Toyota Hilux de 7ª geração antecipou revolução das picapes médias
Precursora da picapes médias que ganharam conforto de automóvel, ela é tão bem resolvida que aguentou dez anos sem alterações drásticas
Produzido no Brasil por 40 anos, o Bandeirante fez da Toyota sinônimo de off-road. E a Hilux segurou o mesmo bastão até 2005, ao ser a primeira picape a trocar a alma lameira por uma vocação mais urbana.
O design era inspirado no Corolla, bem como o padrão do acabamento e o conforto proporcionado pelo maior espaço interno e pela suspensão dianteira de mola helicoidal.
A sétima geração criou o padrão da categoria e estava tão à frente que encarou as rivais sem grandes mudanças por dez anos, até o fim de 2015.
Quem não abre mão do motor diesel deve buscar a versão SR, com um silencioso 3.0 de 163 cv: vai de 0 a 100 km/h em 12,9 segundos. Traz ABS, airbag duplo, trio elétrico, som com MP3 e acabamento melhor que a versão básica, oferecida até 2011 com um 2.5 diesel de 102 cv e que tinha só ar e direção.
Rodas de liga, faróis de neblina, para-choque traseiro cromado, som para seis CDs com toca-fitas eram exclusivos da SRV. A tração 4×4 temporária era de série, mas só a SRV oferecia um câmbio automático de quatro marchas, que foi bem aceito.
A primeira alteração veio no modelo 2009, com grade e para-choque dianteiro novos. A básica trazia ABS e airbags opcionais. Rodas aro 16 acomodavam os discos de freio maiores da SR e SRV, sendo que a última incorporou couro, ar automático, painel Optitron (ajusta luzes em função da iluminação externa) e computador de bordo.
Mais barata, a Hilux a gasolina veio na linha 2009: o motor 2.7 todo de alumínio com comandos variáveis que rendia 158 cv foi oferecido na versão SR 4×2. A transmissão automática surgiu apenas em 2010.
Já a Hilux 2012 ganhou novos para-choques, grade, faróis e lanternas, adotou câmbio automático de cinco marchas e seu 3.0 litros foi recalibrado para 171 cv. E foi criada a versão flex, de 163 cv. Os controles de estabilidade e tração, porém, só viriam na 8ª geração, lançada em 2015.
Amada por seus donos pelo conjunto, pela robustez e pela baixa manutenção, a picape só recebe críticas por conta do alto preço dos usados, do seguro e das peças de reposição, embora a qualidade do pós-venda seja um dos diferenciais da rede Toyota.
Onde o bicho pega
Motor – O travamento da válvula de recirculação dos gases (EGR) provoca carbonização da admissão, danificando turbina, bomba e injetores. Os sintomas são o baixo desempenho, a marcha lenta irregular e o consumo excessivo de óleo.
Câmbio automático – Cuidados de praxe: verificar se funciona sem trancos ou retenções desnecessárias. O fluido deve ter sido trocado aos 100.000 km rodados.
Freios – É comum a trepidação provocada por empenamento precoce dos discos. O problema foi amenizado na linha 2007, graças à adoção de defletor de refrigeração, o que evita o superaquecimento da peça.
Tração 4×4 – Ao contrário da irmã SW4, a picape Hilux não tem diferencial central e por isso o 4×4 deve ser acionado só em terrenos de baixa aderência, como lama e areia. Limalha no óleo do diferencial traseiro é sinal de que foi usado no asfalto.
Recall – Unidades 2006 a 2011 podem ter aquele airbag da Takata que pode lançar fragmentos de metal contra os ocupantes.
Pneus – Considere sempre o estado deles antes de fechar negócio: um jogo de pneus novos facilmente superam a marca dos R$ 3.000.
A voz do dono
- Nome: Rogério Polo
- Idade: 37 anos
- Profissão: funcionário público
- Cidade: Rio das Pedras (SP)
O que eu adoro – “Dirigibilidade e conforto de automóvel. Única com motor a gasolina e câmbio automático, com bom desempenho e consumo. Mesmo urbanizada, continua robusta e confiável: não dá problema.”
O que eu odeio – “A suspensão traseira ainda é de picape: é preciso carregar a caçamba para que ela não fique sacolejando. Por isso, é inaceitável a ausência do controle de estabilidade, que as rivais já têm.”
PREÇO MÉDIO DOS USADOS (FIPE)
Modelo | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 |
---|---|---|---|---|---|---|
Básica 2.5 diesel 4×2 | R$ 57.061 | R$ 59.408 | R$ 62.822 | R$ 64.810 | R$ 69.186 | – |
Básica 2.5 diesel 4×4 | R$ 57.854 | R$ 61.252 | R$ 65.511 | R$ 67.548 | R$ 70.758 | R$ 75.767 |
SR 3.0 Diesel 4×2 | R$ 60.863 | R$ 62.874 | R$ 67.178 | R$ 72.470 | – | – |
SR 3.0 Diesel 4×4 | R$ 64.305 | R$ 67.386 | R$ 69.637 | R$ 72.977 | R$ 76.813 | R$ 81.266 |
SRV 3.0 Diesel 4×2 | R$ 63.841 | R$ 66.165 | R$ 71.655 | R$ 73.990 | R$ 76.569 | – |
SRV 3.0 Diesel 4×4 | R$ 67.298 | R$ 70.809 | R$ 76.027 | R$ 78.970 | R$ 85.135 | R$ 100.264 |
SRV 3.0 Diesel 4×4 aut. | R$ 71.881 | R$ 74.966 | R$ 79.630 | R$ 83.844 | R$ 91.322 | R$ 103.524 |
Preço das peças
Original | Paralelo | |
---|---|---|
Para-choque (dianteiro) | R$ 1.720 | R$ 1.650 |
Farol (cada um) | R$ 1.034 | R$ 450 |
Discos de freio (par) | R$ 1.060 | R$ 400 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 490 | R$ 380 |
Amortecedores (quatro) | R$ 1.990 | R$ 1.200 |
Embreagem | R$ 2.530 | R$ 2.150 |