mais acirrada esta época do ano é agitada para os fabricantes, que começam a mudar o ano/modelo e se preocupar com as metas e  as concessionárias estão

    Para reduzir cada categoria a pelo menos cinco carros, acontece uma mistura entre votação e debate na redação. Não se trata de mera escolha, pois consideramos nossos testes, alterações recentes na lista de equipamentos e a iminência de uma mudança na linha.

    Depois apuramos custos de seguros, peças, revisões e a desvalorização de cada carro das principais categorias com nossos parceiros. Apenas com essas informações podemos pensar em definir a posição de cada um. Não é raro um carro que parece um forte candidato ser superado pelo seguro muito mais alto, pelo elevado custo das revisões ou pela forte desvalorização frente aos rivais.

    Custos são importantes, mas a nossa intenção não é escolher apenas os carros mais baratos. Para ser considerado a Melhor Compra de QUATRO RODAS, nossa experiência com o carro, aspectos como desempenho, conforto e itens de segurança de série também pesam na decisão. Eles passam a ter maior destaque nas listas de equipamentos de série.

    Neste ano, também revisitamos as edições do Melhor Compra dos últimos três anos para trazer as melhores opções de carros seminovos até os R$ 80.000. Todos estiveram entre as melhores opções quando novos e ainda são alternativas mais potentes e equipadas que os zero-km disponíveis.

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    Grande vencedor: Ford Ranger

    Bicampeã em sua categoria, a Ranger Limited continua exemplar  entre as picapes médias topo de linha e não cobra mais por isso

    ranger
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A nova geração da Ford Ranger completou um ano à venda no Brasil há pouco tempo, mas já é bicampeã entre as picapes médias na faixa acima dos R$ 250.000. E não foi sem motivo, mas porque ainda não há uma rival à sua altura.

    A Ford Ranger está uma geração à frente de todas as outras picapes médias, que até se atualizaram nos últimos tempos, mas não o suficiente para dar um passo à frente tão grande. Essa superioridade da Ranger é notável, principalmente pela dirigibilidade e pelo conforto de rodagem. É uma picape menos abrutalhada ao volante, filtra bem as imperfeições em qualquer terreno e trata melhor os passageiros. Sua cabine também é maior e mais silenciosa.

    Na nova geração, a Ford ainda agregou à picape motores mais modernos (tanto o 2.0 da versão XLS, também campeã neste ano, quanto o V6 desta versão), quadros de instrumentos digital e novas centrais multimídia verticais (são dois tipos para cada e cobrem todas as versões da picape). O padrão de acabamento da Ranger Limited também está acima da média das rivais, com maior atenção aos materiais e detalhes.

    Essa superioridade técnica coloca a Ford Ranger em uma posição confortável entre as picapes médias e vem refletindo em aumento nas vendas (crescimento de 53% nas vendas no primeiro semestre, quando comparado ao resultado da geração anterior). E não há, em qualquer outro segmento com vendas relevantes, o caso de um modelo tão atualizado frente aos seus pares por tanto tempo, sem uma reação contundente. Mesmo assim, seus preços e custos de propriedade estão bastante alinhados aos das principais rivais. É o típico caso de um carro que merece a chancela de Melhor Compra.

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    Destaque do ano: BYD Dolphin

    BYD Dolphin pode até não ser o melhor em sua categoria, mas tem o mérito de ter popularizado os elétricos no Brasil em apenas um ano

    BYD Dolphin
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Dificilmente os carros elétricos se tornarão maioria no mercado brasileiro tão cedo. A tendência, porém, é que eles ganhem representatividade e o BYD Dolphin foi responsável pela mudança do olhar do brasileiro para os carros sem motor a combustão. Em apenas um ano à venda, este hatch chinês fez com que os carros elétricos deixassem de ser algo exótico em meio ao trânsito das grandes cidades, até porque também colocou cidades menores na rota da eletrificação.

    Mais que isso. O BYD Dolphin foi responsável por fazer as fabricantes tradicionais deixarem de tratar seus elétricos como produtos de nicho e com vendas restritas a algumas lojas. A maioria delas normalizou o conceito de carro elétrico em sua gama de produtos e promoveu descontos.

    O Dolphin não foi o primeiro carro elétrico lançado no Brasil, mas o primeiro que conseguiu conciliar  um nível de tecnologia, autonomia, espaço interno com um design mais convencional e por um preço interessante: R$ 149.800, que se mantém desde o lançamento. Esse preço o coloca próximo à média de preço dos carros vendidos no Brasil atualmente. Passado o efeito do lançamento do Dolphin Mini, o Dolphin convencional ainda sustenta o título de carro elétrico mais vendido do Brasil.

    O BYD Dolphin não foi eleito a Melhor Compra em sua categoria por não ter nenhum sistema avançado de auxílio ao motorista e é bem verdade que nossa experiência de compra do carro para o teste de Longa Duração foi, no mínimo, traumática. É uma das dores do rápido crescimento das vendas da BYD. Mas o Dolphin merece a chancela de Destaque do Ano pela mudança no cenário dos carros elétricos no mercado brasileiro.

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    Como ler este Guia

    PREÇO – O valor utilizado como referência

    é sempre o que consta na tabela oficial divulgada pelo fabricante ou importador válido em julho de 2024.

    DESVALORIZAÇÃO – Calculada pela KBB Brasil, a taxa indica quanto um modelo zero-km perdeu valor em até 12 meses de uso.

    SEGURO – O perfil QUATRO RODAS é de homem casado, 35 anos, sem filhos, com garagem em casa e no trabalho, ambos
    em São Paulo. Os valores são para bônus
    zero e com franquia integral.

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    PEÇAS – Cesta com os itens mais utilizados na manutenção e comumente atingidos em pequenas colisões. Preços fornecidos pela Suiv (Sistema Unificado de Informações Veiculares).

    REDE – Número de autorizadas da marca informado pela fábrica.

    EQUIPAMENTOS – Itens de série, indicados pelas siglas ACC (controle de cruzeiro adaptativo), AB (airbag seguido pelo número), ADAS (frenagem de emergência, assistente ou alerta de faixa, alerta de ponto cego, no mínimo dois), AUT (câmbio automático), EST (auxílio de estacionamento, como sensor ou câmera de ré), ESP (controle de estabilidade), MUL (multimídia) e S&S (start-stop).

    REVISÕES – Valor das inspeções no plano de manutenção pelo fabricante ou importador considerando todas as revisões até os
    60.000 km. Algumas marcas não estabelecem revisões fixas ou vendem contratos de serviço.

    Parceiros que colaboraram no Melhor Compra 2024

    tex/teleport – Empresa de soluções online para o mercado segurador. Fornece as cotações de seguro no Melhor Compra e nos testes de QUATRO RODAS.

    KBB brasil – Especialista em precificação de veículos, a Kelley Blue Book utiliza como base de cálculo os valores praticados regionalmente em nosso mercado. Parceira da QUATRO RODAS no Prêmio Melhor Valor de Revenda.

    SUIV (Sistema Unificado de Informações Veiculares) – É uma empresa de consultoria automotiva, segurança viária e sistemas automotivos (www.suiv.com.br).

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