Guia de Usados: Peugeot 308
Projeto maduro, o hatch médio produzido na Argentina ainda cativa uma legião de fãs, apesar da ineficiência da rede autorizada
Produzido desde 2008, o Peugeot 308 chegou ao Brasil só em 2012: vindo da Argentina, o hatch foi lançado mantendo a plataforma do antecessor 307.
Mesmo defasado, ele preserva muitas virtudes: o interior tem um ótimo acabamento (com materiais e encaixes de qualidade) e muito espaço para cinco ocupantes e sua bagagem (o porta-malas é de 430 litros).
A direção direta e a suspensão firme garantem dirigibilidade esportiva e o nível de equipamentos está entre os melhores do segmento.
Na versão de entrada Active, não falta nada: airbags dianteiros, ABS, rodas de liga aro 16, computador de bordo, trio elétrico e ar-condicionado.
O destaque fica para o para-brisa com isolamento acústico, volante em couro e motor 1.6 16V de 122/115 cv, sem o tanquinho de partida a frio.
A Allure adiciona ar digital bizona (com saídas atrás), retrovisor fotocrômico, faróis de neblina e sensor de faróis e de chuva. Ela também pode ter o motor 2.0 16V de 151/143 cv, com rodas aro 17, câmbio automático AL4 de quatro marchas e teto de vidro.
A top Feline só vem com o 2.0 e o câmbio AL4, mais airbags laterais e de cortina, controle de estabilidade e tração, banco de couro, teto de vidro, sensor de ré, luzes diurnas por leds e rebatimento elétrico dos espelhos.
A versão mais interessante veio no final de 2012: a Griffe trouxe o 1.6 THP a gasolina (o mesmo dos BMW), com turbo e injeção direta com 165 cv e 24,5 mkgf já a 1.400 rpm, perfeitamente casados ao câmbio automático AT6 (6 marchas), garantindo melhor desempenho e consumo.
Atendendo às críticas, a linha 2014 trouxe alteração em suspensão e pneus para melhorar o conforto e o nível de ruído. O câmbio AT6 também migrou para a Allure 2.0 e as luzes de led e o teto de vidro passaram a ser sempre de série.
O maior defeito do 308 não é o carro, mas a qualidade do serviço da rede autorizada: quem tiver uma boa oficina independente fará um bom negócio, pois ele é vendido por valores bem abaixo da tabela e tem peças de reposição a pronta entrega por preços acessíveis.
A VOZ DO DONO
Nome: Carina Fernandez Barbosa
Idade: 34 anos
Profissão: médica
Cidade: São Caetano do Sul (SP)
O QUE EU ADORO: “Lindo por dentro e por fora: a qualidade do acabamento é imbatível e o estilo ainda encanta. O conforto também é dos melhores: muito espaço, equipamentos de sobra e ótimo desempenho.”
O QUE EU ODEIO: “Ele consome demais e é muito sensível a panes elétricas: em três anos foi guinchado para a concessionária quatro vezes. A rede autorizada se esforça, mas não tem capacidade técnica.”
ONDE O BICHO PEGA
Câmbio automático: a transmissão de quatro velocidades (AL4) é conhecida pela fragilidade: verifique se funciona sem trancos, luzes de anomalia ou retenção indevida de marchas.
Polias: chiado contínuo com o motor frio em marcha lenta indica provável desgaste dos rolamentos das polias do tensionador da correia dentada, do compressor do ar-condicionado, da bomba d’água ou do alternador. Fique atento, pois o rolamento pode travar, imobilizando o motor.
Suspensão: rígida e com pouco curso, a suspensão do 308 sacrifica os batentes dos amortecedores, que têm sua vida útil abreviada. A perda de pressão dos amortecedores também compromete o comportamento dinâmico: a substituição dos quatro fica em torno de R$ 2.500.
Turbo: atenção com o 1.6 THP: excesso de fumaça em marcha lenta ou no intervalo entre as trocas de marcha pode indicar uma turbina danificada ou no fim de vida útil. O reparo vai de R$ 2.000 a R$ 5.500.
Recall: foi convocado para atualizar o módulo do motor, pois há o risco de o freio não funcionar por insuficiência de vácuo. Abrange os 308 Allure fabricados de abril a setembro de 2013.
NÓS DISSEMOS
Outubro de 2012: “Ágil, o Peugeot 308 se mostra um carro bom de guiar, principalmente para quem tem perfil esportivo. A suspensão tem curso curto e suas molas têm calibragem mais firme, assim como o sistema de direção – em manobras, porém, é bastante leve. (…) Os itens de série empolgam.”
Preço médio dos usados (FIPE)
2013 | 2014 | 2015 | |
---|---|---|---|
Active / Allure 1.6 | R$ 32.439 | R$ 38.247 | R$ 46.649 |
Allure 2.0 manual | R$ 36.684 | R$ 41.520 | R$ 49.769 |
Allure 2.0 automático | R$ 38.283 | R$ 42.821 | R$ 49.873 |
Feline / Griffe 1.6 THP automático | R$ 43.771 | R$ 47.060 | R$ 57.536 |
Preço médio das peças
Original | Paralelo | |
---|---|---|
Para-choque (dianteiro) | R$ 1.820 | R$ 500 |
Farol (cada um) | R$ 1.690 | R$ 750 |
Retrovisor (cada um) | R$ 610 | R$ 490 |
Discos de freio (par) | R$ 880 | R$ 480 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 610 | R$ 270 |
Kit de embreagem | R$ 640 | R$ 450 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 1.800 | R$ 1.400 |