Guia de Usados: Chevrolet Zafira
Prática e confiável, ela é uma das melhores escolhas para quem precisa de sete lugares sem gastar muito dinheiro
Descontinuada em 2012, muitos ainda sentem saudades da Zafira: em 11 anos a minivan projetada pela Opel sofreu poucas alterações, mas cativou uma legião de admiradores que ainda hoje torcem o nariz para sua sucessora Spin.
A começar pela dinâmica: a Zafira tem um centro de gravidade mais baixo e um acerto de suspensões firme, que transmite maior confiança em velocidades elevadas.
Ligeiramente menor que a Spin, a Zafira surpreende pela racionalidade no aproveitamento do espaço. Uma de suas principais virtudes é o sistema Flex7, com dois bancos retráteis que se ocultam no assoalho do generoso porta-malas de 600 litros.
Bem dimensionados, os assentos extras são capazes de acomodar dois adultos e, quando em uso, ocupam 3/4 do volume do porta-malas.
A mais indicada é a da segunda fase, lançada em 2005 com o 2.0 8V Flex.Power de 127/121cv, com as versões Comfort, Elegance e Elite. Mas cuidado: as duas últimas também vinham com o 2.0 16V a gasolina, de manutenção mais cara.
A mais atraente é Elite: airbags frontais e laterais, ABS, CD player com comando no volante, computador de bordo e banco de couro. Teto solar, piloto automático e o robusto câmbio automático de quatro marchas eram opcionais.
Abaixo delas, há a Elegance, que já não agrada tanto por suprimir os airbags laterais e o ABS, mas também pode ser encontrada como automática.
Em 2007 veio a Expression, quase uma Comfort automática. Trazia ainda ar digital, airbag duplo e piloto automático. A linha 2009 fez a revisão no velho 2.0, que ganhou 140/133 cv, mas o consumo (principal crítica do modelo) pouco melhorou.
Barata, robusta e fácil de manter, ainda é possível encontrá-la com baixa quilometragem e bom estado, mas é preciso cuidado: suas qualidades atraíram taxistas e frotistas, que às vezes usam kits GNV mal instalados.
E se prepare: é difícil encontrar peças a pronta entrega, mesmo as de desgaste normal como pastilhas de freio e amortecedores.
ONDE O BICHO PEGA
Corpo de borboleta – Resíduos de óleo lubrificante vindo do respiro do cárter podem limitar a abertura do corpo de borboletas, forçando o mecanismo do motor elétrico que a comanda. A quebra da peça imobiliza o motor e o reparo não sai por menos de R$ 1.000.
Peça plásticas – Cheque itens como botões, difusores de ar, porta-trecos, porta-luvas, mesinhas atrás dos bancos e, em especial, os assentos do sistema Flex7: a maioria não é encontrada na rede autorizada ou no mercado paralelo.
Cabeçote 1 – Ruídos no trem de válvulas e desempenho ruim são comuns em cabeçotes de motores feitos até 2009. São unidades sensíveis à especificação incorreta do óleo, que resulta em desgaste acentuado dos ressaltos do eixo comando.
Cabeçote 2 – Cuidado com o Flex.Power de 140/133 cv (a partir de 2009). Falhas na partida ou usando gasolina indicam problema no assentamento das válvulas – só é solucionado com retífica do cabeçote.
Cabeçote 3 – O sensor de rotação do eixo comando apresenta falhas no final de sua vida útil. Um dos sintomas de desgaste da peça é a dificuldade na partida, que geralmente só é solucionada com a troca do mesmo (aproximadamente R$ 350).
A VOZ DO DONO
Nome: Israel Ferreira Campos
Idade: 42 anos
Profissão: supervisor técnico
Cidade: Sorocaba (SP)
O que eu adoro: “É muito espaçosa e prática, com um aproveitamento racional do interior. A estabilidade está à altura do desempenho, excelente na estrada. Nunca apresentou problemas graves.”
O que eu odeio: “O acabamento poderia ser melhor: a qualidade das partes plásticas deixa a desejar. As peças de reposição são caras e nunca encontradas para pronta entrega. Motor e câmbio antiquados elevam o consumo.”
NÓS DISSEMOS
Setembro de 2011: “O sistema Flex7 é prático e continua entre as melhores soluções modulares das minivans. Ganha pontos pela facilidade de acesso ao fundão e, principalmente, por ser a opção que oferece mais espaço aos que viajam lá atrás. (…) Com os sete bancos levantados, sobra espaço para duas malas pequenas.”
Modelo | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 |
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Comfort M/T | R$ 25.266 | R$ 26.198 | R$ 28.036 | R$ 30.655 | R$ 31.997 |
Expression A/T | R$ 25.582 | R$ 28.448 | R$ 29.625 | R$ 30.695 | R$ 31.821 |
Elegance M/T | R$ 26.633 | R$ 27.773 | R$ 33.393 | – | – |
Elegance A/T | R$ 27.580 | R$ 30.124 | R$ 31.795 | R$ 34.088 | R$ 36.749 |
Elite M/T | R$ 29.120 | R$ 31.084 | R$ 32.562 | R$ 35.252 | – |
Elite A/T | R$ 29.403 | R$ 31.157 | R$ 32.705 | R$ 35.451 | R$ 36.990 |
Peças | Original | Paralelo |
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Para-choque (dianteiro) | R$ 542 | R$ 450 |
Farol (cada um) | R$ 1.343 | R$ 750 |
Retrovisor (cada um) | R$ 629 | R$ 440 |
Discos de freio (par) | R$ 852 | R$ 290 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 423 | R$ 230 |
Kit de embreagem | R$ 1.095 | R$ 700 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 1.433 | R$ 1.100 |